segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Nada


Autor Desconhecido
Tradução do Ir\ Kurt Max Hauser
                Or\ de Porto Alegre - RS
                Publicado no Livro “Coletânea de Trabalhos A Trolha”
                Editora A Trolha - 1993


            Conta-se que perguntaram a Pitágoras, após ter sido Iniciado nos mistérios, o que tinha visto no Templo, tendo ele respondido simplesmente: NADA.
                Porém, Pitágoras era Pitágoras, Se ao sair do Templo egípcio não tinha visto “nada”, não se limitou a sair decepcionado, senão buscando a origem deste “nada”, descobriu que era em si mesmo que não tinha visto “nada mais” que desejos e ilusões. Foi então que começou seu caminho para a sabedoria.
                Muitos Irmãos recém-iniciados se afastam da Ordem porque em nossas Lojas não encontram “nada”, porque o nosso simbolismo não lhes significa “nada”, porque na Maçonaria não se faz “nada”, outros se queixam que nas Lojas se fala muito de simbolismo e “nada”; que a Maçonaria é uma instituição para se fazer amigos e “nada mais”; que só comparecem aos trabalhos da Loja para perder tempo e “nada mais”. Propomos perguntar-nos: o que significa esse “nada” com respeito à Maçonaria?
                “Fulano” não vai mais à sua Loja  porque “não encontrou nada...”. E como é que não encontrou “nada”? Não encontrou o Templo com seu Altar, as Colunas, os móveis e a decoração? Não encontrou os Irmãos reunidos na Loja? E como é que diz que não encontrou “nada” e que o Simbolismo não lhe significa “nada”? Encontrou então pelo menos o Simbolismo... E como é que pode dizer na Maçonaria não se faz “nada” e que na Loja se fala muito e “nada” mais? Então, se faz algo, ainda que seja nada mais que falar...
                Parece que o “nada” que se encontra na Maçonaria não  deve  ser tomado ao pé da letra. O Neófito que entra no Templo encontra algo, porem não encontra o que busca; isto dá margem a várias perguntas:
                1º O “que busca” o profano que solicita ser Iniciado?
                2º O que a Maçonaria “não pode oferecer”?
                3º O que a Maçonaria “pode oferecer”?
                4º “O que encontra” o Neófito ao dizer que “não tem nada”?
                Procuramos responder estas perguntas de um ponto de vista estritamente pessoal.
                1º O “que busca” o profano que solicita ser iniciado?
                Pode solicitar seu ingresso pôr vários motivos, desde o mais grosseiros materialismo, o desejo de encontrar protetores para seus negócios de qualquer espécie, até o motivo de mais elevado sentimento de humanitarismo. Em regra geral, é mistura de tudo, acrescido de curiosidade; e freqüentemente haverá um sentimento da própria imperfeição acrescido do desejo de melhorar-se e de aperfeiçoar-se. Não é raro também que se espere encontrar na Maçonaria um estímulo à ação para compensar a própria falta de atividade; idéias extraordinárias e originais que ponham em funcionamento o pensamento e a imaginação própria.
                É um dos problemas da Maçonaria que, pelo segredo e discrição que devem guardar seus integrantes, o profano chega geralmente a nossas portas, desconhecendo realmente o que o espera, vindo em contrapartida cheio de esperanças e ilusões que vão do inadequado até o absurdo.
                2º O que a Maçonaria “não poder oferecer”?
                A Maçonaria não é feita à medida das ilusões do neófito.
                Se este esperou uma renovação completa de sua personalidade pôr meio de um remédio amostra grátis e que se oferece a todo aquele que entra na Ordem, equivocou-se, Damos-lhes a Luz, as ferramentas para trabalhar, mostrando-lhes a Pedra Bruta e o modo de trabalhar nela. O resto é assunto do Neófito. Tem que trabalhar para receber o “seu salário” e este lhe é dado segundo a quantidade e a qualidade  do seu trabalho. Não poderá exigir que se lhe dê tudo de uma vez sem fazer o menor esforço. Então acontece que o Neófito não acha o que buscava.
                Ele buscava um meio cômodo para tornar sua vida mais fácil e agradável, para sentir-se importante sem esforço algum, para viver em paz consigo mesmo. E como não acha o que buscava, diz simplesmente: “Não encontrei nada”. Com isto, expressa que tudo o mais que encontra não tem importância para ele; e que, aquilo que “não” encontra é o que ele queria e nada mais. Dizer que a Maçonaria não faz nada é outra maneira de revelar que se quer conseguir satisfações de amor próprio a baixo custo. Se na Maçonaria estivesse se cristalizando uma obra de autentico humanismo, poderíamos participar da glória de sua realização sem que tivéssemos o trabalho de planejar e organizar sua execução. Se a Maçonaria fosse aquilo que querem aqueles que se queixam de não encontrar nada nela, ela seria idêntica às sociedades múltiplas de beneficência e clubes de serviço. cujos principais objetivos parecem ser que seus membros apareçam na imprensa escrita e falada a qualquer pretexto. Todas estas satisfações de amor próprio, todas estas ilusões e esperanças vazias, é que a Maçonaria  não oferece. Pôr isto é que, aqueles que buscam isto, não encontram “nada”.
                3º O que a Maçonaria “pode oferecer”?
                Do ponto de vista das pessoas mencionadas anteriormente, “nada”, pois para elas o trabalho, o estudo, não são nada, e se não tiverem a paciência necessária, se afastarão.
                Quanto mais irreais, fantásticas forem suas esperanças, mais necessitarão para encontrar o que oferece a Maçonaria, e que é: trabalho, ferramentas para executá-lo, o “salário” que somente se obtém trabalhando. O Neófito tem que aprender que na Maçonaria não encontrará satisfação alguma senão em razão do seu próprio trabalho.
                Através do seu aprendizado se dará conta de que se a maçonaria lhe der, sem sacrifício, as satisfações que estava procurando, então sim, poderá dizer “que não é nada”. O que acontece é que o homem moderno tem do trabalho  um conceito muito diferente que tinha as corporações de construtores da antiguidade. Para a maioria, hoje, o trabalho é escravidão, atividade mecânica, impessoal, algo que se faz porque tem que se viver e comer, e sem trabalho, não há comida; algo que se faz sem grande satisfação, esperando que o relógio marque a hora da saída. Dali então partimos para o descanso, a diversão, as comodidades. São poucos aos quais a sorte reservou um trabalho construtivo e menos ainda existem pessoas capazes de buscar e achar o descanso em uma atividade de tipo superior, uma atividade criadora. O construtor medieval não se preocupava em apressar o tempo para terminar a catedral, mas sim se detinha nos detalhes da construção, acrescentando uma grande variedades de enfeites e esculturas tão belas como  indispensáveis para a arquitetura, simplesmente porque sentia o gosto de criar algo belo e bonito.
                Nós já não compreendemos mais facilmente este prazer pelo trabalho, Queremos que o trabalho termine o mais depressa possível, para que possamos nos dedicar a outras atividades nas quais encontramos mais prazer.
                Necessitamos voltar a descobrir a vocação artística do homem - a única que lhe dá plena satisfação - é de não servir unicamente de apêndice pensante da maquina, e sim de procurar realizar um trabalho criador.
                4º “O que encontra”  o Neófito ao dizer que “não tem nada”?
                Bate à porta do Templo, se abre a mesma para ele e não encontra nada. O que é este “nada”?
                Já dissemos, tomar a palavra em sentido estrito é um absurdo. Algo ele encontra e se nós o pressionarmos um pouco, ele nos dirá “Não há nada, somente palavras, somente Ritualística, somente Símbolos, somente idéias antiquadas”. Algo portanto encontra, porem não “o que buscava”. E como o que ele encontra não é nada em comparação com o que buscava, diz simplesmente que não há nada.
                Porém, este “nada” não é somente um fenômeno negativo. Este “nada” e como um gérmen, algo novo e grande.
                O Irmão que se afasta da Loja queixando-se de “não haver encontrado nada”, não se limita somente a isto. Afasta-se desgostoso, decepcionado. O encontro com o “nada” o afetou no mais profundo do seu ser. Não achou o que buscava, porém achou precisamente seu próprio desgosto, sua própria decepção.
                Ainda que se vá de nosso convívio, sua decepção o segue. E ainda que não o confesse, não deixará de pensar, de vez em quando, que, para encontrar algo, se necessitam duas coisas: algo que existe e alguém que saiba procurar. Ao lado do seu orgulho, porque ele” não se deixou enganar”, estará a constante inquietude acerca do que terão encontrado os que ficaram e que ele não soube encontrar. Se vê, assim, posto frente a frente, com sua própria insuficiência. Com seu próprio NADA.
                Se for sincero consigo mesmo, reconhecerá que onde não encontrou nada, foi em si mesmo.
                Este é o ponto onde começa a germinar a idéia Maçônica. Se o Irmão chegar a este ponto, começará a ser MAÇOM.
                Autor desconhecido
                Tradução do Ir\ Kurt Max Hauser
                Or\ de Porto Alegre - RS
                Publicado no Livro “Coletânea de Trabalhos A Trolha”
                Editora A Trolha - 1993
                Colaboração:
                Ir\ Edson Fernando da Silva Sobrinho -

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

QUE VINDES AQUI FAZER?


Ir .’.José Prudêncio Pinto de Sá, MI

          Existe uma resposta ritualística para esta pergunta. Com facilidade, qualquer maçom a recita de cor, comprovando que está a par dos conhecimentos básicos para se fazer reconhecer. A pergunta, porém, contém uma significação mais profunda, específica, que podemos analisar antes de adotarmos a resposta como real e sincera.

          VENCER AS PAIXÕES
          Ao declarar que deseja vencer suas paixões, o maçom está assumindo o compromisso de descobrir quais são aquelas que assolam o seu espírito e, mais ainda, como pretende removê-las ou substituí-las. Para isso, ele deve ter plena consciência do que é, como está procedendo no seu meio e o que faz por si, pelos irmãos e pela humanidade. Conhecer-se intimamente é o primeiro passo para derrotar os impulsos menos nobres e fazê-lo transformarem-se em movimento na direção do bem.
          Também é preciso identificar, com muita exatidão, o que são paixões, como se manifestam e do que provém, para que o processo de eliminação não se limite a remover os seus efeitos, e sim, destrua-lhes as causas. De fato, não projetar um ódio sobre o objeto desse sentimento evita que ele produza efeitos externos e, assim, contribui para um relacionamento mais harmonioso com as pessoas. Mas essa atitude não remove o ódio em si mesmo, deixando-o lá, latente, pronto a eclodir a qualquer momento ou a inspirar posturas e ações não condizentes com o aperfeiçoamento que buscamos.
          Tal como Teseu, que se internou no labirinto para aniquilar a besta - o Minotauro - também nós temos que percorrer esses caminhos escuros e sombrios do nosso espírito, para de lá extrair as bestas que devemos combater - nossos vícios - ou seja, nossos defeitos de caráter, a fim de vencida a porfia, de lá podermos assomar mais fortes, mais limpos, mais aptos para o trabalho social a que nos propomos.
          Então, para declarar que vencemos uma paixão identificada, é necessário que tenhamos a certeza de que ela não mais existe e, se não se manifesta, não é por ter sido amordaçada, e sim, porque deixou de compor o nosso eu interior, definitivamente. Esse é o primeiro passo.

          SUBMETER A VONTADE
          A vontade é a capacidade que os seres vivos animados têm de determinarem o seu procedimento de acordo com o que lhe dita à consciência ou o instinto. Nossa vontade humana pode ser controlada pela inteligência, que escolhe os recursos de que disporá para manifestar-se. Assim, à luz dos costumes e leis, somos obrigados a restringir a manifestação da nossa vontade àquilo que pode ser feito ou representado, sem ofensa à lei ou aos bons costumes.

          Isso, no entanto, não impede que, às vezes, procedamos em desacordo com essas leis e costumes, para satisfazer uma necessidade ou desejo. Esta violação das normas e usos vigentes representa um emprego volitivo das nossas capacidades sem o controle adequado da nossa consciência e da nossa mente, representando a fuga do ser de dentro dos limites impostos pelo contexto social.

          É por isso que, na Maçonaria, exercitamos a nossa capacidade de fazer a nossa vontade ficar contida dentro dos limites dos nossos landmarks, leis usos e costumes, que são suficientes para assegurar que seremos pessoas capazes de viver dignamente em qualquer contexto legal. Esse domínio sobre o exercício da vontade depende de intenso treinamento ininterrupto e diuturno, pois sempre há alguma dessas manifestações de indisciplina intelectual e mental pronta para aparecer e nos vencer.

          No labirinto, Teseu guiou-se pelo fio que Ariadne lhe deu e que ficou segurando, à saída, para que o herói pudesse achar o caminho de volta. É esse fio que representa a submissão da vontade a um traçado pré-concebido e pré-existente: as leis os costumes e os usos da sociedade a que pertencemos. Enquanto não pudermos seguir esse fio dourado, não teremos dominado a nossa vontade, para que nos leve ao aperfeiçoamento que almejamos.

          FAZER PROGRESSOS NA MAÇONARIA
          Esta típica expressão maçônica nos mostra que somos maçons para aumentarmos nossos conhecimentos da Arte Real continuadamente, sem interrupção por qualquer motivo. Se frequentarmos regularmente a nossa loja, fazê-mo-lo para continuar esse progresso, através do convívio, da reflexão no silêncio e na meditação impostas pela austeridade ambiental e da atividade intelectiva provocada pelas ações que ali se desenrolam.
          Cada sessão é uma aula sui generis específica, cujo conteúdo tem significado diferente para cada um dos irmãos. As lições lá aprendidas e exercitadas devem se tornar nosso patrimônio intelectual e emocional exclusivo, formador da nossa personalidade maçônica e garante do aprendizado que se segue. Nada substitui, em eficiência, no nosso método de aprendizado, o convívio dos diferentes, com a troca benfazeja e enriquecedora das experiências e opiniões de cada um com todos os outros. Acumulando essas ricas experiências em loja, certamente seremos melhores como cidadãos e como integrantes da Maçonaria e estaremos em condições de propagar essa cultura multicentenária para os nossos pósteros.
          Fica deste modo, respondida a pergunta em epígrafe.

          Tomara que possamos ao respondê-la em alto e bom tom, quando inquiridos, ter consciência do grande significado que oculta, aos não iniciados, as verdades dos nossos trabalhos maçônicos. Que todos possamos refletir sobre ela e criarmos, nós próprios, as nossas respostas, de modo a que sejamos, todos, construtores de um mundo melhor.

Sois Maçom? Reconhecê-lo-ei pelas Vossas Atitudes!



Leonel Ricardo de Andrade
  Desde o princípio dos tempos é da natureza humana a prevalência da emoção sobre a Razão e da vaidade sobre a Humildade e, infelizmente no meio Maçônico isso também acontece, apesar dos Ensinamentos e Princípios Maçônicos focarem a necessidade de um aperfeiçoamento constante, alguns não se submetem a eles e não VENCEM as suas paixões.
  Diante do exposto, ainda existe muita estagnação. E, sob o ponto de vista Maçônico a estagnação é a MORTE, ou seja, a falta de evolução, em especial sob o ponto de vista intelectual, moral e espiritual.
  Como é frequente assistirmos Mestres - "velhos Mestres e Mestres "velhos" estagnados e presos em suas concepções preconceituosas acerca daquilo que desconhecem, simplesmente porque "escolheram não conhecer". Geralmente falam muito e ouvem pouco. Criticam quem ousa tentar. Condenam o que não lhes convêm. Crucificam quem defende o que SONHA e se lamentam por não SONHAREM.
  É impressionante percebermos o quanto alguns Maçons conseguem impor aos demais Irmãos os seus vícios e defeitos. Fazem disso regras de conduta a serem seguidas pelos demais que, subservientes, são tomados pelo imobilismo e nada fazem para mudar.
  Pergunto-me como é possível tanta vaidade e egocentrismo após passar pela C.'. Refl.'., caminhar com Ap.'. M.'., depois como Comp.'. M.'. e por fim como M.'. M.'. e mais, receber os Ensinamentos contidos no L.'.L.'., no Comp.'. e no Esq.'.?
  Eis as causas de tantos desencontros no seio das corporações humanas, inclusive em nossa Sublime Ordem, já que o "MUNDO" não deveria caminhar segundo os interesses individuais, onde as pessoas têm o hábito de atribuir aos outros as responsabilidades por aquilo que não aconteceu de acordo com suas vontades.
  O Irmão deve estar a pensar onde quero chegar e, com a visão fundamentada em questões práticas, exemplifico-vos de uma forma objetiva as atitudes do Ser Humano em sua busca pelo "PODER", quando os interesses individuais e ou de grupos específicos se sobrepõem ao bem comum. Basta que chegue uma disputa eleitoral, seja no condomínio onde moramos, no clube em que frequentamos e, sobretudo, no mundo da política profana, para que os ânimos se exaltem, a razão se confunda e o amor se perca. É por isso que o Maçom precisa buscar incessantemente a submissão de suas vontades e o subjugar as suas paixões, não permitindo que a voz do ego fale mais alto do que a Voz da Razão.
  Pois, é no caminhar diário que o Ser Humano constrói ou destrói o desenrolar de sua vida. Se as suas atitudes forem sensatas e éticas ele criará um clima de carinho, de otimismo, de aproximação, de entusiasmo e de envolvimento, mas, ao contrário, se as suas atitudes forem insensatas e aéticas ele criará um clima de ódio, de pessimismo, de afastamento, de descrença e de desmotivação. Eis porque o destino de um indivíduo e do grupo ao qual ele pertence depende fundamentalmente do conjunto das atitudes de cada um. É a partir delas que ele conquista, ou não, o seu espaço e as suas vitórias.
  Diante do exposto é que agora vos pergunto: Sois Maçom? Reconhecê-lo-ei pelas Vossas Atitudes!

  Um Tríplice e Fraternal Abraço,

Leonel Ricardo de Andrade
Grande 1º Vigilante GLMMG
www.glmmg.org.br
landr...@netsite.com.br
(34) 9926-0891

A PEDRA BRUTA


Irmão Henrique Bosco

  A Pedra Bruta, símbolo do Aprendiz Maçom, é uma das três jóias fixas da loja e está colocada à esquerda da Coluna “B”, próxima ao Altar do 1º Vigilante, nela trabalham os Aprendizes, marcando-a e desbastando-a até que seja julgada polida pelo Venerável Mestre.
   A Pedra, de uma maneira geral, sempre provocou admiração e espanto ao ser humano, sendo bastante reverenciada nas manifestações religiosa tanto pela sua solidez como por sua perduração, a firmeza inabalável, que é atributo da Divindade. Por esta razão, os homens procuraram sempre edificar com pedras os templos dedicados à divindade, proibindo ao povo de construir habitações com outro material que não fosse terra cozida ao sol.
   Na antiguidade, a arquitetura sempre foi considerada como arte sagrada e intimamente ligada aos sacerdotes e à religião. Posteriormente, na Idade Média, foi a arte dos maçons operativos aos quais a maçonaria especulativa sucedeu. Por isso, constituindo a arquitetura uma das bases do simbolismo maçônico, a pedra nele ocupa abundante representação, simbolizando em geral todas as obras morais e todos os materiais de inteligência empregados para fins maçônicos.
   Dentro da simbologia Hebraica, como na Egípcia, a pedra é também o símbolo da falsidade. Assim, o nome de Tiffão, o princípio do mal da simbologia Egípcia, foi sempre escrito em caracteres hieroglíficos, com o sinal determinativo da pedra. Mas a pedra de Tiffão foi a pedra talhada, tendo idêntico mau significado em Hebraico. Desta forma disse Jehovah em Êxodo: “Não construireis para mim um altar de pedras lavradas”; e Josué edificou, no Monte Ebal, “um altar de pedras intactas”; sobre as quais nenhum homem levantou qualquer ferro. A pedra talhada era, desta forma, um símbolo do mal e da falsidade e a pedra bruta um símbolo do bem e da verdade.
   Plantagenet (ou Plantageneta), ao contrário da maioria dos autores maçônicos, considera a pedra talhada como símbolo da obscuridade e servidão, ao passo que faz da pedra bruta o símbolo da liberdade. Diz ele: “E ainda hoje não é vergado sob o fardo da pedra talhada, acabada, composta de todos os prejuízos, de todas as paixões, de toda a intransigência das fórmulas absolutas, aceitas sem controle como expressão da inexpugnável e única verdade, que fazem do homem o escravo de seu meio, que vemos o profano apresentar-se à porta do Templo e pedir à Luz? Uma Loja Justa e Perfeita, proporciona-lhe essa Luz e, ao mesmo tempo, liberta-o iniciaticamente da servidão. Livre, o neófito simbolizará sua liberdade por uma pedra bruta, com a qual ele se identificará. Obreiro da Grande Obra, há de consagrar a primeira parte de sua vida maçônica em desbastá-la...
   Chegará ele algum dia ao fim de suas fadigas?
   Ninguém o pode prever, pois a meta que ele mesmo traçou para si não é tornar a fazer da pedra bruta uma dessas pedras talhadas com as quais o homem edifica prisões, mas sim de transmutá-las numa dessas pedras vivas com as  quais o iniciado levanta templos. O segredo desta operação não está perdido, mas nem sempre é compreendido.
   A Gedalge afirma também, que a pedra bruta é análoga à matéria prima dos hermetistas, devendo ser talhada com cuidado com o malho, para que chegue a apresentar a forma de um cubo. Dentro da alquimia existia um ramo puramente místico a qual numerosos hermetistas se dedicavam.
A preparação da pedra filosofal e as operações alquímicas, nos escritos de certos filófosos, não passam de sucessivas purificações do ser humano na busca do conhecimento iluminador. Para eles o chumbo significava vulgaridade, grosseria e falta de inteligência, e o ouro precisamente ao contrário. Iniciados, desinteressam-se dos bens perecíveis, dos metais ordinários que fascinam os profanos. Relacionam tudo ao homem que é perfectível, e em quem o chumbo é realmente transmutável em ouro. O simbolismo alquímico não se aplica, portanto, à matéria, mas a operações espirituais. As imagens representam a evolução interior. A matéria sobre a qual é preciso trabalhar é o próprio homem. Não é outra coisa senão a purificação do Ser que tornará o homem capaz de ascender ao supremo conhecimento.
   Segundo Aslan ”A pedra bruta é o símbolo da idade primitiva e portanto, do homem em estado natural e sem instrução; é a imagem da alma do profano antes de ser instruído nos mistérios maçônicos. É a representação da cegueira e da ignorância, das paixões humanas indomáveis, da teimosia, do mau gosto e individualismo egocêntrico. A tarefa dos Aprendizes consiste em trabalhar, simbolicamente, no desbaste da pedra bruta, a fim de despojá-lo das asperezas, transformando-a assim numa pedra cúbica mais própria para o trabalho da construção, que na maçonaria é a construção do templo da humanidade”.
   No desbaste de sua pedra bruta, o Aprendiz deverá contar com habilidade e orientação, sob o risco de nada conseguir, a não ser fragmentar a pedra em outras proporções sempre brutas e disformes.
   A pedra bruta representa, pois, a natureza humana ainda não trabalhada, simbolizando a imperfeição da personalidade do aprendiz que ele deve desbastar de sua ganga original. Libertando o seu espírito de preconceitos e vícios num trabalho contínuo de aperfeiçoamento.
   Extraído do Livro: Obreiros em Ação. Livro editado pela ARLS Regeneração Catarinense nº 138, cujos autores, são obreiros da mencionada Loja.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A Vaidade


Ir:. Nelson Camargo de Mello
Or:. de Ibiporã - PR
Este pequeno Trabalho serve apenas de alerta, vamos expor nosso ponto de vista sobre o tema VAIDADE. Antes porém queremos pedir compreensão pela rudeza de como iremos tratar.
VAIDADE, palavra pequena e de fácil pronunciamento, de tonalidade suave aos ouvidos, porém, encerra em muitas ocasiões, situações gravíssimas no comportamento do ser humano, com consequências desastrosas.
A vaidade, literalmente falando, é a qualidade do que é vão, vanglória, ostentação, presunção malformada de si, futilidade, e etc. Dessas qualidades a vanglória é perniciosa pois objetiva o indivíduo jactancioso, ou seja, presunçoso, arrogante e frívolo.
A presunção malfundada de si traz em seu seio situações embaraçosas, notadamente na Maçonaria, visto que aqui todos tratam-se por Irmãos e presume-se que a verdade deve imperar sempre. Essa má fundamentação sobre si levanta claramente suspeitas sobre a idoneidade daquilo falado.
A tão propalada vaidade feminina não traz consequências pois atém-se tão somente na área de estética. A masculina quando não se atém às futilidades torna-se algo de preocupação, encerra-se muitas vezes em disputas desnecessárias, gerando graves problemas de ordem interna, principalmente quando essa vaidade inclui fator poder. O fator poder é inerente ao ser humano, na Maçonaria no desbastar da Pedra Bruta, ou seja, no seu próprio burilamento cada um recebe a incumbência de burilar a si próprio e aos que estão a sua volta.
Arvorar-se na condição do dever cumprido, de ser possuidor de títulos ou de possuir extensa bagagem maçônica, não contribui em nada para os destinos da Ordem. Maçonaria se faz no dia-a-dia, na conquista permanente de novos adeptos e na tentativa da melhoria constante da espécie humana. A busca incessante e permanente da verdade faz da Sublime Instituição, organização sem similar.
A permanência da Maçonaria como instituição respeitável como é, deve necessariamente contar com a renúncia das possíveis vaidades de seus membros para o bem comum.
Mas, vemos com frequência Irmãos desentendidos ou que se fazem de desentendidos, querendo manter a ferro e fogo o seu círculo de poder. Apesar da inerência do poder ao ser humano, o Maçom pelos ensinamentos recebidos não pode a isso se ater.
A perpetuação de uma instituição passa, com absoluta certeza, pelo grau de compreensão de seus membros e na renovação sistemática de suas lideranças.
Cabe a cada um de seus membros renunciar às vaidades e presunções infundadas para o bem.
A título de exemplo, tem Irmãos que gostam de apologizar-se, em descumprir a legislação em vigor, criando com esses atos bolsões de intransigências, que mais tarde derivam-se na mais pura vaidade e arrogância de ser um descumpridor, notadamente, de um poder que não tem coercitividade, que afinal é o caso da Maçonaria.
Para vivermos em Igualdade, sem qualquer Grau de subordinação, é muito difícil; porém, dentro da Maçonaria é necessário.
Não basta respeitar ao Irmão como homem, deve respeitar como Maçom. Não importa qual o Grau ou Rito que freqüente, importa sim, o respeito pelo ato da Iniciação e pela instituição a que o Maçom pertence.
Esta diversidade que o Maçom possui, deve ela crescer sempre em benefício da ordem, e não transformar-se em um poço de orgulho, egoísmo e vaidade.
Ter vaidade de ser Maçom é muito bom e proveitoso, mas ser um Maçom vaidoso e refém do poder, com absoluta certeza, não trará qualquer benefício à Ordem e aos Irmãos.
O tripé de sustentação da Maçonaria: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, não deve ser distorcido de sua real finalidade. Ao viciar qualquer ensinamento ou distorcê-lo é um perjúrio, os Irmãos devem ter consciência disso.
As reuniões costumeiras e obrigatórias, deveriam servir como bálsamo às nossas dificuldades e angústias do dia-a-dia. Infelizmente não é isso que amiúde presenciamos, a praxe é uma guerra surda no sentido de manter posições, ou seja, o "statu quo ante", isso é incompatível com o princípio da Sublime Instituição.
Entre um homem simplesmente vestido de Avental e um Maçom, tem uma diferença significativa.
O valor monetário que cada um possui, não deveria servir de nível para o empreendimento das ações internas. Cada expressão monetária entregue para a guarda e aplicação de cada Irmão, feita pelo G:. A:. D:. U:., deve ser entendida como encargo e não como alavanca do bem ou do mal. Cada centavo de real confiado a cada um, vai ser exigida a respectiva prestação de contas. A parábola dos talentos vem a isso confirmar. Ninguém é dono de nada, apenas o seu guardião, os Irmãos devem isso se lembrar, o nivelamento pelo valor monetário disponível por cada um, não serve para a caracterização do reconhecimento e vinculação maçônica. Cada Irmão deve ser entendido e aceito independentemente, o que vale e significa muito para a Maçonaria são os fatores intrínsecos, isto é, os fatores internos da Ordem, a sua irradiação de valores humanos, hauridos por seus membros em Loja.
A Maçonaria é uma escola de humanismo e disso ninguém pode duvidar. Tanto no estudo da filosofia, da filologia e no campo social, a Maçonaria incute aos seus adeptos essa capacidade de modificação no comportamento e na visão geral da sociedade, notadamente, nas condutas de moral e ética.
Portanto, dentro da ordem, não há espaço para as vaidades pessoais, devemos sim, preservá-la e mantê-la fora dessas situações tão comprometedoras de seu futuro. Não temos o direito de atentar contra seus sublimes princípios.
Meus Irmãos reflitamos nossas atitudes.
Fonte: Homepage de Loja Maçonica TRIUMPHO DO DIREITO

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A Onda Verde

Na fila do supermercado, o caixa diz uma senhora idosa:

- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis com o ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse:

- Não havia essa onda verde no meu tempo.

O empregado respondeu:

- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente.

- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

Realmente não nos preocupamos com o ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Afiávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

Então, não é risível que a atual geração fale tanto em "meio ambiente", mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?



Material retirado da internet, não constava autor nenhum.

quarta-feira, 21 de março de 2012

O ESTRANHO


Alguns anos depois que nasci, meu pai conheceu um estranho, recém-chegado à nossa pequena cidade.
Desde o princípio, meu pai ficou fascinado com este encantador personagem, e em seguida o convidou a viver com nossa família.
O estranho aceitou e desde então tem estado conosco.
Enquanto eu crescia, nunca perguntei sobre seu lugar em minha família; na minha mente jovem já tinha um lugar muito especial.
Meus pais eram instrutores complementares:
Minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau e meu pai me ensinou a obedecer.
Mas o estranho era nosso narrador.
Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e comédias.
Ele sempre tinha respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história ou ciência.
Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro!
Levou minha família ao primeiro jogo de futebol.
Fazia-me rir, e me fazia chorar.
O estranho nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.
Às vezes, minha mãe se levantava cedo e calada, enquanto o resto de nós ficava escutando o que tinha que dizer, mas só ela ia à cozinha para ter paz e tranqüilidade. (Agora me pergunto se ela teria rezado alguma vez, para que o estranho fosse embora).
Meu pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas o estranho nunca se sentia obrigado a honrá-las.
As blasfêmias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidos em nossa casa… Nem por parte nossa, nem de nossos amigos ou de qualquer um que nos visitasse. Entretanto, nosso visitante de longo prazo, usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar.
Meu pai nunca nos deu permissão para tomar álcool. Mas o estranho nos animou a tentá-lo e a fazê-lo regularmente.
Fez com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos.
Falava livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Seus comentários eram às vezes evidentes, outras sugestivos, e geralmente vergonhosos.
Agora sei que meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante minha adolescência pelo estranho.
Repetidas vezes o criticaram, mas ele nunca fez caso aos valores de meus pais, mesmo assim, permaneceu em nosso lar.
Passaram-se mais de cinqüenta anos desde que o estranho veio para nossa família. Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era ao principio.
Não obstante, se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda o encontraria sentado em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia...
Seu nome?
Nós o chamamos Televisor...

(Autor desconhecido, pelo menos para mim)  

terça-feira, 13 de março de 2012

O DEFUNTO VISITANTE


Após solicitação da presidência do Conselho de Kadosch de Brasília para apresentação de um trabalho para uma elevação ao Gr.'. 30, na data marcada estava cumprida essa obrigação. Essa peça de arquitetura deveria ser publicada no Boletim do Supremo Conselho. Juntamente com esse trabalho foi enviada prancha ao Supremo Conselho comunicando também o falecimento do Ir.'.  Nicolas, o grego.
Para surpresa de todos, o Boletim do Supremo Conselho do Brasil não publicou o " trabalho " mas trazia na sua Coluna Fúnebre a relação dos Irmãos falecidos, e entre eles estava o meu nome completo: Innocêncio de Jesus Viégas.
Não demorou muito, os velhos amigos passaram a expressar suas condolências à suposta viúva. Entre inúmeras demonstrações de solidariedade algumas curiosas merecem destaque.
Um velho Ir.'. desejava comprar alguns livros de minha Biblioteca, outro também viúvo deixava transparecer nas entrelinhas o desejo de continuar o meu trabalho ao lado dela, não por questão de sexo, mas pela convivência, pois a solidão é muito dolorosa. Outro Ir.'. velho companheiro de farda comunicou em carta o meu comparecimento a uma sessão espírita onde havia deixado psicografada uma linda mensagem encorajadora a todos os IIr.'.
Apesar da correção posterior efetuada na publicação do Boletim do Supremo Conselho, aproveitei a estada do Ir.'. Raimundo do Or.'. de Boa Vista, em minha cidade e autografei um livro e mandei por este portador ao Am.'. Ir.'. Norberto Delegado do Grão Mestre daquele mesmo Estado.
Isso era Outubro de 1994, o Ir.'. Norberto recebeu o presente, ficou feliz, e logo em seguida recebeu o Boletim do Supremo Conselho, referente aos meses Julho/Agosto de 1994 e lá encontrou o meu nome como tendo falecido em Agosto  Esse Am.'. Ir.'. entre arrepios, não entendia como um morto em Agosto oferecia e assinava um livro em Outubro e após urgente contato telefônico com a suposta viúva que confirmava "eu estava vivo".
Um belo dia em viagens de negócios pelo Interior, desejei visitar os trabalhos de uma Loja onde sabia ter um velho companheiro de caserna. Quando cheguei já era tarde e já estavam trabalhando. Bati a porta como de costume e como resposta à ordem para esperar. Logo veio o 1º Exp.'. com o livro para colher a assinatura e levar a identidade civil e maçônica para a conferência do Ir.'. Orador.
Vou relatar aqui o que ocorreu lá dentro e que me foi contado pelo laborioso Ir.'. Secretário, que a tudo viu e ouviu e registrou em sua longa Ata.
Chega o Experto com o livro e as identidades. Entrega ao Orador. O velho guardião da lei lê atentamente. Logo empalidece ao descobrir um grande acontecimento e quase sem poder falar, olha para o Venerável Mestre e balbucia algumas palavras imperceptíveis. O Venerável pede gentilmente ao Orador para repetir suas palavras "um pouco mais altas".
O Orador, recobrando as forças, diz: "Venerável Mestre, algo de anormal está acontecendo. Esse Ir.'. que bate à porta do nosso Templo é o falecido Innocêncio aquém na última sessão prestei solene homenagem pelo seu passamento, e agora, diante de seus documentos, não sei o que fazer. Quero ajuda de algum Ir.'. entendido em coisas do outro mundo para clarear essa fantasmagórica situação!".
O Mestre de Harmonia diante do caso querendo colaborar com a ocasião colocou em surdina a marcha fúnebre de Mozart. Aprendizes e companheiros, admirados e congelados, aguardavam os desfecho. Todos os irmãos passaram a sentir arrepios. O medo era geral. Um dos IIr.'. dizendo-se entendido no assunto, se ofereceu para assumir o comando da situação e passou a pedir calma a todos. Fechou os olhos respirou ofegante, estendeu os trêmulos braços na horizontal, e falou com voz rouca: "O Ir.'. Innocêncio veio pedir luzes. Você, Ir.'. Orador, o elogiou bastante na sessão passada e ele quer agradecer. Pensa que ainda está materialmente entre nós. Deixai que entre".
Eu lá fora, inquieto com tanta demora, resolvi ir ao banheiro. Nisso a porta se abre e o Ir.'. cobridor não me vê na sala. Morrendo de medo, imediatamente fechou a porta e anunciou: Ir.'. 1º Vigilante, o fantasma foi embora! ".
Com o abrir da porta interrompi o que estava fazendo e voltei imediatamente pensando em entrar logo, mas logo me dei conta que a porta estava fechada. Esperei um pouco, fiquei de costas para a dita porta, olhando as fotografias dos futuros IIr.'. que estavam coladas nos editais.
Abre-se a porta outra vez. Era o Mestre de Cerimônias que espiava só com um olho. Voltei a cabeça e esbocei um sorriso. E a porta foi fechada abruptamente. Bem, já que não vou entrar - pensei - vou terminar o serviço que bruscamente havia interrompido, e fui para o banheiro outra vez.
Dentro do Templo, o Mestre de Cerimônias informava solenemente que eu estava lá fora o cobridor, sem acreditar, imediatamente abre a porta e mais uma vez nada vê. Aí pirou de vez. O suposto médium passa a consolar o cobridor, dizendo-lhe que não era vidente e por isso não conseguia ver o espírito do Ir.'. Innocêncio, mas que fizesse um esforço concentrado que logo conseguiria.
A essa altura um Ir.'. pede a palavra "pela ordem" e solicita ao Venerável retirar do Templo os aprendizes e os companheiros, que ainda não se achavam em condições de assistir esse encontro de um morto com os vivos em Loja. Aprovada a solicitação, o Venerável pede ao Mestre de Cerimônias que retire os aprendizes e companheiros.
Logo um nervoso companheiro pede a palavra, antes de ser cumprida a ordem do Venerável, e questiona que não era justo sair e ter que ficar na sala dos p p. com o defunto. Todos concordaram com a ponderação e o Venerável revogou a ordem.
Contornada a situação o Venerável pede ao Mestre de Harmonia a execução de música mais suave para receber o Ir.'. finalmente, abre-se a porta, a música suave da Ave Maria me deixa todo emocionado.
Entrei, fiz o que normalmente se faz e esperei a ordem do Venerável para tomar assento o silêncio dominava a cena. O Venerável disse: "vinde saudoso Ir.'. ao encontro de seus IIr.'. que, emocionados, lamentam a vossa desencarnação. Acomodai-vos no Oriente onde é o vosso lugar!".
Saí passo a passo meditando sobre aquelas palavras. Logo reconheci o velho Ir.'. que era o Orador e olhei para ele com ar de riso. Ele fechou os olhos e baixou a cabeça tristemente. O Venerável Mestre, olhando-me bem firme, disse: "O pranteado Ir.'. vem deixar a sua mensagem, estamos prontos, podeis fazer uso da palavra se esse for o vosso desejo".
Lá fora chovia bastante e vez por outra se podia ouvir o ribombar dos trovões e perceber o clarão dos relâmpagos. Coincidência ou não quando levantei para fazer uso da palavra, uma enorme claridade iluminou tudo e um ensurdecedor barulho de trovão nos deixou estarrecidos.
A luz elétrica imediatamente apagou, ficando apenas as luzes tímidas das velas a iluminar o recinto ao mesmo tempo em que a gritaria na Loja foi desesperadora. Todos querendo sair ao mesmo tempo, uns caindo sobre outros. Pisotearam o Ir.'. cobridor que jazia inerte, todo amarfanhado, e foi imediatamente arrastado para fora por um Ir.'. mais corajoso.
Fiquei só, dentro da Loja. Em vista disso, também com as pernas trêmulas depois de tamanho susto, aproveitei para sair da Oficina e aí ouvi um grito vindo lá de fora: "Lá vem à alma penada!..." E a correria rumo ao portão da frente foi geral e só alguns "sem pernas" ficaram na sala dos p.p. Só aí, depois de ter sido chamado de "alma penada", pude entender todo o desespero dos IIr.'. e imediatamente tratei de esclarecer o que realmente acontecera, que eu estava vivo que foi um erro de publicação do Boletim e que já estava sendo retificado.
A maioria já tinha ido embora para casa não sei como, inclusive o Orador, o meu velho amigo. Nisso volta o falso médium e, ainda ressabiado, olha para dentro e sem entender aquele silêncio, brada com voz enérgica própria dos doutrinadores "Irmão do Além, já passa da meia-noite! A vossa hora terminou. Ide em paz e o senhor vos acompanhe!...".
O Venerável Mestre, um nordestino bem brabo, olha para o falso médium e diz: "deixa de ser frouxo, cabra da peste! Olha a tua calça como está toda molhada. E pelo cheiro forte, não é água da chuva, não! Não estás vendo que o Ir.'. está vivo?".
A gargalhada foi geral. O Venerável pediu mil desculpas e como apreciador das boas coisas, convidou a todos para comemorar a minha "ressurreição". E disse mais: "Quem correu, perdeu!".
O resto da noite foi curta para recordamos o episódio, bebericar o gostoso vinho e rir à vontade dos "corajosos Ir.'. " Que jamais esquecerão " O DEFUNTO VISITANTE ".

Autor: Ir.'. Innocêncio Viégas         -        
Conto Resumido do Livro Contos, Cantos e Encantos   -

terça-feira, 6 de março de 2012

Com o chegar à Loja

Este texto não tem autor, pelo menos assim como está no momento, pode ser de vários autores que alguém um dia reuniu neste formato.
É excelente para ler a qualquer momento, ler e reler sempre.


Qual o estado de ânimo do maçom ao chegar a Loja?

 1º - Cumprimentar seus irmãos com alegria e ser amável ao abraçar cada um, demonstrando a satisfação em participar daquela reunião.
2º - Se necessário, ajudar na preparação da loja e aproveitar a oportunidade para ensinar aos aprendizes os porquês de cada objetivo e seu significado.
3º - Procurar cumprir e estimular os Irmãos para que a reunião tenha início no horário previsto.
4º - Abandonar os problemas ditos "profanos" antes de entrar na sala dos passos perdidos.
5º - Tudo o que for realizar, faça com amor e gratidão, pois muitos desejariam estar participando e não podem.
Lembre-se: MAÇONARIA ALEGRE E CRIATIVA DEPENDE DE VOCÊ (SABER-QUERER-OUSAR-CALAR)

Você pretende ir à Loja hoje?
1º - Sua participação será sempre mais positiva quando seus pensamentos forem mais altruísticos.
2º - Participação positiva será daquele que, com poucas palavras, conseguir contribuir muito para as grandes realizações.
3º - Ao falar, passe pelo crivo das "peneiras", seja sempre objetivo e verdadeiro em seu propósito. Peneiras: 1) Verdade 2) Bondade 3) Altruísmo.
4º - Às vezes um irmão precisa ser ouvido; dê oportunidade a ele para manifestar-se.
5º - Falar muito quase sempre cansa os ouvintes e pouco se aproveita. Fale pouco para que todos possam absorver algo de importante e útil que você tenha a proferir.

 Entendendo meus irmãos.
1º - Eu não posso e não devo fazer julgamentos precipitados daqueles que comigo convivem.
2º - Estamos todos na escola da vida aprendendo a relacionar-nos uns com os outros, e o discernimento é diferente de pessoa para pessoa.
3º - Quanta diversidade existe nas formações individuais. Desejar que o meu Irmão pense como eu é negar a sua própria liberdade.
4º - Temos a obrigação de orientar, ensinar, mas nunca impor pontos de vista pessoais inerentes ao nosso modo de ver, sentir e reagir.
5º - Não é por acaso que nos é sempre cobrada a tolerância. Devo aprender a ser tolerante primeiro comigo mesmo e, então, estende-la aos demais.

 Dia de reunião! Você já sabe o que tem a fazer?
1º - Hoje é dia de reunião, vou dar uma lida no meu ritual para não esquecer os detalhes!
2º - Mesmo que eu já saiba de cor o ritual, não devo negligenciar meu cargo ou minha função em Loja.
3º - Se o irmão cometer alguma falha, corrija: se possível, com discrição, sem fazer disso motivo de chacota e gozação.
4º - Quando a cerimônia é desenvolvida por todos de forma consciente e com amor, todo o ambiente reflete a atmosfera de paz e tranqüilidade entre todos.
5º - O ritual deve ser cumprido em todos os seus detalhes. Quando participado com boa vontade, tudo fica mais belo, sem falhas, sem erros, proporcionando um bem estar geral.

Como devo me apresentar em loja?
1º - O templo é o lugar onde acontece a reunião dos Irmãos imbuídos do desejo de evoluir e contribuir para a evolução dos demais.
2º - Valorizar a reunião, apresentar-se com sua melhor roupa, ou seja:
Despido de toda maldade, manter os pensamentos nobres e altruísticos, valorizando cada Irmão e cumprindo com todas as regras existentes.
3º - Traje limpo, com bom aspecto, revela a personalidade de quem o usa e influenciará diretamente no relacionamento entre os participantes daquela reunião. Tomemos cuidado, pois!
4º - Aquele que é fiel no pouco será fiel no muito, aquele que é infiel no pequeno será igualmente infiel no grande. Cuidado com os relapsos, eles não respeitam nem a si próprio!
5º - Bom seria que todos fossem responsáveis; cabe a cada um de nós criticar construtivamente, visando sempre ao progresso do Irmão imaturo cujo comportamento nos causa constrangimento.

 Elegância.
1º - Como é gratificante constatarmos a elegância de um Irmão; verificar em seu comportamento a expressão de uma educação fina e irrepreensível.
2º - É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
3º - A elegância deve nos acompanhar desde o acordar até a hora de dormir; devemos manifestá-la sempre, nos mais simples relacionamentos, onde não existam fotógrafos nem câmeras de televisão.
4º - Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando para só depois mandar dizer se atende.
5º - Se os amigos, os Irmãos, não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso.
E, detalhe, não é frescura.
É A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO...

 O Iniciado
1º - Quando vossos olhos se abriram para a verdadeira luz, uma infinidade de objetos, novos para o vosso entendimento, atraiu a vossa atenção.
2º - As diversas circunstâncias que rodearam a vossa recepção, as provas a que fostes submetidos, as viagens que vos fizeram efetuar e os adornos do templo em que vos encontraste, tudo isso reunido deveria ter excitado a vossa curiosidade, e para satisfazê-la não há outro caminho senão o da
busca do conhecimento e da verdade.
3º - A maçonaria, cuja origem se perde na noite dos tempos, teve sempre por especial escopo agremiar todos os homens de boa vontade que, convencidos da necessidade de render sincero culto à virtude, procuram os meios de propagar o que a doce e sã moral nos ensina.
4º - Como esses homens desejam trabalhar nessa obra meritória com toda tranqüilidade, calma e recolhimento, reúnem-se para isso nos Templos Maçônicos.
5º - Os verdadeiros Maçons trazem constantemente na sua memória não somente as formas gráficas dos símbolos maçônicos, como, e muito principalmente, as grandes verdades morais e científicas que os mesmos representam. Sejamos então todos verdadeiros.

 Livre e de bons costumes.
1º - Para que um candidato seja admitido à iniciação, a maçonaria exige que ele seja "livre e de bons costumes".
2º - Existindo os servos, durante a idade média, todas as corporações exigiam que o candidato a Aprendiz para qualquer ofício tivesse nascido livre", visto que, como servo ou escravo, ele não era dono de si mesmo.
3º - De bons costumes por ter orientado sua vida para aquilo que é mais justo, mais elevado e perfeito.
4º - Essas duas condições tornam o homem qualificado para ser maçom e com reais possibilidades de desenvolver-se a fim de tornar-se um ser perfeito.
5º - Verdadeiro Maçom é: "Livre dos preconceitos e dos erros, dos vícios e das paixões que embrutecem o homem e fazem dele um escravo da fatalidade.

 O que não devo esquecer.
1º - A maçonaria combate a ignorância, de todas as formas com que se apresenta.
2º - Devo cultivar o hábito da leitura para enriquecer em conhecimento, ajudar de forma consciente todos aqueles que estão a minha volta.
3º - Estar atento e lembrar sempre a meus irmãos que um maçom tem de ter uma apresentação moral, cívica, social e familiar sem falhas ou deslize de qualquer espécie.
4º - Não esquecer: as palavras comovem, mas os exemplos arrastam! Tenho, como Maçom que sou, de servir sempre de exemplo, em qualquer meio que estiver.
5º - Lutar pelo princípio da eqüidade, dando a cada um, o que for justo, de acordo com a sua capacidade, suas obras e seus méritos.

 O tronco de beneficência.
1º - Possui várias denominações, como: Tronco de solidariedade, de Beneficência, dos Pobres, da Viúva, etc.
2º - A segunda bolsa é conduzida pelo Hospitaleiro, que também faz o giro, obedecendo a hierarquia funcional; oferece a bolsa aos Irmãos sem olhar para a mão que coloca o óbolo.
3º - Contribuir financeiramente para a beneficência é um dos deveres mais sérios de todo maçom, uma vez que, junto com o seu óbolo, lança os "fluidos espirituais" que o acompanham, dando afinal muito mais que os simples valores materiais.
4º - "Mais bem aventurado é o que dá, do que o que recebe", é um preceito bíblico que deve estar sempre em nossa mente.
5º - Quando colocamos o nosso óbolo, devemos visualizar o destinatário, enviando-lhe nosso carinho e votos de prosperidade.


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Cargo de Chanceler


Esteio, 05 de março de 2012



Grande Oriente do Rio Grande do Sul
Loja Luz, Vida e Amor



O Cargo de Chanceler


Venerável Mestre
Irmão Primeiro Vigilante
Irmão Segundo Vigilante
Caros Irmãos



Definição de Chanceler: Chanceler ou cancelário (do Latim cancellarius: guarda da cancela que separava público de um tribunal de justiça) é um título atribuído em diversas instituições cuja organização é inspirada no Império Romano. A função de chanceler ou cancelário pode ser diferente de instituição para instituição.
Na Maçonaria é o Guardião do selo, para poder imprimi-lo nos documentos da Loja. É também o responsável pelo cadastro dos obreiros.
Sua jóia é o Timbre ou Chancela, é somente um símbolo do cargo, não tendo nenhuma simbologia maçônica..
O Cargo de Chanceler tem por objetivo o controle de presença dos IIr.`. do Quadro e dos Visitantes, mantidos estes registros em livros próprios para tal.
Temos duas etapas diferentes, uma fora dos trabalhos da Loja e outro dentro da Loja.
No inicio é função do Chanceler colocar os livros de presença dos IIr.`. do Quadro e dos Visitantes no local apropriado, verificar se todos os IIr.`. e os Visitantes assinaram os livros de presenças.
No inicio dos trabalhos, em algumas potências, dentro da Loja o Ven.`. Mest.`. pergunta ao Chanceler se o numero é legal", e o Chanceler responde, "SIM", desde que tenha presença de no mínimo sete IIr.`., dos quais três MM.`.MM.`..
Na seqüência deve o Chanceler verificar no Livro de Presenças se todos os IIr.`. presentes o assinaram e quantos somam no total. Verificar também se não houve nenhum esquecimento.
Enviar para o Ir.`. Orad.`. os nomes dos IIr.`. Visitantes, suas Lojas, Orientes, Potência, e Grau, e providenciar o Certificado de Presença aos IIr.`. Visitantes.
É também de responsabilidade do Chanceler informar a Loja quais os IIr.`. que tem presença suficiente para votar em Eleições de Grão Mestre, Ven.`. Mest.`. e de todos os outros Cargos da Loja.
Também tem como função, oficiar os associados que venham a exercer o limite de faltas permitidas, solicitando-lhes justificativas ou comunicando-lhes eventuais conseqüências.
Deve também, a cada sessão, verificar os faltantes e, se estes não justificaram antecipadamente uma justificativa, manter contato com os mesmos para saber do motivo da falta, comunicando às Luzes da Loja o resultado deste levantamento.
Confirmar regularidade suficiente para a concessão de Aumento de Salário e confirmar as presenças nos Escrutínios Secretos.
Fica também a seu cargo a informação aos IIr.`. das Efemérides da semana, Aniversários Casamentos, Iniciação, Elevação, Exaltação e Instalação dos IIr.`. Cunhadas e Sobrinhos.
É também levado até ele para a assinatura do registro de presença, os Ir.`. do quadro da Loja ou Ir.`. visitantes que adentrem na Loja depois de abertos os trabalhos. Estes Ir.`. devem ser conduzidos pelo Mestre de Cerimônias até o Chanceler, que os recebe com o sinal do Grau e solicita sua assinatura no livro de presença.
É também o responsável pelo fechamento e chancela simbólica dos Sacos de Propostas e Informações e do Tronco de Solidariedade depois do giro destes dentro da Loja.
Acho que é muito gratificante o exercício deste cargo, pois serve para uma aproximação maior com todos os Ir.`., serve para se conhecer todos pelos nomes em um espaço menor de tempo e querendo ou não, como forma de responsabilidade, se é obrigado a estar sempre em pé e à ordem, não podendo se afastar dos trabalhos da Loja. É de grande valia também a forma que o cargo permite em ajudar a todos os IIr.`. no que diz respeito a presenças, ao controle de tempo e assiduidade nas sessões, os avisos, as efemérides e o contato verbal para as justificativas. É muito bom poder falar com todos fora do dia de nosso encontro.



Marcos Antonio Peruzzolo
Companheiro Maçom

sábado, 7 de janeiro de 2012

Ordem DeMolay

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Atual Emblema da Ordem DeMolay

Bandeira da Ordem DeMolay

A Ordem DeMolay é uma sociedade discreta de princípios filosóficos, fraternais, iniciáticos e filantrópicos, patrocinada pela Maçonaria, para jovens do sexo masculino com idade compreendida entre os 12 e os 21 anos. Fundada nos Estados Unidos dia 18 de março de 1919, em Kansas City, Missouri, pelo maçom Frank Sherman Land, é patrocinada e apoiada pela Maçonaria, oficialmente desde 1921, que na maioria dos casos cede espaço para as reuniões dos Capítulos DeMolay e Priorados da Ordem da Cavalaria - denominações das células da organização.
A Ordem é inspirada na vida e morte do nobre francês Jacques de Molay, 23º e último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, morto em 18 de março de 1314 junto a outros membros da Ordem por contestar as falsas acusações de pratica de diversos crimes, entre eles heresias e infidelidade à Igreja, arquitetadas pelo Rei Filipe IV de França, podendo-se acreditar que o motivo de tais acusações fosse a ambição de Filipe pelas posses da Ordem dos Templários, pois em caso de prisão, os bens do acusado passariam a pertencer ao Estado francês.
A Ordem Demolay possui cerca de 4 milhões de membros em todo o mundo e mais de 200 mil no Brasil. O DeMolay que completa 21 anos de idade, é denominado Sênior DeMolay e passa a acompanhar os trabalhos do Capítulo através da "Associação DeMolay Alumni". No Brasil, distribuídos em mais de setecentos Capítulos, os milhares de DeMolays regulares de todos os Estados da federação se reúnem freqüentemente.
No mundo, a Ordem DeMolay pode ser encontrada em: Aruba (Países Baixos), Alemanha, Austrália, Bolívia, Brasil, Canadá, Colômbia, Estados Unidos, Filipinas, Guam (Estados Unidos), Itália, Japão, México, Panamá, Paraguai, Perú e Uruguai.
No dia 08 de abril de 2008, o Estado de São Paulo estabeleceu o Dia do DeMolay, através da Lei Estadual nº 12.905, a ser comemorado anualmente no dia 18 de março. Em 19 de janeiro de 2010, foi promulgada a Lei Federal nº 12.208 que insituiu o dia 18 de março como o Dia Nacional do DeMolay, seguindo o exemplo paulista, sendo que a escolha da data marca o falecimento de Jacques de Molay, herói mártir da Ordem.
Princípios
Os princípios da Ordem são baseados em virtudes como a fraternidade e o companheirismo, incentivando cada membro a trilhar seu caminho seguindo preceitos, que são considerados pela Ordem, diferenciais na vida de um líder e determinantes para seu destino.
Os baluartes da Ordem são a defesa das Liberdades:
"Religiosa" representada pelo Livro Sagrado.
"Civil", representada pela Bandeira Nacional.
"Intelectual", representada pelos Livros Escolares.
Assim prescreve a ética de um DeMolay:
Um DeMolay serve a Deus;
Um DeMolay honra todas as mulheres;
Um DeMolay ama e honra seus pais;
Um DeMolay é honesto;
Um DeMolay é leal a ideais e amigos;
Um DeMolay executa trabalhos honestos;
Um DeMolay é cortês;
Um DeMolay é sempre um cavalheiro;
Um DeMolay é um patriota tanto em tempo de paz quanto em tempo de guerra;
Um DeMolay sempre permanece inabalável a favor das escolas públicas;
Um DeMolay é o orgulho de sua Pátria, seus pais, sua família e seus amigos;
A palavra de um DeMolay é tão válida quanto sua confiança;
Um DeMolay, por preceito e exemplo, deve manter os elevados níveis aos quais ele se comprometeu.
Sete Virtudes Cardeais de um DeMolay
A Ordem DeMolay invoca sete luzes, simbolizando as sete virtudes cardeais de um DeMolay, que iluminam seus caminhos conforme passam pela estrada da vida, simbolizando tudo que é bom e correto, a base de suas vidas.
Amor Filial: é o amor e carinho que devemos ter por nossos pais, que nos semearam, geraram, nos ensinaram as primeiras lições de nossas vidas e se sacrificaram por nós. Através deles nós tivemos as primeiras lições de educação, respeito e na crença em Deus.
Reverência pelas Coisas Sagradas: significa a crença em Deus, não importando a sua religião. Para ser um DeMolay o jovem tem que ter fé Nele e provar o quanto ama e deseja servir a Deus.
Cortesia: cortesia, educação e solidariedade são princípios que um DeMolay procura por em prática usando a filantropia, mas somente válida quando é feita com sentimento, colocando o coração naquilo que faz. Os DeMolays possuem o seguinte pensamento:
"Para ser útil à sociedade não é necessário ser um DeMolay, mas para ser um DeMolay é necessário ser útil à sociedade".
Companheirismo: é ser um amigo leal, tanto nas horas boas quanto nas ruins. O verdadeiro companheiro e amigo é aquele que estende a mão para um Irmão em momentos de dificuldade. Companheirismo é levar uma chama de amizade no coração, para que, quando um amigo estiver no meio do túnel, ela possa iluminar e mostrar onde está a saída.
Fidelidade: é sempre acreditar em seus ideais e virtudes, mantendo em segredo tudo aquilo que lhe for ensinado. É ser fiel a Deus, à sua Pátria e a seus amigos, seguindo o exemplo de fidelidade de Jacques DeMolay, que preferiu morrer a trair seus Irmãos ou faltar com seu juramento.
Pureza: é ser um cidadão idôneo, puro de alma e de coração; é sempre estar de bem com a própria consciência. É manter a mente longe de tudo que vá contra os princípios de um bom cidadão.
Patriotismo: é respeitar e defender a nossa Pátria, nosso Estado e nossa Cidade e, além disso, conservar tudo que diz respeito ao patrimônio público, como escolas, asilos, orfanatos e hospitais, que prestam ajuda às pessoas mais carentes de nossa sociedade.
Graus
Assim como a Maçonaria possui o Corpo das Lojas de Perfeição após as Lojas Simbólicas, a Ordem DeMolay também se divide em dois Corpos. O primeiro, envolve os dois primeiros Graus: o Grau Iniciático e o Grau DeMolay, podendo ser comparado às Lojas Simbólicas. O segundo envolve os graus históricos, filosóficos e honoríficos, que compõe da Ordem da Cavalaria.
Os Graus básicos da Ordem DeMolay são o Grau Iniciático e o Grau DeMolay. Os DeMolays desses graus trabalham em Capítulos. Os Graus da Cavalaria são trabalhados em Priorados (ou Conventos).
Grau Iniciático
Primeiro grau da Ordem DeMolay, onde os DeMolays recém iniciados ingressam quando são admitidos em um Capítulo e refletem sobre a Cerimônia de Iniciação.
O Primeiro Grau DeMolay[3], chamado Grau Iniciático, é baseado nas Sete Virtudes Cardeais de um DeMolay: amor filial, reverência pelas coisas sagradas, cortesia, companheirismo, fidelidade, pureza e patriotismo. O ingresso na Ordem exige do candidato no mínimo um esboço dessas Sete Virtudes, sendo esse Grau responsável por esculpi-las e valorizá-las, fazendo com que o jovem as honre e dignifique ainda mais em sua vida diária. É ainda nesse Grau que o jovem possui o primeiro contato com o esoterismo oferecido pela Ordem, através de toda a simbologia incutida na disposição dos objetos dentro da Sala Capitular, nos Oficiais das sessões e em seus paramentos, e principalmente na ritualística que rege as sessões. É durante esse Grau que ocorre o contato de maior valor com a Ordem, pois se define a qualidade que terá o jovem como DeMolay ativo. Portanto, despertar o interesse sobre a Ordem da forma correta é um trabalho delicado e muito importante, para que se tenha resultados dos ensinamentos oferecidos por ela no dia a dia de seus membros.
Grau DeMolay
Segundo grau da Ordem, alcançado somente pelos DeMolays mais esforçados, que após demonstrarem merecimento e conhecimentos adquiridos na convivência capitular e estudos pertinentes ao Grau Iniciático. A aquisição do grau varia de acordo com requisitos pré-estabelecidos, tais como: idade mínima, tempo decorrido após a iniciação e mérito no cumprimento das tarefas oferecidas pelo grau em que se encontra. Antes de receber o Grau DeMolay deve-se fazer um exame de proficiência onde são testados os conhecimentos do iniciático sobre o juramento da Ordem.
Ordem dos Escudeiros da Távola Redonda
A Ordem dos Escudeiros Távola Redonda é uma organização internacional, fundada em 1995, patrocinada pela Ordem DeMolay, feita para crianças, do sexo masculino, entre sete e doze anos, buscando auxiliar a criança na construção de seu desenvolvimento intelectual, visando à formação de um melhor cidadão para o futuro.
O nome “Távola Redonda”, relacionado à lenda do Rei Artur, foi escolhido porque aquela antiga ordem possuía os mais elevados ideais de serviço, perfeição, camaradagem e igualdade entre os Cavaleiros. Dessa forma, a lenda é usada como ferramenta lúdica para o desenvolvimento pedagógico de suas cerimônias e objetivos.
A Távola de Escudeiros é o nome dado à unidade de cada agrupamento de escudeiros. (Ex: Capitulo, Loja, Bethel, Assembléia). Por ser cada Távola um apêndice do Capitulo que a patrocina, a mesma deve levar, preferencialmente, o nome do Capitulo patrocinador. Cada Távola possui uma administração própria, composta de cargos que são ocupados pelos Escudeiros.
O propósito da Ordem dos Escudeiros da Távola Redonda é contribuir para que as crianças, ao chegar a sua adolescência, assumam seu próprio desenvolvimento, especialmente do CARÁTER, ajudando-as a realizar suas plenas potencialidades físicas, intelectuais, sociais, afetivas e espirituais, como cidadãos responsáveis, participantes e úteis à comunidade, de forma autônoma e consciente.
Os princípios que alicerçam a Ordem dos Escudeiros são:
Sabedoria;
Verdade;
Justiça.
Os métodos utilizados pela Ordem dos Escudeiros caracterizam-se pelo conjunto dos seguintes pontos que orientam o trabalho educativo desenvolvido com as crianças:
Promessa de ser um melhor filho;
Cerimônias Ritualísticas;
Vida em equipe;
Atividades Progressivas, atraentes e variadas.
Desenvolvimento pessoal com orientação.
Aprender fazendo.
Ordem da Cavalaria

Brasão da Ordem da Cavalaria

Os Nobres Cavaleiros da Ordem Sagrada dos Soldados Companheiros de Jacques DeMolay, mais conhecidos como Ordem da Cavalaria, são uma organização complementar da Ordem DeMolay cujo objetivo principal é o aprimoramento moral e filosófico de seus membros, que se reunem em Conventos (SCODB) ou Priorados (SCODRFB). A admissão é concedida a DeMolays que tenham 17 anos ou mais e receberam o Grau DeMolay ao menos 6 meses antes da Investidura, o nome dado à Iniciação a esta Ordem.
O primeiro Convento foi fundado em 27 de outubro de 1947 e a primeira Investidura ocorreu em 10 de janeiro de 1948 em Kansas City, Missouri, EUA. Enquanto no Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil existem 11 graus, no Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil existem 2 graus, que são os mesmos que foram trazidos ao Brasil em 1993, quando o primeiro Convento brasileiro foi fundado, no Rio de Janeiro.
Graus:
No Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil (a partir de 2005):
Cavaleiro
Série Histórica:
Cavaleiro da Capela
Cavaleiro da Cruz de Salém
Ex-Templário
Tríade Tableau (concedido sempre imediatamente antes do Grau de Tríade)
Série Filosófica:
Ébano
Anon
Cavaleiro da Cadência
Série Honorífica:
Comendador da Cavalaria (último a ser concedido no Brasil)
Grande Cruz da Cavalaria
Cavaleiro do Manto Prateado
No Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil (desde sua fundação, em 2004):
Cavaleiro
Ébano
Porém, como decisão do Supremo Conselho da Ordem DeMolay internacional, os priorados (como é chamado cada grupo de cavaleiros) agora podem assumir os graus filosóficos do Supremo conselho da ordem DeMolay para o Brasil, porém não é obrigatório.
Como participar da Ordem DeMolay
Para que um jovem seja iniciado na Ordem DeMolay, é preciso que o mesmo seja indicado por um membro ativo da Ordem, um Sênior DeMolay ou um Mestre Maçom, todos devidamente regulares em suas potências. O jovem escolhido deve ser grande destaque no meio onde vive e preencher, obrigatoriamente, dentre outras, todas as seguintes características:
Ter entre 12 anos completos e 21 incompletos;
Possuir um esboço da grande maioria das virtudes defendidas pela Ordem;
Crer firmemente em um Ser Superior, independentemente de qualquer religião;
Ser uma pessoa de forte caráter e ética;
Ter sua indicação aprovada sem ressalvas por todos os membros do Capítulo e do Conselho Consultivo;
Ter grande vontade de aprender, estar disposto a valorizar a amizade verdadeira e guardar segredo sobre tudo o que se passa durante as reuniões.
Os candidatos ao ingresso na Ordem DeMolay não são escolhidos aleatoriamente. Todos passam por um rigoroso processo de seleção no qual o candidato é avaliado e investigado em vários aspectos. Em caso de aprovação unânime do Capítulo, ele será iniciado. Caso contrário o candidato não será iniciado, mas existe a possibilidade de posteriormente realizar uma nova tentativa. Ele será informado se iniciará ou não. O motivo de uma não aprovação não é informado.