quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O INIMIGO Nº 1 DA MAÇONARIA - O VAIDOSO ARROGANTE

O INIMIGO Nº 1 DA MAÇONARIA
O VAIDOSO ARROGANTE
(a) Baixa auto-estima e complexo de inferioridade
Nenhum ditador provocou ou vêm provocando tanto dano à Maçonaria quanto o maçom vaidoso, este sapador inveterado, este Cavalo de Tróia que a destrói por dentro, sem o emprego de armas, grilhões, ferros, calabouços e leis de exceção. Ele é indiscutivelmente o maior inimigo da Maçonaria, o mais nefasto dos impostores, o principal destruidor de lojas. Ele é pior do que todos os falsos maçons reunidos porque se iguala a eles em tudo o que não presta e raramente em alguma virtude.
Uma característica marcante que se nota neste tipo de maçom, logo ao primeiro contato, é a sua pose de justiceiro e a insistência com que apregoa virtudes e qualidades morais que não possui. Isso salta logo à vista de qualquer um que comece a comparar seus atos com as palavras que saem da sua boca. O que se vê amiúde é ele demonstrar na prática a negação completa daquilo que fala, sobretudo daquilo que difunde como qualidades exemplares do maçom aos Aprendizes e Companheiros, os quais não demora muito a decepcionar. Vaidoso ao extremo, para ele a Maçonaria não passa de uma vitrine que usa para se exibir, de um carro de luxo o qual sonha um dia pilotar. E, quando tem de fato este afã em mente, não se furta em utilizar os meios mais insidiosos para tentar alcançá-lo, a exemplo do que fazem nossos políticos corruptos.
Narcisismo em um dos extremos, e baixa auto-estima no outro, eis as duas principais características dos maçons vaidosos e arrogantes. No crisol da soberba em que vivem imersos, podemos separá-los em dois grupos distintos, porém idênticos na maioria dos pontos: os toscos ignorantes e os letrados pretensiosos.
A trajetória dos primeiros é assaz conhecida.
Por serem desprovidos do talento e dos atributos intelectuais necessários para conquistarem posição de destaque na sociedade, eles ingressam na Maçonaria em busca de títulos e galardões venais, de fácil obtenção, pensando com isso obter algum prestígio. Na vida profana, não conseguem ser nada além de meros serviçais, de mulas obedientes que cedem a todos os tipos de chantagem.
Por isso, fazer parte de uma instituição de elite (isso mesmo, de elite!) como a Maçonaria produz neles a ilusão de serem importantes; ajuda a mitigar um pouco a dor crônica que os espinhos da incompetência e da mediocridade produzem em suas personalidades enfermas.
O segundo em quase tudo se equipara ao primeiro, porém com algumas notáveis exceções.
Capacitado e instruído, em geral ele é uma pessoa bem sucedida na vida. Sofre, porém, desse grave desvio de caráter conhecido pelo nome de "Narcisismo", que o torna ainda pior do que o seu êmulo sem instrução. Ávido colecionador de medalhas, títulos altissonantes e metais reluzentes, este maçom é uma criatura pedante e intragável, que todos querem ver distante. No fundo ele também é um ser que se sente rejeitado; sua alma é um armário de caveiras e a sua mente um antro habitado por fantasmas imaginários.
Julgando-se o centro do Universo, na Maçonaria ele obra para que todas as atenções fiquem voltadas para si, exigindo ser tratado com mais respeito do que os irmãos que atuam em áreas profissionais diferentes da dele. Pobre do irmão mais jovem e mais capacitado que cruzar o seu caminho, que ousar apontar-lhe uma falta, que se atrever a lançar-lhe no rosto uma imperfeição sua ou criticar o seu habitual pedantismo! O seu rancor se acenderá automaticamente e o que estiver ao seu alcance para reprimi-lo e intimidá-lo ele o fará, inclusive lançando mão da famosa frase, própria do selvagem chefe de bando: Sabe com quem está falando! Desse modo ele acaba externando outra vil qualidade, que caracteriza a personalidade de todo homem arrogante: a covardia.
O número de irmãos que detesta ou despreza este tipo de maçom é condizente com a quantidade de medalhas que ele acumula na gaveta ou usa no peito. Na vida profana seus amigos não são verdadeiros; são cúmplices, comparsas, associados e gente que dele se acerca na esperança de obter alguma vantagem. E nisso se insere a mulher com a qual vive fraudulentamente. Todos os que o rodeiam, inclusive ela, estão prontos a meter-lhe um merecido chute no traseiro tão logo os laços de interesse que os unem sejam desfeitos. O seu casamento é um teatro de falsidades e o seu lar um armazém de conflitos. Raramente familiares seus são vistos em nossas festas de confraternização. Quando aparecem, em geral contrariados, não conseguem esconder as marcas indeléveis de infelicidade que ele produz em seus rostos.
Em sua marcha incessante em busca de distinções sociais que supram a sua insaciável necessidade de auto-afirmação, é comum vermos este garimpeiro de metais de falso brilho farejando outras organizações de renome, tais como os clubes Lyons e Rotary, e gastando nessas corridas tempo e dinheiro que às vezes fazem falta em seu lar. A Maçonaria, que tem a função de melhorar o homem, a sociedade, o país, e a família, acaba assim se convertendo em uma fonte de problemas para os seus familiares; e ele, em uma fonte de problemas para a Maçonaria.
Um volume inteiro seria insuficiente para catalogar os males que este inimigo da paz e da harmonia pratica, este bacilo em forma humana que destrói nossa instituição por dentro, qual um cancro a roer-lhe as células, de modo que limitar-nos- emos a expor os mais comuns.
(b) Comportamento em loja
Incapaz de polir a Pedra Bruta que carrega chumbada no pescoço desde o dia em que nasceu, de aprimorar-se moral e intelectualmente, de lutar para subtrair-se das trevas da ignorância e dos vícios que corrompem o caráter; de assimilar conhecimentos maçônicos úteis, sadios e enobrecedores, para na qualidade de Mestre poder transmiti-los aos Aprendizes e Companheiros, o que faz o nosso personagem? Simplesmente coloca barreiras em seus caminhos, de modo a retardar-lhes o progresso! Ao invés de estudar a Maçonaria, para poder contribuir na formação dos Aprendizes e Companheiros, de que modo ele procede? Veda a discussão sobre assuntos com os quais deveria estar familiarizado, fomentando apenas comentários sobre as vulgaridades supérfluas do seu cotidiano! Ao invés de encorajar o talento dos mesmos, de ressaltar suas virtudes e estimular o seu desenvolvimento, o que faz ele? Procura conservá-los na ignorância de modo a escamotear a própria! Ao invés de defender e ressaltar a importância da liberdade de expressão e da diversidade de opiniões para a evolução da humanidade, como ele age? Censura arbitrariamente aqueles cujas idéias não estejam em harmonia ou sejam contrárias às suas! Ao invés de fomentar debates sobre temas de importância singular para o bem da loja em particular e da Maçonaria em geral, como age ele? Tenta impedir a sua realização por carecer de atributos intelectuais que o capacitem a participar deles! E, nos que raramente promove, como se comporta? Considera somente as opiniões daqueles que dizem "sim" e "sim senhor" aos seus raramente edificantes projetos!
Tal como o maçom supersticioso, este infeliz em cujo peito bate um coração cheio de inveja e rancor nutre ódio virulento e indissimulado pela liberdade de expressão, que constitui um dos mais sagrados esteios sobre os quais repousam as instituições democráticas do mundo civilizado, uma das bandeiras que a Maçonaria hasteou no passado sobre os cadáveres da intolerância, da escravidão e da arbitrariedade.
Dos atos indecentes mais comumente praticados por este falsário, o que mais repugna é vê-lo pregando "humildade" aos irmãos em loja, em particular aos Aprendizes e Companheiros, coberto da cabeça aos pés de fitões, jóias e penduricalhos inúteis, qual uma árvore de natal. Outro é vê-lo arrotando, em alto e bom som, ter "duzentos e tantos anos de Maçonaria" e exibindo o correspondente em estupidez e mediocridade. O terceiro é vê-lo trajando aventais, capas, insígnias, chapéus e colares, decorados com emblemas que lembram tudo, exceto os compromissos que ele assumiu quando ingressou em nossa sublime e veneranda instituição.
Cego, ignorante e vaidoso, nosso personagem não percebe o asco que provoca nas pessoas decentes que o rodeiam.
Como já foi dito, a Maçonaria serve apenas de vitrine para ele. Como não é possível permanecer sozinho dentro dela sem a incômoda presença de outros impostores –os quais não têm poder suficiente para enxotar–, ele luta ferozmente para afastar todo e qualquer novo intruso, imitando alguns animais inferiores aos humanos na escala zoológica, que fixam os limites de seus territórios com os odores de suas secreções e não toleram a presença de estranhos. Qualquer irmão que comece a brilhar ao lado desta criatura rasteira é considerado por ela inimigo. A luz e o progresso do seu semelhante o incomoda, fere o seu ego vaidoso. Por este motivo tenta obstaculizar o trabalho dos que querem atuar para o bem da loja; por isso recusa-se a transmitir conhecimentos maçônicos (quando os possui) aos Aprendizes e Companheiros, sobretudo aos de nível intelectual elevado, ou os ministra em doses pífias, para que futuramente não sejam tomados como exemplos e ofusquem ainda mais a sua mediocridade. Um maçom exemplar, íntegro, que cumpre rigorosamente os compromissos que assumiu quando ingressou em nossa Instituição, não raro converte-se em alvo de suas setas, pois seus olhos míopes não conseguem ver honestidade em ninguém; sua mente estragada o interpreta como potencial "concorrente", que nutre interesses recônditos semelhantes aos seus.
O maçom arrogante mal conhece o significado de nossas belas e simples alegorias.
Se as conhece, as despreza. Sua mente acha-se preocupada unicamente com o sucesso de suas empreitadas, em encontrar maneiras de estar permanentemente ao lado das pessoas cujos postos ambiciona. Fama e poder são os seus dois únicos objetivos, tanto na vida maçônica, como na profana. As palavras Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que compõem a Trilogia Maçônica, não fazem parte do seu vocabulário, e com freqüência é visto pisoteando os valores que elas encerram. A história, a filosofia e os objetivos de nossa Veneranda Instituição não lhe despertam o menor interesse, pois é frio, calculista, e não tem sensibilidade nem conhecimento para compreendê-los e assimilá-los. Ele é diametralmente oposto ao que deve ser o maçom exemplar, em todos os pormenores.
É a antítese de tudo o que a Maçonaria apregoa e deseja de seus membros: uma criatura vil e rasteira que semeia a discórdia, afugenta bons irmãos, e termina por destruir ou fragmentar a loja (ou lojas), resultado às vezes de anos de trabalho árduo, caso ela teime em não se colocar sob a sua batuta ou se mostre contrária às suas aspirações egoístas.
A insolência desse tipo de maçom – e também o asco que destila–, vai crescendo conforme ele vai "subindo" nos altos graus (ou graus filosóficos), lixo maçônico fabricado por impostores no passado unicamente para explorar a estupidez e a vaidade de homens como ele. Sentindo-se importante por ter sido recebido em determinado grau, com a pompa digna de um rei, ele passa a considerar-se superior aos irmãos de graus "inferiores", em particular aos Aprendizes e Companheiros, ignorando o que reza o segundo landmark, que estabelece a divisão da Maçonaria Simbólica em apenas três graus.
Mas reservar um tempo para dedicar-se à sua loja, um momento para confraternizar com irmãos íntegros e honestos, ler algo de útil que possa servir de instrução a si e aos demais, essas são as suas últimas preocupações. O seu tempo disponível ele o reserva inteiramente às festinhas fúteis, nas quais pode ser notado e lisonjeado, onde pode ajuntar-se a outros maçons falsos e vulgares, prontos para enterrar-lhe um punhal nas costas na primeira oportunidade que surgir. Perceba o leitor com que velocidade esse "irmão" deveras atarefado arruma tempo quando é chamado para arengar em um tablado representando a Maçonaria! Note a pontualidade com que chega na passarela onde vai desfilar e ser fotografado com os seus paramentos. Observe como ele fica cheio de si quando é agraciado com uma rodela de lata qualquer ou vê o seu lindo rosto estampado nas páginas de alguma revista maçônica! Perceba como se curva aos pés dos que tem mais prestígio e poder do que ele! Note como ele os bajula!
Este prevaricador vagabundo não trabalha e não deixa os outros trabalhar para não ter de arregaçar as mangas também. Quando se mete a ministrar instruções aos Aprendizes e Companheiros ele o faz de modo precário, sem estar familiarizado com elas. Raramente sabe responder questões que os irmãos lhe dirigem. Tergiversa sempre com a mesma resposta: É preciso pesquisar! Ele não faz nada porque não sabe fazer nada, não quer aprender nada, e no íntimo não gosta da Maçonaria e não ama seus irmãos!
Nossas reuniões são para ele um fardo. Nas vezes que comparece em loja, exige ser ouvido e jamais dá atenção ao que falam os demais, obrando para que a sua palavra sempre prevaleça nas decisões a serem tomadas. Quando o seu nome não consta na Ordem do Dia –o que significa que não terá a oportunidade de exibir a sua hipocrisia ou arengar as suas imposturas–, retira-se antes da reunião terminar ou, quando permanece, o faz com o olhar fixo no relógio.
Campeão em faltas e em delitos, quando este falso maçom comparece à loja ele o faz para dar palpites indevidos, censurar tudo e todos, propor projetos mirabolantes e soluções inconsistentes com os problemas que surgem em nossas relações. Jamais faz uso de críticas sadias e construtivas, aquelas que apontam erros e sugerem soluções para os mesmos.
(c) Comportamento na Sociedade
Passemos agora à exposição do comportamento deste detestável impostor na sociedade, outra praia onde adora se exibir, embora poucos o notem. Ele circula pelas ruas do bairro onde vive de nariz empinado, cheio de empáfia, tentando vender a todos, sobretudo aos mais humildes, a falsa imagem de alguém assaz importante. Ostentando correntes, anéis, gravatas, broches e outros adereços maçônicos –alguns com peso suficiente para curvar o tórax–, tão logo se acerca de uma roda de amigos, ou melhor, de gente com paciência para aturá-lo, ele passa a ensejar conversas maçônicas desnecessárias, fazer alarde de sua condição de maçom e de ser membro de uma poderosa "gangue", com o único propósito de colocar-se acima deles. Quando, porém, um profano lhe dirige algumas perguntas a respeito de nossa instituição, movido por uma sadia e natural curiosidade, ele responde geralmente o que não sabe, fitando-o de cima para baixo, com desprezo, como se estivesse encastelado sobre um pedestal de ouro.
Como o caracol, este tipo de maçom costuma deixar um rastro visível e brilhante por onde trafega, tornando muito fácil a identificação sua e do seu paradeiro, que é o que ele efetivamente deseja, embora afirme o contrário. Mas, para a sua infelicidade, pouca gente dá importância aos seus recados vaidosos. O automóvel, o lar e o local onde trabalha correspondem ao exoesqueleto deste animal, ao passo que os adereços e os objetos maçônicos que ele usa e espalha por todos os lados à gosma que libera. Impulsos provenientes das regiões recônditas do cérebro onde se alojam o seu complexo de inferioridade e a sua baixa auto-estima dizem a ele onde derramá-la.
Do mesmo modo que prostitui nossa instituição, transformando- a em templo da vaidade, ele corrompe também a natureza de muitos objetos inanimados, desvirtuando os propósitos para os quais foram concebidos. Os vidros do automóvel não servem para proteger os passageiros do vento e da chuva, mas para ostentar adesivos maçônicos escandalosos que avisam os transeuntes e os motoristas dos carros que estão na retaguarda que "alguém muito importante" maneja o volante. As paredes da sua casa não servem como divisórias, mas de out-doors para a colagem de diplomas maçônicos que levam o seu nome. O isqueiro ele usa para tentar acender um cigarro que talvez nem fume ou sabendo que ele não funciona mais (o importante é as pessoas notarem o compasso e o esquadro colados nele!). A caneta com compasso encravado na tampa ele usa para mostrar que é maçom àquele que está perto do papel no qual finge estar escrevendo alguma coisa. O relógio da sala não serve para mostrar a hora certa, mas para dizer aos visitantes que o seu dono é maçom.
As estantes da sala não servem para acomodar bons livros, mas para armazenar troféus, medalhas, placas comemorativas, mimos e tudo o mais que avise que há um maçom por ali. O mesmo vale para pratos, talheres, lenços, gravatas, bonés, bolsas, bonecos, malas, bengalas e, pasmem, até revólveres e espingardas! Enfim, qualquer objeto que possa lhe servir de propaganda ele o corrompe.
d) Prejuízos
O Maçom arrogante sabe muito bem que é um desqualificado moral, que carece das virtudes necessárias para dirigir homens de caráter, mas mesmo assim quer assumir o cargo de Venerável e nele perpetuar-se por tempo indeterminado, se possível. Insolente, julga-se o único com aptidão para empunhar o malhete, menoscabando a capacidade dos demais irmãos. Sempre que pode procura manobrar as eleições para que os cargos em loja sejam preenchidos por integrantes de sua medíocre camarilha, que, uma vez empossada, vai aprovar seus atos malsãos e alimentar a sua vaidade. Dessa maneira ele trava as rodas da loja, impedindo-a de progredir, de desfraldar as suas velas.
Nosso personagem costuma mais faltar do que comparecer às reuniões, como já foi dito.
Quando o faz, é quase sempre para tentar colocar-se em destaque, humilhar alguém, violar regulamentos, e fazer prevalecer os seus caprichos pessoais.É claro que ele não age só, pois se assim fosse a sua eliminação seria fácil e sumária. Ele conta com o respaldo de pequenos grupelhos de gente sórdida e submissa, que aprova suas ações, que corrompe e deixa-se corromper. Às vezes conta até com a cumplicidade dissimulada de alguns delegados, que, por motivos políticos ou de ordem pessoal, fazem vista grossa aos seus insidiosos manejos e prevaricam no que constitui uma das mais importantes missões dentro da Maçonaria.
Terminado o período de sua administração como Venerável este impostor passa a meter o nariz em assuntos que não mais lhe dizem respeito, usurpando funções de outros irmãos da loja, incluindo as do seu sucessor. Quer mandar mais do que os outros, quer ser o dono da loja; quer admitir candidatos sem escrutínio para engrossar a sua camarilha; quer manobrar a todos e violar leis. Expõe os Aprendizes e Companheiros a constantes querelas com outros Mestres, quase sempre motivadas pela vaidade e pela sede de poder.
Especialista em apontar erros nos outros, o maçom arrogante jamais admite um seu. Quando, porém, as circunstâncias tornam isso impossível, ele o faz rangendo os dentes e disparando setas em todas as direções, muitas vezes ferindo os poucos irmãos que o querem bem. Além de tudo é um indivíduo vingativo. Caso sofra uma contrariedade qualquer, ou veja descartada uma irracional conjectura sua, ele passa a fomentar intrigas e provocar cismas na loja. Aquele que for investigar as causas que levaram uma determinada oficina a abater colunas notará em seus escombros a marca indelével de sua mão, que muitas vezes deixa impressa com orgulho!
Elemento altamente desestabilizador e perigoso, o maçom vaidoso é o principal responsável pelo enfraquecimento das colunas de uma loja, pela fuga em massa de bons irmãos, e pela decadência da Maçonaria de uma forma geral. Quanto maior for o seu número agindo no corpo da Maçonaria, mais fraca, enferma e suscetível à contração de outros males ela se torna, mais exposta a escândalos e prejuízos ela fica. Sua eliminação é, portanto, condição si ne qua nom para a conservação da saúde de nossa Sublime Instituição.
O texto foi extraído do livreto do Irmão Ricardo Vidal “Os dois coveiros da Maçonaria”.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Lendas do Bode


O Maçon Raul Silva conta que, na Europa, quando os maçons foram caçados pela inquisição (como aconteceu na época de Napoleão) os maçons tinham que se reunir, secretamente, na casa de um de seus membros (e cada vez a reunião ocorria em um lugar diferente).

Mas, se era em um lugar diferente, como saber onde seria?

Simples. Um Irmão passearia com um bode, pela cidade, sendo esse o sinal de que a reunião ocorreria em sua casa.

É uma história interessante, mas acontece que isso é apenas uma lenda, que o próprio autor, quando a apresenta, já nos avisa que se trata apenas de uma lenda.

Outra lenda – porém, muito aceita como verdade – é a do consagrado escritor José Castellani, que nos conta que essa denominação (dos maçons serem chamados de “bode”) vem dos maçons que eram torturados e não entregavam seus irmãos. Eles “eram como Bodes”.

Mas o que os “bodes” tem haver com isso?

Castellani conta que, no começo do Cristianismo, havia a prática da “expiação dos pecados”, por parte dos Judeus, através dos Bodes. Eles relatavam suas “falhas” aos bodes, para dividir o fardo e, ainda sim, ter seus segredos guardados.

Ele também nos conta que foi desse ato que surgiu a ideia de confissão, na Igreja Católica, onde o cristão conta seus pecados ao padre – mas que este, pelos votos, tem a obrigação de não contar a ninguém.

Acontece que esta também é uma lenda, e não temos nada que comprove a veracidade desse relato.

A versão mais provável

Nicola Aslan, que é outro grande expoente da Ordem, afirma que a lenda só começou devido a associação da Maçonaria ao Baphomet (e essa é a versão mais próxima da verdade, hoje em dia).

O Baphomet era um símbolo Templário e foi associado à Maçonaria devido ao sensacionalista Léo Táxil que, em um de seus livros, relatava uma série de absurdos sobre a relação deste Ser, com a Ordem. Ele havia iniciado na Maçonaria, de fato, mas não há relatos de que ele tenha ido além do Grau 1.

A obra fez muito sucesso e foi creditada como verdade – tanto pela Igreja como pelos demais religiosos. No entanto, não demorou muito para que o próprio Táxil desmentisse essa história toda e contasse que a obra não era verdadeira – porém, a semente já estava plantada.

É claro que, na época, os cristãos diziam que Táxil estava com medo dos Maçons e, por isso, disse tudo isso. Mas era apenas uma tentativa da Igreja de não parecer tão ingênua por ter acreditado em tudo aquilo.

Táxil chegou a responder à Igreja: “Vocês realmente acharam que eu havia me convertido ao cristianismo?”

Infelizmente, mesmo com tudo isso, Leo Táxil é, até hoje, defendido como verdade por muitos religiosos que entendem tanto de maçonaria quanto entendem da própria religião.

Particularmente, eu bem gostaria que houvesse um Grau que explorasse o Baphomet – que é um símbolo fantástico. Certamente seria muito rico para a Ordem.

Mas até é possível que tenha. Tantos ritos foram perdidos que é bem provável que exista um que o contemple.

Mas o que era o Baphomet?

Acredita-se que ele tenha tido ligação com os Templários porque alguns de seus cavaleiros confirmaram – nas torturas de Felipe, o Belo – terem prestado reverência a um símbolo cuja as descrições eram semelhantes aos do Baphomet (mas nunca ficou claro ao que exatamente eles estavam se referindo) e, por serem encontradas supostas referências ao mesmo nas suas construções.

Nas construções góticas Templárias, em que podem ser identificadas algumas imagens que se relacionariam diretamente com a descrição de Baphomet, eles são, aparentemente, tomados por gárgulas. Porém, se analisarmos bem, podemos ver que seus símbolos são referentes ao mesmo. As figuras mais famosas estão nas construções da Comendadoria Saint-Bris-Le-Vineux e da Igreja de Saint-Merry. Entretanto, a imagem mais conhecida de Baphomet foi feita pelo escritor e martinista Eliphas Levi, no século XIX.

Não havia uma imagem padronizada do Baphomet, na época. Ele geralmente era parecido com um Gárgula de chifres. Sendo que alguns tinham mais elementos que os outros – mas nunca perdendo seu objetivo de apresentar as bases Alquímicas.

Para facilitar o estudo utilizarei (para a explicação) o Baphomet de Eliphas Levi.





Os Símbolos de Baphomet

É muito comum, nas imagens Alquímicas, a representação dos 4 Elementos – e, com Baphomet, não é diferente. Temos a “tocha” na cabeça do Baphomet, representando o elemento Fogo. As “escamas” em seu corpo, representando o elemento Água. Suas “asas”, representando o elemento Ar. E, por fim, suas “patas de bode” que representam o elemento Terra.

O “cubo” (ou o quadrado), que ele está em cima, tem como simbolismo a Matéria (ou o físico). Representando aí o domínio sobre a matéria (sobre o plano físico).

O Pentagrama na testa de Baphomet representa a Magia ou o “Homem Perfeito”. Esses dois sentidos estão ligados, entre si, quando levamos em consideração o significado da palavra “magia”.

O termo se origina na Língua Persa, “magi” ou “magus”, que significa Sábio. Os considerados sábios (os homens perfeitos), no mundo persa, foram aqueles que eram capazes de traduzir os mistérios da natureza e sua relação direta com o Homem. Daí a relação da Magia com o Homem Perfeito.

Nos braços de Baphomet temos escrito os termos “Solve” (o braço direito, que aponta para cima) e “Coagula” (no braço esquerdo, que aponta para baixo). O Solve significa dissolver o Agente Mágico, e o Coagula significa coagular esse “agente” no plano físico.

Eliphas Levi defendia a ideia de que se podiam materializar todos os pensamentos do Plano Mental (que seria o plano dos pensamentos e das ideias) no Plano Astral (que seria o plano das energias e das emoções). Seria basicamente dizer que é possível, em nosso mundo, conseguir o que se deseja apenas com a “força do pensamento”. Essa ideia é amplamente aceita nas diversas correntes místico-ocultistas e se tornou mais conhecida devido a ocultistas como Aleister Crowley. Hoje em dia, a mesma ideia é exposta (de forma superficial) no livro “O Segredo”. A posição dos braços representa o axioma Hermético que diz: “tudo que está em cima é como tudo que está em baixo”.

Outra representação muito comum (em símbolos alquímicos) é a do “masculino e feminino”. Nele encontramos tanto o falo masculino, que na imagem de Baphomet, é o Caduceu de Hermes, representando a Kundalini (a força produzida pela junção das energias dos chackras masculinos com os chackras femininos), como também encontramos os seios femininos, representando a fertilidade e a maternidade.

Encontra-se também uma cabeça com características de três animais (o cão, o touro e o bode). E não é a única imagem que contém uma cabeça que represente diversas características em uma só.

Enfim…

Espero que esse Post tenha lhe ajudado a compreender as origens que levaram as pessoas a crer que existia alguma relação entre Bode e Maçonaria. Espero também que a figura de Baphomet não pareça mais tão “misteriosa” assim.

É realmente complicado desmistificar isso quando, a maioria dos Maçons, responde apenas que “não tem bode nenhum na maçonaria” – e a explicação acaba por aí.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A importância do C.•.M.•. no desenvolvimento da Maçonaria

Esteio, 01 de julho de 2011

Grande Oriente do Rio Grande do Sul
Loja Luz, Vida e Amor


A importância do C.•.M.•. no desenvolvimento da Maçonaria


Venerável Mestre
Irmão Primeiro Vigilante
Irmão Segundo Vigilante
Caros Irmãos


O companheiro situa-se como fator de equilíbrio, porque, dirigindo-se aos Aprendizes, lhes estende a mão. Pendendo para os Mestres, recebe consideração maior, prosseguimento dos estudos e permuta de conhecimentos.
Como disse nosso Venerável Mestre ao nosso Irmão Segundo Vigilante, estamos entrando em uma nova fase em nossas vidas Maçônicas, passamos de simples observadores para observados e com isso crescem nossas responsabilidades, pois como agora os Aprendizes estarão se espelhando em nós, procurando ver nossas atitudes, procurando ver em nós as virtudes alcançadas que nos tornaram Companheiros, buscando com isso o seu crescimento para um dia também chegar a este grau.
Em uma Loja sempre deve haver equilíbrio, não só em relação numérica entre Aprendizes, Companheiros e Mestres, mas também um equilíbrio em nossas atitudes. Vamos servir de exemplo para que vários Irmãos se espelhem em nós para poder galgar a este posto e por isso nossa responsabilidade aumenta consideravelmente.
Se nós chegamos a este grau, foi por demonstrar interesse, foi por estudar e trabalhar com afinco, deixando de lado brincadeiras e vícios atos que tínhamos antes do ingresso na Maçonaria e quando Aprendizes, não podemos nunca dar mau exemplo aos que estão nos observando.
A nossa importância agora como Companheiros Maçons está aumentando diretamente com nossas obrigações, devemos servir de elo entre os Aprendizes e os Mestres, podemos dar exemplo e auxiliar aos Aprendizes e solicitar mais conhecimentos dos nossos Mestres. Se conseguimos chegar a este grau, é porque os Mestres viram em nós virtudes de sermos melhores indivíduos e com isso estarão nos ajudando sempre a crescer mais e mais.


Marcos Antonio Peruzzolo
Companheiro Maçom

O significado de passar da Pedra Bruta para a Pedra Cúbica

Esteio, 30 de junho de 2011

Grande Oriente do Rio Grande do Sul
Loja Luz, Vida e Amor

O significado de passar da Pedra Bruta para a Pedra Cúbica

Venerável Mestre
Irmão Primeiro Vigilante
Irmão Segundo Vigilante
Caros Irmãos

Antes de falar sobre o significado de passar da Pedra Bruta para a Pedra Cúbica, vamos relembrar o que é a Pedra Bruta e a Pedra Cúbica para a Maçonaria.
Pedra Bruta: Peça de pedra no estado que sai da pedreira. Simboliza o estado de falta de conhecimento.
Pedra Cúbica ou Polida: Peça de pedra que está em condições de ser assentada na obra.
Pois bem, na nossa vida profana, anterior ao ingresso na Maçonaria, é como uma pedra bruta, retirada da pedreira, não temos conhecimento, não temos discernimento, mas “dentro” de cada Pedra Bruta, existe uma Pedra Polida, e com o trabalho, através das Luzes recebidas no Templo, vamos lapidando, vamos, através de árduas tarefas a serem cumpridas em todos os dias, através do trabalho exaustivo e eterno do “eterno aprendizado”, vamos modulando a mesma para que esta sirva para a construção, já não mais um pedaço informe, mas algo com forma definida para poder fazer parte da construção de nosso Templo interior.
Como fazemos este desbaste?
Com o exercício da eterna paciência, do trabalho e consequente crescimento;
Temos de ir desfazendo as arestas, para favorecer o aparecimento das virtudes;
Temos de ir polindo para que os vícios da vida profana se findem;
Fazendo isso, estamos transformando algo bruto em útil para nós mesmos e para a sociedade.
Todo aquele que realizar este desbaste, se tornará certamente um homem novo mais perfeito.
Claro que esta Pedra deverá continuar sempre a ser polida, pois todo o Maçom é um “eteno Aprendiz” e deve lutar sempre para continuar a adquirir novos conhecimentos e crescimento constante.
O significado pois desta passagem da Pedra Bruta para a Pedra Cúbica é que já se nota uma mudança em nossas vidas, já não somos mais esta Pedra Bruta, se por um lado se ainda falta muito para nos tornarmos perfeitos, já aconteceram mudanças que estão fazendo de nós alguém com uma evolução substancial com progressos em nossa Loja, em nossa vida profissional e familiar.
Estamos prontos para uma nova fase, mudando de uma Pedra Bruta, sem serventia para algo que concreto para servir de alicerce para uma nova sociedade, mais justa e perfeita.



Marcos Antonio Peruzzolo
Companheiro Maçom

A Estrela Flamígera

Esteio, 30 de junho de 2011


Grande Oriente do Rio Grande do Sul
Loja Luz, Vida e Amor


A Estrela Flamígera

Venerável Mestre
Irmão Primeiro Vigilante
Irmão Segundo Vigilante
Caros Irmãos


Muito se tem escrito sobre a Estrela Flamígera e com isso as controvérsias sobre a mesma são muito grande, isso faz com que o C.•.M.•. deva se concentrar ainda mais no que está lendo e saber, por si só, filtrar o que quer levar daqui para diante em sua vida maçônica.
No R.•.E.•.A.•.A.•., a Estrela Flamígera, emblema individual do C.•.M.•., fica localizada acima do pedestal do Ir.•. Segundo Vigilante, é o astro que ilumina a Loja do C.•.M.•.. Com sua tênue radiação de luz, nos faz ver que estamos no caminho certo, estamos crescendo. A luz ainda não é intensa mas já nos dá uma ideia que já temos luz própria. Não a luz intensa do sol mas também não a luz irradiada da lua (que não possui luz própria, depende do sol para brilhar).
Entendo com isso que, como A.•.M.•., devemos sempre observar os M.•.M.•., seguir seus ensinamentos, solicitar sempre sua ajuda, até porque ainda não sabe discernir sobre o que é material e o que é espiritual – isto está representado no avental com a abeta levantada, ou seja, o retângulo representa a parte material e o triângulo a parte espiritual, elas estão separadas; no C.•.M.•. unem-se estas duas partes, pois o mesmo já é capaz de separar sozinho o material do espiritual –, mas como C.•.M.•., devemos tomar algumas decisões individualmente, mesmo sem abandonar o ensinamento e o acompanhamento dos M.•.M.•., devemos iniciar nossa caminhada, dar nossos primeiros passos sozinhos, para isso estamos tendo uma tênue luz para nos guiar, luz essa que emana da Estrela Flamígera.
As estrelas, desde a pré-história até os dias atuais, despertam interesse dos homens, sempre foram e serão usadas como guias nas navegações, para se saber para onde caminhar em um lugar ermo onde com mais nada pode-se contar para se orientar. Assim também a Estrela Flamígera iluminará o caminho que o C.•.M.•. deve seguir em sua vida maçônica.


Marcos Antonio Peruzzolo
Companheiro Maçom

A Águia e o Pardal

O sol anunciava o final de mais um dia e lá, entre as árvores, estava Andala, um pardal que não se cansava de observar Yan, a grande águia. Seu vôo preciso, perfeito, enchia seus olhos de admiração. Sentia vontade de voar como a águia, mas não sabia como o fazer. Sentia vontade de ser forte como a águia, mas não conseguia assim ser. Todavia, não cansava de segui-la por entre as árvores só para vislumbrar tamanha beleza.
Um dia estava a voar por entre a mata a observar o vôo de Yan, e de repente a águia sumiu de sua visão. Voou mais rápido para reencontrá-la, mas a águia havia desaparecido. Foi quando levou um enorme susto, deparou de uma forma muito repentina com a grande águia a sua frente. Tentou conter o seu vôo, mas foi impossível, acabou batendo de frente com o belo pássaro. Caiu desnorteado no chão e quando voltou a si, pode ver aquele pássaro imenso bem ao seu lado observando-o. Sentiu um calafrio no peito, suas asas ficaram arrepiadas e pôs-se em posição de luta. A águia em sua quietude apenas o olhava calma e mansamente, e com uma expressão séria, perguntou-lhe:
- Por que estás a me vigiar, Andala?
- Quero ser uma águia como tu, Yan. Mas meu vôo é baixo, pois minhas asas são curtas e vislumbro pouco por não conseguir ultrapassar seus limites.
- E como te sentes amigo sem poder desfrutar, usufruir de tudo aquilo que está além do que podes alcançar com tuas pequenas asas?
- Sinto tristeza. Uma profunda tristeza. A vontade é muito grande de realizar esse sonho... - O pardal suspirou olhando para o chão... E disse:
- Todos os dias acordo muito cedo para vê-la voar e caçar. És tão única, tão bela. Passo o dia a observar-te.
- E não voas? Ficas o tempo inteiro a me observar? Indagou Yan.
- Sim. A grande verdade é que gostaria de voar como tu voas... Mas as tuas alturas são demasiadas para mim e creio não ter forças para suportar os mesmos ventos que, com graça e experiência, tu cortas harmoniosamente...
- Andala, bem sabes que a natureza de cada um de nós é diferente, e isso não quer dizer que nunca poderás voar como uma águia. Sê firme em teu propósito e deixa que a águia que vive em ti possa dar rumos diferentes aos teus instintos. Se abrires apenas uma fresta para que esta águia que está em ti possa te guiar, esta dar-te-á a possibilidade de vires a voar tão alto como eu. Acredita! - E assim, a águia preparou-se para levantar vôo, mas voltou-se novamente ao pequeno pássaro que a ouvia atentamente:
- Andala, apenas mais uma coisa: - Não poderás voar como uma águia, se não treinares incansavelmente por todos os dias. O treino é o que dá conhecimento, fortalecimento e compreensão para que possas dar realidade a teus sonhos. Se não pões em prática a tua vontade, teu sonho sempre será apenas um sonho. Esta realidade é apenas para aqueles que não temem quebrar limites, crenças, conhecendo o que deve ser realmente conhecido. É para aqueles que acredita serem livres, e quando trazes a liberdade em teu coração poderás adquirir as formas que desejares, pois já não estarás apegado a nenhuma delas. Serás livre! Um pardal poderá, sempre, transformar-se numa águia, se esta for sua vontade. Confia em ti e voa, entrega tuas asas aos ventos e aprende o equilíbrio com eles. Tudo é possível para aqueles que compreenderam que são seres livres, basta apenas acreditar, basta apenas confiar na tua capacidade em aprender e ser feliz com tua escolha.
(Autor desconhecido)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Elevação

Esteio, 18 de maio de 2011

Grande Oriente do Rio Grande do Sul
Loja Luz, Vida e Amor

Elevação

Venerável Mestre
Irmão Primeiro Vigilante
Irmão Segundo Vigilante
Caros Irmãos

Quando fui iniciado minha preocupação e a pergunta que me fiz: O que viram de especial para me convidar a participar da Maçonaria? Espero um dia poder ver o mesmo que eles.
Passado um ano, tornei-me apto a ser elevado. Pela presença em Loja, pelos trabalhos realizados e apresentados, pelos pagamentos na tesouraria e no entender dos Mestres e do Colegiado, estava eu apto a Elevação.
Então surgiu outra pergunta e preocupação: Mas eu me considero apto a ser elevado?
Não questiono a decisão de meus Mestres, pois entenderam que eu era possuidor de qualidades que um Companheiro deve ter, mas devo fazer um retrospecto de meu primeiro ano como Maçom.
Minha vida mudou e muito desde a iniciação, percebo isso no meu dia a dia. Passei a ver os que me cercam com mais atenção, não com sentido crítico e sim querendo entender o que os leva a serem como o são. Aprendi a ouvir mais, falar o necessário, refletir para não ferir ou dizer coisas que não sejam pertinentes, sei que falta muito no sentido do crescer e evoluir com certeza, mas melhorei e muito. Vejo que as pessoas que me cercam percebem estas mudanças, para melhor, como dizem, sem querer mais impor pela força minhas idéias e posições e sim pela coerência, pela lógica. Também, após iniciado, vi que de nada adianta somente participar em Loja sem pesquisar, estudar, ler, discutir, procurar respostas para questionamentos que eu mesmo me fazia ou era instigado. Sei que não posso e nem devo parar neste processo de evolução, buscar cada vez mais o polimento da minha pedra bruta. Procuro fazer em todos os momentos, com afinco e entusiasmo, mas confesso, por vezes saia com dúvidas, me perguntando se valia a pena continuar e sempre obtive a mesma resposta, se parar, se esmorecer, não vou encontrar o que procuro e isso era combustível para continuar.
Vi-me pronto a galgar este grau de C.•.M.•. por me dedicar com afinco a desbastar a P.•.B.•. que me foi possibilitada a ver quando aqui cheguei. Aprendi que um Maçom não deve parar nunca de questionar e que cada resposta ouvida não deve nunca ser considerada plenamente satisfatória, deve procurar, na resposta dada, mas questionamentos para continuar a se desenvolver plenamente e um dos quesitos básicos para isso conhecer a si próprio, e isso, com certeza não é nada fácil, devemos com certeza vencer nossas paixões, nos colocando sempre no lugar do outro e poder sentir o que as outras pessoas pensam de nós, e não só isso, aprender os porquês que elas pensam assim. Muitas vezes o conhecimento do muito nos leva a conhecer apenas o superficial, devemos nos aprofundar mais e mais no que realmente queremos conhecer, neste caso mais vale a qualidade de que a quantidade do conhecimento. Nunca devemos esquecer que a base foi feita com tudo o que aprendemos como A.•.M.•., agora temos de aprofundar os conhecimentos, partir para outro plano, o espiritual, sem deixar de praticar e continuar estudando tudo o que nos foi passado como A.•.M.•.. Como A.•.M.•. descobrimos o ternário, e isso não basta, um C.•.M.•. deve agora seguir a diante. Não se pode querer que tudo esteja pronto, devemos ajudar a construir. Se já temos uma base, vamos construir em cima desta base, e quanto mais sólida ela estiver, melhor e mais reta será nossa construção, e para isso devemos voltar sempre a ser A.•.M.•., não esquecer jamais o que nos foi ensinado e estar sempre pronto para aprender para fortalecer ainda mais a base. Estamos, como o V.•.M.•. diz na nossa cerimônia de Elevação, passando do número três para o número cinco, numa alusão às três viagens feitas na Iniciação para as cinco viagens que devemos fazer na Elevação. Estamos saindo do plano material para o plano espiritual, e isso vai requerer mais estudo, mais afinco, mais trabalho, mais amor em tudo o que se faz, sempre em frente, sem pensar em receber nada em troca, pois o que ganharemos com isso não será nada material e sim o fortalecimento de nosso eu interior.
Também como na Iniciação, a Elevação nos abre portas e me foi mostrado o que devo fazer para continuar a nossa caminhada. E isso me dá força para continuar. As cinco viagens simbólicas e as novas ferramentas que me foram apresentadas, junto com o sinal e palavras e a contemplação da Estrela Flamíngera são atributos que vou levar nesta nova caminhada na batalha de ser merecedor da confiança de todos que estão me ajudando a encontrar as respostas de minhas perguntas para poder me tornar cada dia mais justo e perfeito.


Marcos Antonio Peruzzolo
Companheiro Maçom

segunda-feira, 16 de maio de 2011

COMPANHEIRO MAÇOM

AS FERRAMENTAS DO GRAU DE COMPANHEIRO NAS VIAGENS DA ELEVAÇÃO

Introdução
O Aprendiz, ao completar seus três anos de trabalho, é de se supor que tenha aprendido o significado da posição vertical ou perpendicular, ou seja, a reta que ascende para o reino dos céus, e portanto aproxima-se daquele ser humano hígido, de pé e ativo.
A perpendicular tem sua representação no prumo, que é a jóia do segundo vigilante e é a medida de retidão. Estar a prumo significa estar de forma correta e precisa em qualquer posição na vida, quer familiar, quer profissional ou ainda fraternal.
Nessas condições, o Aprendiz deverá passar ao nível, se comprovadamente tais propósitos foram cumpridos, ou seja, se ele se considera um, homem hígido, de pé e ativo. Pois o nível, simbolicamente, nos ensina que devemos pautar nossa vida dentro do equilíbrio, a fim de que nossas ações se ajustem à perfeição do desejo, dando o equilíbrio necessário para que nossa obra seja permanente e estável, na medida justa e satisfatória. Assim, o nível e o prumo formam o dualismo perfeito e conduzem à sabedoria.
No ritual de elevação, o candidato é informado pelo Venerável que irá passar do número três ao número cinco e, para tal, deverá realizar cinco viagens.

Desenvolvimento
Síntese da Cerimônia de Elevação
O Exp∴, chegando à porta do templo e conduzindo o candidato, bate à porta como no 1º grau. O Cobr∴ Int∴ comunica ao Ven∴ e este manda verificar quem bate. Por sua vez, o Cobr∴ Int∴ informa que é o Exp∴ conduzindo um Ap∴ que deseja passar da Perpendicular ao Nível.
À ordem do Ven∴, o candidato entra como Apr∴, coloca-se entre colunas, à direita do Exp∴, faz a saudação às Luzes e permanece à ordem e com a régua (não graduada) na mão esquerda (apoiada no ombro esquerdo que é o símbolo da Lei da Ordem e da Inteligência, que deve nortear as atividades dos Maçons e os estudos do Companheiro. Ressalte-se que a Sessão foi aberta ritualisticamente.
A seguir, o Ven∴ explica, ao candidato, que ele irá passar do número TRÊS ao número CINCO e que deverá realizar cinco viagens, em alusão aos cinco anos de trabalhos e de estudos, que era, primitivamente, a exigência para que os obreiros aspirassem à ascensão dentro da Ordem. Hoje não se trata de uma graça especial o fato de serdes elevado após um estágio simbólico, o que contudo não é feito indistintamente. Por isso, aquele que é privilegiado, deve tornar-se digno de tal graça, trabalhando com todo zelo.
O próprio Ven∴ ou o Orad∴ explica, a seguir, o significado da Régua de 24 polegadas que o candidato leva no ombro. - Todos os sinais maçônicos devem ser feitos com a mão e jamais com instrumento de trabalho como: malhetes, bastões, espadas, sacolas.

A régua de 24 polegadas
A polegada é uma medida antiga que se afastou do sistema métrico francês; contudo, ainda é usada, posto que esporadicamente, é utilizada por nós brasileiros.
A Maçonaria a adota porque simboliza o dia com as suas 24 horas.
Assim, a régua maçônica mede 0,66 (sessenta e seis centímetros - a polegada é a 12ª parte do pé, ou, 0,0275).
O tamanho da régua já sugere que é um instrumento destinado à construção.
Filosoficamente, o maçom deve pautar a sua vida dentro de uma determinada medida, ou seja, deve programá-la corretamente e não se afastar dela.

Primeira Viagem
Ferramentas: Maço e Cinzel, simbolizando a Vontade ativa, firme e perseverante e o Livre Arbítrio; fortifica-se a Vontade para chegar ao Livre Arbítrio.
Lembra os 5 órgãos dos sentidos.
Antes, a uma ordem do Ven∴, o Exp∴ substitui, na mão esquerda do Aprendiz, a Régua pelo Maço e pelo Cinzel.
Depois disso ele toma a mão direita do candidato, do Norte e do Sul, mas só no espaço entre as Colunas do Norte para o Sul, passando-se, depois, entre colunas e à ordem, sem fazer qualquer sinal, a não ser inclinar ligeiramente a cabeça em sinal de respeito ao Venerável. É comunicado que foi concluída a primeira viagem.
O Ven∴ então fala sobre o significado dessa viagem e sobre o Simbolismo do Maço e do Cinzel - É mister que ressaltar que todos os Irmãos, ao adentrarem o templo, durante a sessão, devem fazê-lo com as devidas formalidades, ou seja: deverá entrar com a marcha do grau.
Significado dessa viagem - palavras do Ven∴ - Meu Ir∴ , esta primeira viagem simboliza o período de um ano, que o Comp∴ deve empregar em aperfeiçoar-se na prática de cortar e lavrar a P∴ B∴ que aprendeu a desbastar, quando Apr∴, com o maço e o Cinzel. Por muito perfeito que seja o Apr∴ lembrai-vos que sozinho não pode terminar a sua obra, visto como os molhes (paredão, que se constrói nos portos de mar em forma de cais, para protegê-lo da violência das águas; quebra-mar) de pedras do Templo que se eleva a Glória do Gr∴ Arq∴ do Univ∴ exigem, um duro e penoso trabalho no Maço, e da firme e aplicada direção do Cinzel, não se desviando do que pelos Mestres lhe foi traçado (pequena pausa).
Dai-me o Sin∴ de Apr∴

Simbolismo do Maço e Cinzel
Maço - O maço é uma espécie de martelo, de maiores proporções, servindo para construir ou para destruir. Maçonicamente, o maço é a ampliação do malhete, instrumento empunhado pelo Venerável Mestre e pelos Vigilante, representando a força e vigor. O maço sugere duas situações, uma ativa, outra passiva; a ativa é quando bate, e passiva quando o objeto batido sofre o choque. O que nos lembra o maço, senão que o usamos na iniciação apenas uma vez, dando três pancadas na pedra bruta?
Podemos tirar uma boa lição desse instrumento tão contundente, usando-o em nós mesmos para retirar as arestas de nossa pedra bruta, objetivado o auto aprimoramento.
A maçonaria é uma escola, mas há viabilidade de uma auto-educação, pois, ao invés de esperarmos que alguém nos bata para aparar nossas arestas, podemos fazer isso nós mesmos, em uma atitude mais suave e precisa.
Reconhecer os próprios erros já é uma prática de desbastamento do espírito, ainda embrutecido da inteligência humana.
Cinzel - Instrumento do grau de Aprendiz, que, com o malho, serve para desbastar simbolicamente a pedra bruta, esta um emblema da personalidade não educada e polida. Representa o intelecto.

Segunda Viagem
Ferramentas: Régua e Compasso, simbolizando a Harmonia e o Equilíbrio. Com elas pode-se construir todas as figuras geométricas existentes. Deus geometriza. A Régua traça a linha de conduta e o Compasso traça um círculo que indica o alcance de nossa linha de conduta.
Esta Viagem tem por objetivo o estudo da Arquitetura e também a Agrimensura, que no Antigo Egito era sagrada e secreta.
Inicia-se pela substituição do Maço e o Cinzel, pelo Compasse e pela Régua de 24 Polegadas. O trajeto é o mesmo da primeira, terminando entre colunas, ficando, o candidato, à direita do Exp∴. Depois da comunicação do término da viagem, o Ven∴ explica o significado dela e o do Compasso e da Régua de 24 polegadas - Arrastar os pés no chão, para as delegações de Lojas.
Significado dessa viagem - palavras do Ven∴ - Meu Ir∴, esta Segunda viagem nada mais é do que o símbolo do segundo ano, no qual o Apr∴ deve adquirir os elementos práticos da Maçonaria, isto é, a arte de traçar linhas sobre materiais desbastados e aplainados, o que só se consegue com a Régua e o Compasso. (pequena pausa)
Ven∴ - Meu Ir∴ , daí o sinal do Toq∴ de Apr∴ ao Ir∴ 2º Vig∴.

Simbolismo do Compasso
O Compasso Filosoficamente, o homem constrói a si próprio, e para que resulte um templo apropriado a glorificar o grande arquiteto do universo torna-se indispensável saber usar cada um dos principais instrumentos da construção.
Dos alicerces ao teto, todos eles são indispensáveis, e quando surgir em nosso caminho algo com aparência de incontornável, lançamos mão da alavanca. Removido o obstáculo, teremos uma edificação gloriosa que nos honrará.
O compasso mede os mínimos valores até completar a circunferência e o círculo onde fixamos uma das hastes do compasso e, girando sobre nós próprios, executaremos com facilidade o projeto perfeito.
O entrelaçamento do compasso com o esquadro será o distintivo permanente da maçonaria. Nossa vida é uma prancheta onde grafamos os projetos que, estudados, calculados os seus valores resultará no caminho completo para a construção de nosso ideal.

Terceira Viagem
Ferramentas: Régua na mão esquerda e Alavanca apoiada no ombro direito. Alavanca simboliza Potência e Resistência; Potência para regular e dominar a inércia dos instintos; a Alavanca é a fé que move montanhas. Está relacionada com a Matéria. Tem duas extremidades: o pensamento e a vontade. Esta Viagem lembra as sete artes liberais do mundo antigo
Para fazer a terceira viagem, é substituído, na mão esquerda do candidato, o Compasso pela Alavanca, continuando a Régua de 24 polegadas. A viagem é igual às anteriores e, no final o Ven∴ dá as explicações sobre ela e sobre a Alavanca. - Trata-se do terceiro ano de estudos. A alavanca é o símbolo da Força , servindo para erguer os mais pesadas fardos; moralmente, ela representa a firmeza de caráter, a coragem indomável do homem independente e o poder do amor à Liberdade.
Significado dessa viagem - palavras do Ven∴ - Meu Ir∴ , esta terceira viagem simboliza o terceiro ano, no qual se confia ao Apr∴ a direção, transporte, colocação dos materiais trabalhados, o que se alcança com a Régua e a Alavanca.
A Alavanca, em lugar do Compasso, é o emblema do poder que, junto às nossas forças individuais, multiplica a potência do esforço e possibilita o desempenho de grandes tarefas.

Simbolismo da Alavanca
A Alavanca - Trata-se de um instrumento utilizado que representa simbolicamente a força. Seu formato, de per si, sugere essa referida força; basta-lhe um ponto de apoio para erguer um peso enorme sob a simples pressão muscular de um braço.
Arquimedes dizia: "Dai-me um ponto de apoio que erguerei o mundo", manifestação filosófica no sentido de valorizar o "ponto de apoio".
Em nossa vida quando no deparamos com algum obstáculo a ser removido e que expressa um esforço impossível, o maçom deve evocar a alavanca e buscar esse "ponto de apoio".
Às vezes , a solução está perto de nós e não visualizamos porque nossa atenção está voltada para o grande obstáculo.
A lição da alavanca é que não há peso que não possa ser removido e, assim, os obstáculos serão removidos, embora ultrapassados , pois a alavanca apenas suspende e, desequilibrando o peso, faz com que este se mova.
Existindo o problema, ao lado estará a solução, basta encontrá-la, o que não é tarefa ingente.
O) "!ponto de apoio" é quem suporta todo o peso do obstáculo e, assim, revela-se a parte mais importante.
Numa fraternidade, cada irmão constitui um "ponto de apoio", que unidos representa a alavanca, devemos aprender a usar esse poder que só a maçonaria propicia.

Quarta Viagem
Ferramentas: Régua e Esquadro que simboliza os propósitos segundo o ideal que inspira.
Viagem destinada ao estudo da Filosofia.
Inicia-se com a substituição da alavanca pelo Esquadro, continuando a Régua de 24 Polegadas.
O trajeto é o mesmo das viagens anteriores e, no final da viagem, o Ven∴ dá a explicação sobre os símbolos. - Esta viagem representa o estudo da Natureza, cujo conhecimento nos leva construção do edifício na direção de seu todo, simboliza ainda meu Ir., nos tempos primitivos da nossa Ordem era mister que o Apr∴ trabalhasse, sem interrupção durante cinco anos, para ser Elevado à Comp∴ . Não quero, com isso, dizer que seja uma graça especial o fato de serdes Elevado hoje, após um estágio simbólico, o que, contudo, não é feito indistintamente, dizendo pelas ciências.
Significado dessa viagem - palavras do Ven∴ - Esta quarta viagem, meu Ir∴, simboliza o quarto ano de um Apr∴, no qual ele deve ocupar-se, principalmente, na construção do edifício, na direção de seu todo, verificando a colocação dos materiais reunidos dando continuidade da obra do Grande Arquiteto do Universo. Esse conhecimento nos traduz que com a aplicação do zelo e da inteligência mostrado no trabalho constante, comedido e aprimorado pode nos permitir orientar nossos IIr∴ menos instruídos.

Simbolismo do Esquadro
O Esquadro - Somente quem souber esquadrejar poderá transformar a pedra bruta em pedra angular e devidamente desbastada, visando - num trabalho - poli-la e burilá-la parta ser transformada em pedra de adorno na construção.
O Esquadro que forma um ângulo reto nos ensina a retidão de nossas ações; o maçom em sua linguagem simbólica diz que pauta a sua vida "dentro do esquadro"
Tudo está na dependência da retidão, tanto na horizontalidade como na verticalidade.
Seguindo-se as hastes do esquadro, teremos dois caminhos que vão se afastando, quando mais distantes seguirem; isso nos ensinará que se nossa vida se pautada de forma correta, encontraremos o caminha da verticalidade espiritual e o da horizontalidade material.
Esse instrumento é imprescindível na construção; caso não for usado, teremos uma obra torcida, sem equilíbrio e pronta para ruir.

Quinta Viagem
Sem ferramentas demonstrando o perfeito desenvolvimento das faculdades internas já enumeradas. Existe uma discussão pelo fato de o Ap∴, candidato a Comp∴, não portar ferramentas alegando-se que estaria ocioso, mas a verdade é que é uma Viagem de meditação, igualmente proveitoso para o trabalho que virá.
Esta Quinta Viagem tem o mesmo sentido horário, conforme o rito de circunvolução. É errado o sentido inverso que em alguns textos ou rituais chegou a ser estabelecido pouco tempo atrás.
A Espada contra o peito simboliza a proteção do Anjo da Guarda para o Homem que, expulso do Éden precisa defender-se do Mal que existe no mundo externo; que ele não entre no seu Templo interior.
O Exp∴ retira o Esquadro e a Régua da mão do candidato, pois, nesta viagem, ele nada leva. O Exp∴, então encosta a ponta de uma espada sobre o peto (lado esquerdo, região cordial) do Aprendiz, que com o polegar e o indicador da mão direita, segurará a ponta da arma, fixando-as. E assim é feita a circulação. - A Quinta viagem significa que, tendo, o candidato terminado a sua aprendizagem material, representada pelas quatro viagens, em que ele conduziu instrumento de trabalho, ele pode aspirar a alguma coisa além do que pode ser percebido no plano físico do Aprendiz. Ou seja, ele está pronto para a transição do plano físico ao plano espiritual, ou plano cósmico.
Significado dessa viagem - palavras do Ven∴ - Terminada, o Ven∴ transmitirá o seu significado.
Esta quinta viagem mostra que o Apr∴ suficientemente instruído nas práticas manuais, deve, durante o quinto e último ano, aplicar-se ao estudo teórico.
Meu Ir∴, não basta estar no caminho da Virtude, para nela nos conservamos; parta chegarmos a Perfeição, são necessários muitos esforços. Segui, pois o objetivo traçado e tornai-vos digno de conhecer os altos trabalhos maçônicos.

Considerações finais
Observando-se o painel do grau de companheiro vêem-se as 09 seguintes ferramentas:

Alavanca, Cinzel, Compasso, Esquadro, Maço, Nível, Prumo, Régua, e a Trolha

O que tem haver 6 destas 9 ferramentas quanto ao desejo do candidato passar da Perpendicular ao nível?
A perpendicular representa o ser humano hígido, de pé e ativo, é a reta que ascende para o reino dos céus; é a escada de Jacó que na sua verticalidade rompe as nuvens do firmamento.
Observa-se ainda outros dísticos, porem não é o caso a ser discutido no momento.
Assim das ferramentas enumeradas, apenas :
O maço, o cinzel, o compasso, a régua, a alavanca e o esquadro serão utilizados na cerimônia de elevação.
Embora, use-se também a espada na 5ª viagem, esta não é ferramenta do grau de companheiro, mas representa a proteção do sigilo que o agora companheiro deverá conservar consigo, ou partilhar com irmãos do mesmo grau ou superior.
Concluindo, de todo os conhecimentos transmitidos, entendemos, que não basta estarmos no caminho da virtude, e nela nos conservarmos,; para chegarmos à perfeição, são necessários ainda muitos esforços, estudo e pesquisas.
A atuação do maçom não se restringe a loja, pois é seu dever é exercer a verdadeira postura maçônica no mundo profano, agindo com tolerância, prudência e respeito pelo ser humano.

O Simbolismo da Elevação a Companheiro
Escrito por Armando Filippi Cravo
Introdução
Inicialmente queremos dar ênfase e chamar a atenção sobre a importância transcendental do simbolismo, que constitui os fundamentos da nossa Ordem, legado que recebemos de nossos antecessores e que continua sendo a maneira mais eficaz de transmitir nosso pensamento e nossa filosofia de vida. É um dos mais dignos suportes no qual se baseia nossa união.
Trata-se da representação visível de uma idéia ou uma força que atrás dele se oculta. É o instrumento através do qual as idéias chegam a se manifestar, e ao mesmo tempo é o mais apropriado veículo, que conduzido adequadamente nos leva precisamente à compreensão da sua identidade. Veda seu conteúdo aos que não estão capacitados para saber; mas revela aos iniciados e aos que estão dispostos a ver adiante das simples aparências, os segredos e mistérios do seu significado.
O conhecimento da verdade é como a luz pura que, refratada em um cristal prismático, se decompõe nas cores primárias. Cada indivíduo, sob a influência de uma determinada cor enxergará a luz de forma diferente de outro sob a influência de outra cor, um dirá que a luz é vermelha, outro dirá que a luz é amarela, ambos estão certos, porém, cada qual conhece apenas uma parcela daquilo que é verdadeiro.
Por outro lado a interpretação dos símbolos depende da posição relativa do indivíduo e do momento psicológico que ele está vivendo, sendo ele um ser único, lerá de forma única a mensagem oculta.
Sendo cada indivíduo um ser único e que, como já visto, o símbolo permite várias interpretações, infere-se daí que cada um terá uma visão única do seu significado , ainda mais, dependendo da sua vivência, cada indivíduo poderá emitir uma interpretação totalmente diferente da anterior, fundamentado no seu conhecimento relativo no tempo e do momento psicológico que está vivendo, porém, não menos verdadeira. Em resumo, cada símbolo pode ser interpretado de infinitas maneiras.
A nós, maçons, interessa buscar em cada símbolo o seu sentido maçônico, aquele sentido que pode nos levar ao aperfeiçoamento moral e ético, que nos ajude a enxergar as irregularidades da Pedra Bruta que somos.

O Grau de Companheiro
O Grau de Companheiro, é o segundo dentro do Rito Escocês Antigo e Aceito. Junto com o primeiro e terceiro são denominados de Graus Simbólicos. Os demais graus do Rito, são conhecidos como os Graus Filosóficos.
O Grau de Companheiro tem como objetivo o estudo das Ciências Naturais, da Cosmologia, da Astronomia, da Filosofia, da História e a investigação da origem de todas as causas de todas as coisas.
Dedica-se, outrossim, ao estudo dos símbolos e, como o faz o 1º Grau, procura conhecer o homem como ser útil na sociedade, buscando colocá-lo a serviço da humanidade para semear bem-estar através do trabalho, da ciência e da virtude.
O Aprendiz Maçom que conclui seu tempo no estágio que lhe foi proposto, julga ter estudado e absorvido os ensinamentos de todos os símbolos que encontrou dentro do Templo, contudo verificará que, ao passar para o 2º Grau, surgem novos símbolos e novas interpretações.
O seu caminho será um pouco mas preciso e filosófico/prático, sem obviamente, somar profundos conhecimentos maçônicos, exigidos gradativamente em sua elevação e posterior exaltação ao 3º Grau.
Por ser o grau intermediário dentro da Maçonaria Simbólica, assume relevante posição o estudo. Ser Companheiro, significa ser o laço de união entre o Aprendiz e o Mestre. Não sendo mais Aprendiz e sem ter alcançado a posição de Mestre, o Companheiro coloca-se como se fora o fiel de uma balança imaginária, equilibrando posições, aspirações e tendências.
Após cumprido seu período, que também é longo, paciencioso e constante, a sua fidelidade lhe dará um prêmio valioso, o de ser aceito como Mestre que é dentro da Maçonaria Simbólica a última posição.

O Simbolismo da Elevação
Devido a complexidade do simbolismo contido na a Elevação, vamos procurar nos deter na conceituação simbólica do ritual das viagens.
Construir, talvez seja o mais perfeito paradigma para o nosso engrandecimento interior. Qualquer criação seja ela física, mental ou espiritual é para nos maçons uma obra de arquitetura. Tanto que na Ordem, Deus é chamado de "O Grande Arquiteto do Universo". Esta alegoria é tão forte que propicia no campo filosófico, a possibilidade de um ser humano alargar infinitamente seus horizontes e galgar sozinho alturas inimagináveis, começando simplesmente por aprender a desbastar sua Pedra Bruta. Essa didática é tão eficaz, que passado somente alguns meses de nossa Iniciação, podemos constatar o quanto evoluímos intelectual, moral e espiritualmente. Sem que nos déssemos conta, subjetivamente, esta imagem penetrou nosso inconsciente e ficou gravada profundamente na nossa psique, lembrando-nos o tempo todo que somos ao mesmo tempo a matéria- prima, a obra e o autor. Assim funciona a psicologia do desenvolvimento maçônico. Estamos começando, ao menos simbolicamente, a nos libertar das paixões, erros e vícios e passando de Aprendizes a Companheiros, deixamos o três para aprendermos o cinco.
Como rito desta passagem, empreendemos cinco viagens, circulando por cinco vezes o Templo, do Ocidente para a Luz do Oriente e retornando sempre ao Ocidente. A cada etapa nos são apresentados diferentes instrumentos e cada vez que retornamos ao ponto de partida nos elevamos a um plano superior.
Entra-se no Templo portando a régua de vinte e quatro polegadas. Na primeira viagem ela é substituída pelo maço e cinzel. Sendo instrumentos complementares, só funcionam em conjunto. Representam, o primeiro: a vontade, a razão e a equidade, o bem julgar e o bem decidir; o segundo: o livre arbítrio, a educação e a influencia do intelecto. São usados para desbastar a Pedra Bruta, a qual fará parte do alicerce da futura construção. Esta viagem nos alerta para os cinco sentidos que são nossas janelas para o mundo físico e nos permitem vivenciá-lo
Na segunda viagem a régua e o compasso substituem o maço e o cinzel. A régua simboliza o método, a lei e a retidão de caráter. O compasso representa o infinito, pelos infinitos círculos que pode traçar. É o relativo e o absoluto coexistindo em um único símbolo.
A Inter-relação entre a régua e o compasso é simbolicamente explicada pela função geométrica dos dois instrumentos. A régua é utilizada para traçar linhas retas que significam a retidão e inflexibilidade do direito e da lei moral. Simbolicamente, ainda a este conceito, opor-se-ia a relatividade do círculo, resultado característico do traçado do compasso, simbolizando a realidade ágil e perene, com a curvatura relativa a cada um de nós. Como somos limitados, devemos nos apoiar na régua para balizar nossa conduta reta, porém sem perder o senso de realidade a que muitas vezes temos que nos render, às vezes devemos nos espelhar no G∴G∴, que escreve certo por linhas tortuosas.
Ainda que o conceito físico da definição de reta nos prove de grande significado simbólico, onde se diz que toda reta é uma pequena secção de curva (perímetro de uma circunferência) com raio infinito, vem nos mostrar que, muitas vezes, o que nos parece reto não o é e, muitas vezes, o que nos parece curvo tão pouco o é.
Com estes dois instrumentos podemos desenhar qualquer figura geométrica e praticando os valores intrínsecos destes símbolos, projetar qualquer planta da Arquitetura Maçônica. Juntos, a régua e o compasso representam a Harmonia e o Equilíbrio. Esta viagem nos mostra o valor da Arquitetura, ensinando-nos as cinco ordens básicas. Cada ordem é representada por uma coluna que irá decorar cada um dos cinco degraus que o Companheiro deverá subir: Dórica, Jônica, Coríntia, Toscana e Compósita. Cada coluna representa também um tema de estudo do Companheiro: Inteligência, Retidão, Valor, Prudência e Filantropia.
Para a terceira viagem conserva-se a régua e recebe-se a alavanca. Esta, simboliza a perseverança, a força moral, o movimento, a vontade acompanhada da inteligência e da bondade. Possibilita que com um mínimo de esforço e com um ponto de apoio preciso, movimentemos, praticamente, qualquer objeto de qualquer peso. Simbolicamente, a alavanca pode também ser interpretada como nosso livre arbítrio, pois pode remover imensos preconceitos alojados na nossa mente, impulsionada apenas pela força da razão e tendo como ponto de apoio a inteligência. Por isso a régua deve acompanhá-la sempre, pois sem a retidão e a moral seus efeitos poderiam ser desastrosos. Nesta viagem nos são apresentadas as artes liberais. A gramática, a retórica e a lógica permitem que nos comuniquemos, transformando a fala em verdadeira arte. A aritmética nos permite a arte de contar, a geometria a de medir, a astronomia a de conhecermos o Universo e finalmente a musica que sendo também matemática, nos permite alcançar altos níveis de contato com as esferas superiores. Em conjunto nos permitem a vivência e o conhecimento plenos do mundo exterior e nos abrem as portas para o mundo interior .
Para a quarta viagem troca-se a alavanca pelo esquadro e foi mantida a régua. Símbolo da equidade, retidão, justiça e disciplina, o esquadro é a soma do nível com o prumo. Seria impossível formatar nossa Pedra Cúbica sem seu auxílio.
Esta representa o ser e sua alma e o Companheiro deverá ter a justa medida, a perseverança e a disciplina para geometrizá-la e polí-la a fim de que cada uma de suas faces resulte na perfeita representação de cada uma das faculdades espirituais.
Empreende-se a quinta viagem sem portar nenhum instrumento, pois como postulantes a Companheiros, naquele momento, já devem ter incorporado suas qualidades. Tem-se apontada contra o peito a ponta de uma espada.
Este ritual nos atenta para a pureza interna que deveremos alcançar e possamos assim atingir as regiões mais altas de nossa espiritualidade. Esta Espada representa o Anjo da Espada Flamejante que guarda o "Portal do Éden", região situada no meio da espinha dorsal. Ela impede que os pensamentos impuros do mundo inferior alcancem e poluam as regiões cristalinas do nosso mundo espiritual. A expulsão do paraíso se deu exatamente por ter o humano usado o intelecto para acumular desejos criando assim o seu inferno. O escopo desta quinta viagem é fazer com que o homem refaça este caminho em sentido inverso e reencontre-se com seu paraíso, ou seja, seu plano espiritual (seguindo esta idéia, algumas Lojas mudam o ritual e fazem esta viagem em sentido inverso).
Assim, alcança-se o primeiro degrau da escada de Jacó. A escada por onde os Anjos de Deus sobem e descem. E como o Grande Arquiteto não nos abandona nunca, envia estes mesmos anjos para nos auxiliar nesta subida. Devemos durante essa escalada para a Luz, manter acesas as chamas da Fé, da Esperança e da Caridade, simbolizadas pela Cruz, pela Âncora e pelo Cálice. Sobretudo devem-se manter acesas as chamas da justiça e da liberdade, a nossa liberdade, a liberdade dos outros, mas principalmente nossa liberdade interior. Que nunca, ninguém, nem nada, possam cercear nosso direito de livre pensar.

Bibliografia
Ritual - Rito Escocês Antigo e Aceito - 2º Grau - Companheiro - Grande Oriente do Brasil – 2001
CAMINO, R - Breviário Maçônico - Para o dia-a-dia do Maçom - Madras Editora Ltda. São Paulo, 1999.
CASTEZLLANI, J. Liturgia e Ritualística do Grau de Companheiro Maçom ( em todos os Ritos)
A Gazeta Maçônica. S Significado dessa viagem - palavras do Ven.: - Paulo ,1987.
FIGUEREDO, J.G. - Dicionário de Maçonaria - Seus mistério, Seus ritos, Sua filosofia, Sua história. Editora Pensamento Ltda, São Paulo, 1996-97-98.
http://xoomer.virgilio.it/direitousp/ini11-35.htm
http://pt.scribd.com/doc/6997567/Ferramentas-Do-Companheiro
http://pt.scribd.com/doc/6997659/Simbolismo-Da-Elevacao
http://euseiqueeusei.blogspot.com/2009/07/as-ferramentas-do-grau-de-companheiro.html
http://www.portalcravo.com.br/armando/index.php?view=article&catid=6:simbolismo&id=186:o-simbolismo-da-elevacao-a-companheiro&tmpl=component&print=1&page
GERVÁSIO de Figueiredo, Joaquim. Dicionário de Maçonaria –
ADOUM Jorge Grau do Companheiro e seus Mistérios –
DA CAMINO Rizzardo Simbolismo do Segundo Grau –
COSTA Frederico Guilherme O Grau de Companheiro por um Companheiro –
Ritual do Companheiro Maçom - GOB

terça-feira, 29 de março de 2011

Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito

Simbólicos ou Tradicionais
1) Aprendiz
2) Companheiro
3) Mestre

Lojas da Perfeição ou Filosóficos
4) Mestre Secreto
5) Mestre Perfeito
6) Secretário Íntimo ou Mestre por Curiosidade
7) Preboste e Juiz ou Mestre Irlandês
8) Intendente dos Edifícios ou Mestre em Israel
9) Cavaleiro Eleito dos Nove Mestre Eleito dos Nove
10) Cavaleiro Eleito dos Quinze ou Ilustre Eleito dos Quinze
11) Sublime Cavaleiro dos Doze ou Sublime Cavaleiro Eleito
12) Grão-Mestre Arquitecto
13) Cavaleiro do Real Arco (de Enoch)
14) Grande Eleito da Abóboda Sagrada de Jaime VI ou Grande Escocês da Perfeição ou Grande Eleito ou Antigo Mestre Perfeito ou Sublime Maçom

Capítulos
15) Cavaleiro do Oriente ou da Espada
16) Príncipe de Jerusalém (Grande Conselheiro)
17) Cavaleiro do Oriente e do Ocidente
18) Cavaleiro ou Soberano Príncipe Rosa-Cruz

Areópagos
19) Grande Pontífice ou Sublime Escocês de Jerusalém Celeste
20) Soberano Príncipe da Maçonaria ou Mestre "ad Vitam" ou Venerável Grão-Mestre de todas as lojas
21) Cavaleiro Prussiano ou Noaquita
22) Cavaleiro Real Machado ou Príncipe do Líbano
23) Chefe do Tabernáculo
24) Príncipe do Tabernáculo
25) Cavaleiro da Serpente De Bronze
26) Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário
27) Grande Comendador do Templo ou Soberano Comendador do Templo de Salomão
28) Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto
29) Grande Cavaleiro Escocês de Santo André da Escócia ou Patriarca dos Cruzados ou Grão-Mestre da Luz
30) Grande Inquisidor, Grande Eleito Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra

Administrativos
31) Grande Juiz Comendador ou Grande Inspetor Inquisidor Comendador
32) Sublime Cavaleiro do Real Segredo ou Soberano Príncipe da Maçonaria
33) Soberano Grande Inspector-Geral.

Conclusão do A.'.M.'.

Esteio, 24 de fevereiro de 2011

Grande Oriente do Rio Grande do Sul
Loja Luz, Vida e Amor

Conclusão do Aprendiz Maçom

Venerável Mestre
Irmão Primeiro Vigilante
Irmão Segundo Vigilante
Caros Irmãos

Depois de freqüentar a nossa Loja, participar das Instruções de Aprendiz e fazer sobre cada uma delas uma peça de arquitetura, bem como me envolver em trabalhos, pesquisas e leituras, trago agora minha conclusão de meu aprendizado até o momento.
Sem sombra de dúvidas o mais marcante de tudo foi a iniciação. Não tem como negar isso, foi realmente algo novo, um abrir de olhos, um esclarecimento para uma nova vida. As viagens, os ensinamentos e a ritualística quando com os olhos vendados, serviram para muita coisa, mas a maior delas foi a formação de uma confiança que tive em todos na condução dos trabalhos. Cada segundo que passava, mais e mais despertava em mim a vontade do conhecimento, de me envolver com tudo o que estava acontecendo. Depois da retirada das vendas, o descobrimento da Luz, bela visão do Templo e, já tratado como irmão, mesmo que neófito, sorvia com prazer tudo o que me era transmitido.
Vieram então as sessões ritualísticas e as Instruções. A primeira nos mostrando toda a riqueza da simbologia maçônica. A segunda, nos mostrando a existência de um ser superior, o caminho que devemos trilhar, bem como nos foi apresentados mais figuras alegóricas. A terceira nos foi revelado e enfatizados os significados dos símbolos e alegorias pelos quais a Maçonaria revela seus segredos aos novos iniciados. A quarta instrução nos foi mostrado as dimensões do Templo e muito enfatizada a Moral Maçônica. Na quinta instrução nos trouxe ao conhecimento a simbologia dos números 1, 2, 3 e 4.
Mesmo quando a sessões não fossem de instruções, muita coisa nos foi ensinado, nos foi mostrado os caminhos que devemos trilhar, as escolhas que devemos fazer, contra o que devemos lutar, as verdades que devemos transmitir e aprende, as vaidades que devemos deixar de lados, como vencer nossas paixões, como escolher o que seguir e o que fazer, toda a atenção que devemos ter com o que e quem nos cercam.
Todas as instruções e mais alguns trabalhos solicitados pelo Irmão Primeiro Vigilante, foram cruciais para o meu crescimento como maçom. Fizeram com que eu olhasse para a vida com outros olhos, com isso eu estava iniciando o polimento de minha pedra bruta. Sei que muito ainda tenho de caminhar para alcançar meus objetivos, mas acredito que já estou engatinhando pelo caminho certo com a forma que estou sendo conduzido pelos Mestres nesta minha marcha.



Marcos Antonio Peruzzolo
Aprendiz Maçom

Quinta Instrução do A.'. M.'.

Esteio, 25 de novembro de 2010

Grande Oriente do Rio Grande do Sul
Loja Luz, Vida e Amor

Quinta Instrução

Venerável Mestre
Irmão Primeiro Vigilante
Irmão Segundo Vigilante
Caros Irmãos

A Quinta Instrução é a última do grau de Aprendiz Maçom.
Depois de conhecer o painel da Loja e de seus símbolos e emblemas, visto nas primeiras quatro instruções, esta servirá pra completar o conhecimento que todo aprendiz necessita para avançar em seu caminho para tornar-se justo e perfeito.
A Ciência dos números é conhecida e utilizada desde a antiguidade, sendo desde sempre, transmitida pelas iniciações.
Com relação à representatividade dos três primeiros números, temos:
Número 1 – (Mônoda) representa a unidade, o individualismo, o astro e o homem, isto é, o princípio ativo.
Número 2 – (Díada) significa o divisível, o símbolo do contrário, o antagônico ou o passivo com relação ao 1, assim sendo, sempre há um “oposto”: ao fogo a água; ao bem o mal; ao escuro a luz; à verdade a falsidade, ao homem a mulher; ao quente o frio; ao alto o baixo; à inércia o movimento; ao preto o branco. Por isso, na antiguidade representava o inimigo, símbolo da dúvida. Diz-se que o Aprendiz não deve se aprofundar no estudo deste número, pois ainda imaturo e fraco no entendimento das tradições, pode guinar para o caminho oposto. Mais uma razão para que o Aprendiz deve sempre ser orientado por um Mestre, quando não diretamente, que indague sempre os Mestres para saber se está no caminho certo. Para que as dúvidas cessem, há a necessidade de acrescer outra unidade para que o equilíbrio se estabeleça,
Número 3 – (Tríada) representa o equilíbrio, é atribuído à trindade de Deus, o pensamento o amor e a ação, a Tríade. Representa nossa “válvula de escape” da unidade e do binário, pois no Ternário, procedemos a conciliação do Binário e da Unidade. Três representa a Luz (Fogo, Chama e Calor), três são os pontos que o Maçom deve ser orgulhar de apor junto a seu nome, Três são as qualidades essenciais para todo o Maçom, Vontade, Amor e Inteligência e SEMPRE estas Três qualidades devem andar juntas, pois devem andar sempre em equilíbrio. De nada serve A Vontade e o Amor sem a Inteligência por não se saber como usar esta vontade cheia de amor, Nem somente o Amor com a Inteligência, mas se não se tiver Vontade, nada será feito. E de que adianta ter Vontade e Inteligência se falar o Amor? Do mesmo modo que individualmente cada uma destas qualidades não trarão nada a ninguém. De que adianta ter Vontade sem Amor e sem Inteligência? De que adianta se ter Amor se não se tem Vontade nem Inteligência? E fazer o quê com a Inteligência na fala do Amor e da Vontade?
O número três representa o espírito.
O número 3 é o primeiro número perfeito e completo em energia, pois somados o primitivismo do 1 ao antagonismo do 2, surge o equilíbrio, a expressão do absoluto, contendo o Ativo e o Passivo.
Podemos dizer que o mundo é real e triplo, pois se o homem se compõe de três elementos, o corpo, a alma e o espírito, o Universo é dividido em três esferas concêntricas, o mundo natural, o mundo humano e o mundo divino.
A Tríade também é a base da geometria, pois o triângulo é sua principal figura, embasa também a música, pois um acorde é composto de no mínimo três notas.
Faz parte da mais singular composição da família, o pai, a mãe e o filho, representando o Ativo, o Passivo e o Resultado.
No catolicismo encontramos demonstrada com grande insistência, como no Batismo, Crisma e Comunhão; Pai, Filho e Espírito Santo; e nas três virtudes teológicas: Fé, Esperança e Caridade. Três reis foram adorar o menino Jesus ao nascer, estes mesmos levaram três presentes, Pedro, mesmo tendo negado Cristo por três vezes, recebeu as três chaves do paraíso e até mesmo o Mestre, após sua morte, ressuscitou no terceiro dia.
Na Maçonaria também, e não poderia ser diferente, faz parte em infindáveis atributos relacionados ao três:
É composta por Aprendizes, Companheiros e Mestres;
O Templo é sustentado por três colunas, Sabedoria, Força e Beleza;
A divisa da Ordem é composta pelos conceitos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, guardados por um dês seus mais significativos símbolos, o triângulo;
Uma Loja tem três jóias móveis e três jóias fixas;
A Idade do Aprendiz Maçom é de três anos;
Para sua aceitação percorre três viagens;
Dá-se três pancadas na porta para se “anunciar” à porta do Templo;
Adentrando ao Templo se faz com a Marcha por três passos;
No Cumprimento, tem-se o Tríplice e Fraternal Abraço;
O Toque também tem presente o três;
O mesmo acontece com a Bateria, são três golpes;
Na aclamação a palavra é repetida também por três vezes;
Três pontos que se deve usar junto ao nome na assinatura;
Também para alcançar o Grau de Mestre, deve subir os Três Primeiros Degraus;
A Maçonaria orienta-se principalmente pelas Três Primeiras Artes, a saber: a Gramática, a Lógica e a Retórica;
Temos também o telhamento que está ligado à configuração do três, onde há três respostas composta por tríplice analogia:
P- Que trazeis?
R- Amizade, Paz e Prosperidade...
P- A quem representais?
R- ...T.’.F.’.A.’. ...
P- Que vindes aqui fazer?
R- Vencer minhas paixões, submeter minhas vontades e fazer novos progressos na maçonaria.
Como vemos, a presença dos números em nossa vida profana é grande e muito maior ainda na simbologia Maçônica.



Marcos Antonio Peruzzolo
Aprendiz Maçom

Quarta Instrução do A.'. M.'.

Esteio, 07 de outubro de 2010

Grande Oriente do Rio Grande do Sul
Loja Luz, Vida e Amor

Quarta Instrução

Venerável Mestre
Irmão Primeiro Vigilante
Irmão Segundo Vigilante
Caros Irmãos

A Quarta Instrução, é dividida nitidamente em dois temas centrais. O primeiro, da Forma e Dimensões do Templo, bem como sua Sustentação, e o segundo tema, trata da Solidariedade, da Moral Maçônica e de como devemos agir na ajuda a nossos semelhantes e o combate à ignorância e o fanatismo.
Nosso Templo é um quadrilongo que se estende do Oriente, onde nasce a Luz, ao Ocidente, onde esta Luz é espalhada, bem como a ciência e a civilização, que surgiram no Oriente e se espalharam para o Ocidente, também a Doutrina do Amor, da Fraternidade e o Cumprimento da Lei vieram para o Ocidente a partir do Oriente. Sua largura vai do Norte ao Sul e sua altura do Zênite (Terra) ao Nadir (Céu). Isto quer dizer que não tem limites, compreendendo todo o universo.
O sustentáculo da Loja é feito por três Colunas, a Sabedoria representada pelo Venerável Mestre, a Força representada pelo Irmão Primeiro Vigilante e a Beleza representada pelo Irmão Segundo Vigilante. A Sabedoria deve nos orientar no caminho da vida, a Força deve nos animar a sustentar nossas vicissitudes e a Beleza deve adornar nossas ações, nosso caráter e nosso espírito. Estas colunas também representam Salomão pela Sabedoria, Hiram pela Força e Hiram Abif pela Beleza. Sabedoria, Força e Beleza também são conceitos de virtudes morais que todo o homem deve ter, principalmente o maçom, representando a Fé, a Esperança e a Caridade.

Estas são as três Luzes, as Três Colunas que são os sustentáculos de nossa Loja:

Venerável Mestre – – – –Irmão Primeiro Vigilante – – –Irmão Segundo Vigilante
Sabedoria – – – – – – – –Força – – – – – – – – – – – – Beleza
Salomão – – – – – – – – Hiram – – – – – – – – – – – – Hiram Abif
Oriente – – – – – – – – – Ocidente (Norte) – – – – – – –Ocidente (Sul)
Mundo Espiritual – – – –Mundo Material – – – – – – – –Mundo Material
Coluna Jônica – – – – – Coluna Dórica – – – – – – – – Coluna Coríntia
Minerva ou Atenas – – – Hércules – – – – – – – – – – –Artemis ou Diana Vênus
Verdade – – – – – – – – Justiça – – – – – – – – – – – – Harmonia
Esquadro – – – – – – – –Nível – – – – – – – – – – – – – Prumo

A segunda parte da Quarta Instrução, nos fala de que devemos combater com todas nossas forças à ignorância por ser ela a causa de todos os vícios e tem como princípios o “nada saber”, “saber mal o que sabe” e “saber outras coisas além do que deve saber”. Todo ignorante não tem a tolerância que todo homem deve ter, nem amor fraternal e nem mesmo respeito a si mesmo, perturbando com isso a sociedade como prega o verdadeiro maçom, evitando que o homem conheça seus direitos, fazendo com isso que o homem ignorante seja um escravo, por serem inimigos do progresso e da ciência impedem o conhecimento da verdade dos bons costumes do Bem e da Perfeição.
Devemos também combater o fanatismo por que o mesmo perverte a razão e conduz seus seguidores, em nome de um deus a praticarem atos condenáveis. Dentre o fanatismo existe a superstição, contrário a toda razão e idéias que se deve ter a Deus, transformando em uma religião de ignorantes, tornando-se os maiores inimigos da religião, da felicidade, da harmonia que deve existir entre os povos, tornando-se um tormento e um flagelo para a humanidade. Como combatemos isso? Com a Solidariedade, mas ao contrário que muitos pensam, a Solidariedade não somente entre os Irmãos Maçônicos, mas a solidariedade entre todos os homens. Somente fanáticos, ignorantes e supersticiosos podem pensar que dentre nossas práticas está o amparo a somente a nossos Irmãos, é claro que em igualdade de condições, devemos sempre amparar a estes por os conhecer e saber que são livres e de bons costumes, mas um de nossos princípios e tratar todos com igualdade, independente de credo, cor, raça ou facções políticas. Todo verdadeiro Maçom deve conhecer a seus Irmãos e notar se os mesmos estão se afastando da Moral e da Honra, estes não devem ser amparados por nós em detrimentos de profanos que levem em seus corações, mesmo não sendo Maçons, a Harmonia e o Amor Fraternal que buscamos em todos. Buscamos a solidariedade a quem pratica o Bem, a quem sofre com a ignorância e são deixados de lado pela sociedade. A Solidariedade e a Moral Maçônica deve estar junto com as causas justas e nobres.
Mesmo que nos nossos juramentos prometemos defender e ajudar nossos Irmãos, o fizemos sempre que o necessitarem, mas se ele se desviar da Moral que pregamos, tornando-se um mau pai, um mau filho, mau irmão, cego pela ambição, fugindo dos Bons Costumes, é ele que se afasta de nós, e não nós que nos afastamos dele. Não devemos cometer injustiças somente para auxiliar um Irmão se este não é merecedor. Nossa Ordem nos ensina a amar a Pátria e a sermos bons cidadãos e não seria justo auxiliar um Irmão que não segue nossos princípios em detrimento de qualquer pessoa que trabalha incansavelmente pelos interesses da Sociedade e da Pátria. A Maçonaria não é uma “fábrica de santos”, devemos sempre estar atentos a deslizes que porventura alguns de nós estejam cometendo em proveito próprio para galgar elevadas posições. Devemos tomar o máximo cuidado, pois por melhores que sejam nossas intenções de fazer dos que nos cercam em nossas Lojas, muitos se infiltram e podem corromper a outros.
Devemos nos educar, nos instruir, corrigindo nossos defeitos e ajudando a corrigir os defeitos que por ventura um Irmão possa a ter.
Nossa Fraternidade nos ensina a dar e não a pedir sem justa necessidade.
Devemos viver em Harmonia, procurar esta Harmonia com todas as nossas forças, pois isso irá fortalecer nossas colunas, devemos separar o joio do trigo para cada vez mais sermos fortes na busca da Moral e com a Sabedoria que nosso Venerável Mestre nos transmite, a Força que encontramos em nosso Irmão Primeiro Vigilante e a Beleza que nosso Segundo Vigilante nos ajuda a ornar nossos atos, fazer um mundo melhor, mais justo e perfeito para se viver.



Marcos Antonio Peruzzolo
Aprendiz Maçom

Terceira Instrução do A.'.M.'.

Esteio, 23 de setembro de 2010

Grande Oriente do Rio Grande do Sul
Loja Luz, Vida e Amor

Terceira Instrução

Venerável Mestre
Irmão Primeiro Vigilante
Irmão Segundo Vigilante
Caros Irmãos

A Terceira Instrução, ao contrário das duas anteriores onde foi enfatizados os significados dos símbolos e alegorias pelos quais a Maçonaria revela seus segredos aos novos iniciados e demonstram o caminho e a boa conduta que devemos seguir para nos tornar verdadeiros maçons, na terceira encontramos o conceito de Maçonaria, que é a união de escolhidos que seguirão uma doutrina, tendo por base o G.’.A.’.D.’.U.’., seguindo a regra natural das coisas, buscando a Verdade a Liberdade e a Lei Moral, tendo sempre como princípio a Igualdade, Fraternidade e o Progresso com a finalidade única de procurar a felicidade dos povos, sem preconceitos, sem distinção de credos, cores ou posição social e política.
Trás os deveres que o Maçom deve ter para consigo e para a sociedade que é venerar, sobre todas as coisas, o G.’.A.’.D.’.U.’., em todos os momentos, sem nada esperar em troca; tratar a todos, irmãos e profanos com igualdade e respeito, combatendo a ambição que nos assola e que atrapalha o convívio, bem como o orgulho que sempre devemos deixar de lado, procurando sempre fazer o bem livre de preconceitos; lutar contra todo e qualquer flagelo da Humanidade, a ignorância, os vícios, o fanatismo, pois isso atravanca o progresso de qualquer povo; dar a todos o direito de escolha, instruindo a fazer ver a estas pessoas qual a escolha que é condizente com a Moral; estar sempre pronto a ajudar as pessoas a encontrarem o melhor caminho a ser trilhado. Devemos fazer tudo isso por ter fé em tudo o que acreditamos, ter coragem de nos interpor quando a Moral está sendo deixada de lado, enfim, buscar sempre a fazer o Bem, independente dos obstáculos que teremos de transpor para alcançar nossos objetivos.
Fomos instruídos de como nos devemos fazer reconhecer Maçons, através do Sinal, do Toque e da Palavra bem como também o significado de cada um deles, a saber, o sinal como a honra de saber guardar os segredos que nos são dados a conhecer, preferindo ter a garganta cortada a revelar estes segredos; o Toque, certamente diferente em cada grau, nos fazer revelar em que grau nos encontramos e a Palavra, que tem como significado Beleza, Força e Apoio, não devendo ser pronunciada.
Para nos fazer lembrar porque estamos aqui, foi também relembrada que nossa vontade de sermos Maçons foi por sermos livres e de bons costumes e nos julgamos prontos para procurar a luz e entramos na Loja através de escolha e convite de um amigo que agora reconhecemos como Irmão, entrando despojados de qualquer metal para nos lembrar do estado primitivo da Humanidade, sem vícios.
A Loja que nos recebeu, para ser Justa e Perfeita deve ser governada por três irmãos, cinco que a compõe e sete a completam, sempre obedecendo a uma Potência Maçônica e que pratique rigorosamente todos os princípios da Maçonaria.
Para poder adentrar na mesma, iniciamos com três pancadas que significa “Batei e serei recebido”, Pedi e receberei”, “Procurai e encontrai”. Estes ensinamentos devem nortear nossa nova vida, se queremos ser recebido devemos mostrar humildade e bater à porta onde sabemos que iremos encontrar guarida, se precisarmos de apoio, de bons exemplos, de harmonia, de esclarecimentos para nossos atos, devemos pedir que prontamente seremos atendidos, se estamos procurando, como todo verdadeiro Maçom deve procurar, o melhor caminho para trilarmos, devemos procurar em nossos Irmãos que com certeza isso nunca será negado.
Nos foi brindado ainda com a lembrança das viagens que fizemos quando de nossa iniciação, com os olhos vendados, lembrando que as três viagens simbolizam a conquista de novos conhecimentos, os olhos vendados lembram as trevas e os preconceitos do mundo profanos que ora estamos deixando bem como a necessidade de que o homem tem de procurar a Luz, estávamos também com o pé direito descalço e o braço esquerdo e o peito desnudos para exprimir que eu dava meu braço a Instituição e meu coração a meus Irmãos, e o pé descalço, o respeito que devemos ter ao Templo. Cabe-me lembrar que no momento que estava sendo conduzido pelo interior do Templo, o fiz mesmo com o coração, sabedor que tudo o que estava sendo ritualisticamente feito, era para eu lembrar sempre da confiança que tenho de ter com meus agora Irmãos. Devo dizer também agora do orgulho que senti em todos os passos que dei vendado dentro do Templo, me sentindo uma ser privilegiado por estar sendo escolhido e posto à prova, provas e questionamentos que venci com certo receio mas com o coração leve de estar fazendo o melhor de mim.
Nada foi esquecido desta terceira instrução, as pontas do compasso em meu peito lembrando a vida profana, quando meus sentimentos e meus desejos não eram regulados pela exatidão, o compasso lembrando a relação dos Maçons com seus Irmãos e com todos os homens, traçando círculos menores e maiores, nos fazendo ver o extenso domínio que é o infinito, os três passos, formando com os pés um ângulo reto, significando a retidão necessária a quem deseja vencer na ciência e na virtude. A Pedra Bruta representando que tudo se encontra em estado imperfeito na natureza e, querendo continuar, devemos saber lapidá-la para sermos Justos e Perfeitos.
A Espada Flamejante tem o significado de defesa para a insubordinação, o vício e o crime sejam repelidos dos Templos e que a Justiça Maçônica seja rápida como os raios que desprendem da espada, emblema dos mais justos e nobres sentimentos.
O Esquadro no emblema do Venerável Mestre, significa que o chefe deve ter um único sentimento, o da retidão. O Nível, que adorna o colar o Irmão Primeiro Vigilante simbolizando a igualdade social. O Prumo, usado pelo Irmão Segundo Vigilante, significando que o verdadeiro Maçom deve ter retidão em seu julgamento. Tanto o Nível como o Prumo devem sempre usados juntos pois um completa o outro, não deixando o Maçom pender por amizades ou interesses, mas caminhar sempre com retidão.
Por último, a explicação de que o trabalho do Aprendiz inicia ao meio dia e finda à meia noite em homenagem a um dos primeiros instituidores dos Mistérios, Zoroastro, que reunia secretamente seus discípulos ao meio dia e terminava seus trabalhos à meia-noite, em um fraternal ágape.

Marcos Antonio Peruzzolo
Aprendiz Maçom

O Avental do Aprendiz Maçom

Esteio, 31 de outubro de 2010

Grande Oriente do Rio Grande do Sul
Loja Luz, Vida e Amor

Avental do Aprendiz Maçom

Venerável Mestre
Irmão Primeiro Vigilante
Irmão Segundo Vigilante
Caros Irmãos

Quando da solicitação que eu fizesse um trabalho sobre o porquê da abeta do Avental do Aprendiz Maçom ser levantada, feita pelo Irmão Primeiro Vigilante, pensei ser uma tarefa fácil e mentalmente pensei em dizer que a mesma era usada assim para proteger o coração do Aprendiz, recém chegada à Loja, suscetível a deslizes da vida profana, em relação ao avental usado na Maçonaria Operativa, usado para proteger o Aprendiz de lascas de pedras brutas no labutar de transformá-la em pedra polida.
Mas só isso não servia para mim, eu queria mais, eu vi que podia mais e, devidamente vestido de meu avental, pelo menos em pensamento, parti em busca de mais respostas e aprofundamento para este trabalho.
Claro que nos dias atuais, esta tarefa tornou-se um pouco menos difícil no que tange ao acesso de informações, mas muito mais difícil em agrupá-las de modo a ser recolhida, filtrada e transmitida a todos os irmãos.
Iniciei meu trabalho procurando a origem do Avental na Maçonaria e aqui cabe uma interpretação particular que acredito deva me seguir por toda minha vida maçônica que iniciou ao meio dia e terminará, penso eu, com minha passagem desta vida, ou seja a meia noite completa. Dedução que faço dos trabalhos maçônicos que iniciam ao meio dia e terminam à meia noite, isto é, como se nossas vidas fossem limitadas a um dia, até o meio dia foi minha vida profana, ao meio dia em ponto fui iniciado e a partir daí, minha nova vida, dedicarei meu tempo ao conhecimento, à razão, aos ensinamentos maçons que, espero eu só findem com minha troca de plano, que ocorrerá à meia noite.
Quero dizer com isso que a interpretação de simbolismos, de ritos seguirá minha vida a partir de agora e estas interpretações, deverão ser feitas em todos os momentos de agora em diante, claro que com o acompanhamento e orientação dos Companheiros e Mestres, mas de nada adiantará se não tiver meu pensamento engajado em tudo isso.
Dito isso posso continuar a vagar em informações e aceitá-los desde que minha própria razão esteja de acordo.
Voltamos ao Avental. Para isso devo ir além da Maçonaria Especulativa, além da Maçonaria Operativa. Quem foi, para muitos estudiosos, o primeiro Maçom? Devo dizer que me seduziu a idéia de que o primeiro Maçom foi Adão, pois quando criado pelo G.’.A.’.D.’.U.’., vivia ele em grande contemplação, em verdadeiro êxtase, vivia em união com Deus, momento em que a alma se funde com Deus. Quando ele foi “tentado” pela serpente, que para os hindus é o símbolo da razão, e para a própria igreja Cristã primitiva simbolizava a vitória de Cristo sobre o Demônio, como foi mostrado no deserto quando o mesmo vagou para jejuar e orar, na verdade ele foi convidado, foi chamado à razão, tirando-o do estado de êxtase e trazê-lo ao conhecimento da realidade, uma vez que sozinho ele não aprenderia nada, mas provando da árvore da vida ele teria condições de conhecer a verdadeira vida, conhecendo o Bem e o Mal. A partir daí, também simbolicamente, adotou uma folha de parreira que é, para muitos, o primeiro avental.
Outra simbologia sobre isso foi que Deus criou o Homem no sétimo dia, no término de sua criação e foi considerada sua obra perfeita. Na ciência dos números, o número 4 representa a matéria, Adão foi feito de terra vermelha, matéria. O número 3 representa o espírito, o sopro divino que deu vida a Adão. A soma é 7, um número perfeito, sagrado, muito estudado na Maçonaria. Significa dizer que o Homem, o sétuplo ser, a mais dileta das obras do G.’.A.’.D.’.U.’..
O Avental do Aprendiz Maçom também leva consigo este número, pois é composto comumente por um quadrado, ou retângulo, 4 lados, encimado por um triângulo, 3 lados, que na soma completam o número 7.
A abeta levantada no Avental do Aprendiz tem um significado material, pois na Maçonaria Operativa, servia para proteger seu peito quando o mesmo carregava as pedras para serem trabalhadas e no trabalho, protegia seu peito das lascas das pedras que o malho e o cinzel arrancavam da pedra bruta no trabalho de moldá-la, na realidade além de proteger fisicamente o corpo do Aprendiz já que normalmente era feito de couro de ovelha, servia também para proteger suas roupas. Já na Maçonaria Especulativa ou Moderna, tem um significado místico. A parte triangular, 3 lados, representa a parte espiritual, e a parte retangular, 4 lados, representa a parte material, como o Aprendiz ainda não é capaz de separar a vida espiritual da material, estas partes ainda não estão ligadas, estão separadas por um cordão, que também separa o corpo de quem usa o avental, da cintura para baixo é a parte material, procriadora, da cintura para cima, está a parte sensitiva, espiritual, que guarda o centro das forças.
O Avental do Aprendiz Maçom deve sempre ser usado com a abeta ou aba levantada, pois esta serve para proteger o chakra localizado na região do plexo solar, serve também para lembrar o Aprendiz Maçom que a parte espiritual (triangular) deve sempre estar acima da parte material (retangular).
Há algumas controvérsias no que tange a origem do Avental, mas é um legado da Maçonaria Operativa deixado para a Maçonaria Especulativa ou Moderna, mas seu significado para um Maçom é sempre a mesma, ligada intensamente ao trabalho que o mesmo deve exercer para seu aperfeiçoamento. É o símbolo do trabalho na construção do templo interior e símbolo das tarefas que devem ser cumpridas para o aperfeiçoamento de todo o Maçom.
Também é o símbolo do iniciado Maçom, representando sua prontidão para o trabalho e é o primeiro símbolo que o Novo Maçom recebe em sua iniciação com a instrução de que o mesmo deve SEMPRE ser usado em Loja, pois verdadeiramente é a vestimenta do verdadeiro Maçom.



Marcos Antonio Peruzzolo
Aprendiz Maçom