quinta-feira, 7 de novembro de 2013

TRONCO DE BENEFICÊNCIA ou TRONCO DE SOLIDARIEDADE?

Ir.·. Gabriel Campos de Oliveira - Dep. Federal SAFL/GOB  -  Or.·. Divinópolis - MG

Ao Tronco são lhe atribuídas várias origens, pelo que uma das mais assumidas pela Maçonaria tem origem bíblica. Hiram Abif, Mestre construtor do Templo de Salomão era filho de uma viúva. Mestre esse, que foi assassinado por três companheiros seus, por não querer divulgar os segredos de construção a que estava sujeito como mestre-de-obras.
Esse assassinato veio mais tarde a originar uma das mais importantes lendas da Maçonaria; a qual está na base da maioria dos ritos maçônicos atuais.
Advindo dessa lenda, o epíteto de “Filhos da Viúva”, com que se costumam designar os Maçons.
O fato de se designar por “tronco”, deve-se ao fato dos trabalhadores afetos à construção do Templo de Salomão, os Aprendizes e Companheiros, receberem os seus salários ao final do dia, junto às colunas do Templo.
Para além de que etimologicamente, “caixa de esmolas” na língua francesa também se designar por “tronc”
Sendo que o termo “Tronco da Viúva” simboliza também uma (caixa de) esmola para socorro e auxílio das esposas (e filhos menores) de Irmãos falecidos.
Em Loja é o Mestre Hospitaleiro que está encarregado de fazer circular o Tronco da Viúva. Tronco esse, que em dado momento litúrgico de uma Sessão Maçônica, circula pelos Irmãos para que possam efetuar o seu óbolo na medida em que tal lhes seja possível. Cabe ao Mestre Hospitaleiro e ao Mestre Tesoureiro, cuidarem para que ele se encontre numa situação-equilíbrio para que se possa prestar o auxílio necessário a quem dele reclamar. E como tal, o Tronco da Viúva não se quer nem muito cheio nem muito vazio. Se o mesmo se encontrar vazio, é porque as doações não serão significativas, correndo-se o risco, de se não se auxiliar quem dele necessitar numa situação imediata. Mas se ele se encontrar cheio, é porque quem necessitar de auxílio, não o estará a receber na devida forma. Sendo que um dos deveres do Mestre Hospitaleiro é o de bem aconselhar o Venerável Mestre sobre os fins a darem às importâncias obtidas na circulação do Tronco da Viúva em Loja. A quem ou as quais sejam Irmãos ou Instituições Sociais de que os necessitem. Essa também é uma das funções sociais da Maçonaria. Ajudar outras instituições carentes que necessitem de auxílio; não procurando o Maçom o reconhecimento de tais atos, pois a soberba não deve existir nas suas ações. O Maçom assim faz, porque simplesmente acha de que o deve fazer, não porque procura méritos ou benefícios com isso. Sendo que, por não se procurar reconhecimentos ou assumir falsos méritos, é que a caridade Maçônica sob a forma de tronco é feita de forma reservada, nunca devendo um Maçom mostrar o que deposita no Tronco da Viúva. Quem procurar reconhecimento deve procurar outro sítio para fazer a sua solidariedade, a sua caridade. O Tronco em si mesmo, é uma forma de Solidariedade, ele lembra ao Maçom, que a beneficência e a solidariedade devem estar presentes ao longo da sua vida, fazendo ambas as parte dos deveres do Maçom. Além de que, na circulação do Tronco da Viúva em Loja se relembrar ao Maçom que ele deve ser generoso e caritativo.
Por isso, quando um Maçom faz o seu óbolo, ele deve dar um pouco de si também. Mas nunca com o pensamento de que um dia se necessitar, terá algo a que se “agarrar”. O Tronco da Viúva não serve de “almofada” para os Maçons. Não devendo e lesse aproveitar da sua existência, para mais tarde o utilizarem sem razão aparente. Quando um Maçom faz a sua entrega, a sua dádiva para o Tronco da Viúva, a única coisa que deve ter em mente, é o de partilhar um pouco de si mesmo e do que tem com os demais Irmãos. Mas apesar de não ser uma obrigação principal da Maçonaria, cabe ao Maçom ter um espírito solidário com quem dele necessite.
Por isso mesmo, a missão do Tronco da Viúva, é a de ajudar um Irmão que necessite de auxílio. Mas, para alguém puder ser ajudado, é também necessário que o Irmão em causa reconheça a sua necessidade de auxílio. Mas, nem sempre quem precisa de ajuda, o solicita. A vergonha ou inclusive o orgulho, são em grande parte dos casos, o “travão” pessoal à procura de auxílio. Quem precisa de ajuda, deve por para “trás das costas” tais sentimentos, pois agindo assim, corre o sério risco de perder toda a ajuda que necessitar.
E hoje em dia, devido à forma acelerada de como vivemos as nossas vidas, nem sempre nos é possível perceber quem necessita da nossa ajuda. Todos nós em certas alturas da vida passamos por momentos em que fraquejamos ou que a nossa força mental não nos consegue ajudar a suportar o dia a dia. São principalmente nesses casos que o Maçom deve ajudar os seus Irmãos. Tentando se aperceber com a sua iluminação, quem necessita mais dele.
Mas essa ajuda nem sempre deve ser (ou pode ser…) financeira, mas antes, moral ou espiritual, pois nem todas as carências de um Irmão são pecuniárias ou materiais. Muitas vezes apenas alguém necessita de uma palavra de inspiração, uma “palmada nas costas” ou um simples gesto de afeto e carinho. Tais gestos com certeza não podem ser depositados num saco, devem-no antes ser entregues (pessoalmente) ao Irmão necessitado. É amparando o seu irmão, que o Maçom lhe demonstra a sua solidariedade e vive o espírito de fraternidade que a Maçonaria lhe oferece.
A Maçonaria é uma Instituição que promove a Solidariedade, a Beneficência, a Fraternidade. E como tal, a sua principal missão é ser solidária com os seus membros/Irmãos. Sendo assim, não deve uma Loja virar as costas a um Irmão que esteja em apuros, devendo antes, correr em seu auxílio e o amparar na resolução dos seus problemas. E é para isso que fundamentalmente existe o Tronco da Viúva.

Comportamento Ético de um Maçom

Enviado pelo Ir.’. Antonio Claudino • Loja Formosa União
A reunião maçônica é sem dúvida um dos atos mais significativos e importantes na Maçonaria, e isso nos faz crer que, antes de dirigirmos a esta reunião, necessário se faz nos prepararmos física – psíquica e emocionalmente para que tudo aconteça dentro da nossa expectativa.
Esse preparo se assemelha ao mesmo que fazemos quando vamos a uma festa na vida profana, ou seja, com o coração e a mente receptivos aos acontecimentos alegres, interessantes e no nosso caso específico, esclarecedores.
Do mesmo modo que cuidamos do nosso interior, devemos dar atenção à nossa vestimenta, evitando o uso de tênis, alpargatas e valorizando o uso do sapato preto, que é sem dúvida o mais adequado.
A partir do momento em que nos encontramos em Loja, unidos em pensamento e com nossa intenção voltada para o mesmo objetivo, fazemos uma corrente positiva, e, logicamente atraímos do Mais Alto inspirações que nos levam a nos unir cada vez mais para o bom andamento do nosso trabalho; propiciando um ambiente leve, saudável e uma perfeita união de amor fraternal.
Todos nós seres humanos comuns, somos frágeis, sensíveis, mas temos forte em nosso coração a fraternidade que é um dos nossos lemas; por essa razão meus Irmãos é de suma importância passarmos nossas palavras pelo crivo da razão e da generosidade, pois, as palavras salutares elevam aqueles que a ouvem, entretanto, quando proferidas impensadamente, com inflexão agressiva, sem o raciocínio e a devida prudência magoam e ferem como lâminas afiadas.
A Maçonaria é uma instituição filantrópica, filosófica, que tem o objetivo de agrupar seres humanos que possuem planos futuros que se coadunam aos demais Irmãos. São homens de todas as formações profissionais, científicas, liberais, braçais, em suma, engloba todas as atividades exercidas pelo homem. O trabalho tem como meta beneficiar a todos e tem seu fundamento na amizade, na boa intenção de quem o fez, razão pela qual necessita-se abster-se de comentários não éticos.
Esse fato, no meu entender, é o mais importante e explico por quê.
São apresentados trabalhos de todos os quilates. Ao apresentarmos um trabalho que tem em mente apenas a nossa contribuição em relação à nossa vivência e com nossos conhecimentos aguardamos comentários a respeito do trabalho apresentado, comentário esse que nos oriente e que nos incentive.
Cada um de nós possui seu pensamento e sua maneira própria de agir e interpretar. Somos diferentes; alguns possuem facilidades de expressão; outros de escrita e, os mais sábios, que conseguem tirar proveito de todos os conhecimentos apresentados.
Não raros os trabalhos apresentados são longos, o que nos impossibilita de podermos tirar todos os ensinamentos apresentados. Isso é natural, porém devemos em nosso próprio lar examiná-lo e absorver na íntegra as questões nele inseridas.
No meu modo de ver somos modernistas e não donos da verdade; de tudo o que nos é oferecido, devemos aproveitar ao máximo o conteúdo desse; dar uma palavra otimista sobre o trabalho apresentado é de suma importância, pois, dessa maneira, creio eu, o apresentador terá mais motivação para apresentar outros tantos trabalhos.
Essa é minha maneira de ver as coisas, o meu modo de pensar, sentir e agir; não fazer perguntas capciosas; se a dúvida aparecer falar in off com o Irmão ou então estudar a respeito.
É óbvio que todos nós precisamos ler e estudar as bases da filosofia maçônica para possuir conteúdo quando abordar algum ensinamento. Temos Irmãos que apresentam brilhantes trabalhos e sempre procuram nos indicar o norte, com a finalidade de adquirirmos uma orientação segura. Nossa Sublime Ordem é a única organização que transforma em Irmãos pessoas de crenças religiosas diferentes, pois nela convivem harmonicamente espíritas, católicos, protestantes, budistas, maometanos, judeus e etc.
Deus, nosso Pai, sempre Se lembra de nós, suas criaturas e nos proporciona direção segura por meio de pequenas estórias que nos indicam o caminho do bem; como esta que passo a narrar-lhes.
–”Existia um maçom ilustre que sempre ministrava palestras, ilustrando-as com palavras bonitas, sábias e com muito exemplo de vida. Como seu ouvinte assíduo havia um Irmão que em silêncio assistia a suas palestras e nenhum comentário fazia. Permanecia sempre quieto em seu lugar, com sua atenção voltada para os ensinamentos que eram passados.
Alguns anos se passaram e chegou o dia do retorno de ambos para o oriente eterno.
Nosso Pai os recebeu.
O palestrante famoso, falante, foi recebido de maneira simples, entretanto, na sala ao lado aquele que apenas ouvia as palestras era recebido com grande alegria e muita festa. O orador famoso reivindicou seus direitos, pois fora ele quem ensinara tudo a todos que o ouvia. Deus apenas respondeu: ‘– Meu filho, enquanto você pregava, ele ouvia com atenção, e, no dia seguinte enquanto você não se lembrava mais do que dissera, ele os colocava em prática.’”
Nós, maçons, temos a mania de criticar a Maçonaria, que não trabalha mais como antigamente; será que estamos certos? Vamos nos basear nessa estória acima descrita, ou seja, falar menos e trabalhar mais, sem cair no saudosismo, pensar e agir no hoje tendo consciência de que tudo depende de nós, e somos nós que faremos da Maçonaria o que achamos que deve ser feito. Se adequarmos as realizações atuais de muitos Irmãos, trabalhando juntos, lado a lado, atentos ao que podemos fazer o que é necessário realizar para que nossos Irmãos tenham no futuro boas recordações de nossas realizações, acredito que tudo será como antes.
Temos em Loja aprendizes brilhantes, é nosso dever fazer o máximo para encaminhá-los adequadamente; se conseguirmos que esses Irmãos tenham em seus corações a Maçonaria, continuando com esse amor e interesse por ela, com certeza sentiremo-nos felizes e realizados.
Nossos aprendizes possuem, além de seus interesses e competências pelas questões da Maçonaria, um excelente orientador que é o Irmão Segundo Vigilante.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Dia do Maçom

Abaixo transcrevo dois textos sobre o dia 20 de agosto ou 9 de setembro:

I

20 de Agosto ou 9 de Setembro
José Maurício Guimarães

O dia 20 de agosto, ao contrário do que muitos pensam, não é o autêntico e histórico Dia do Maçom. Poderia ser se considerássemos (ou soubéssemos) que a Igreja comemora, no dia 20 de agosto, a morte de São Bernardo de Claraval, o possível verdadeiro primeiro Grão-Mestre dos Templários. Comemora-se também a morte dos papas Pio VII e Pio X; é ainda o dia do Papeleiro, o dia do Vizinho, o aniversário da cidade de São Bernardo do Campo – SP e do município de Albufeira em Portugal. Por último, 20 de agosto de 1969 foi a data em que os Beatles se reuniram, pela última vez em estúdio, para finalizar o álbum Abbey Road.
Mas, a comemoração do Dia do Maçom em 20 de agosto foi adotada a partir de um equívoco cometido por José Maria da Silva Paranhos que interpretou mal as datas desconsiderando a relação entre o calendário oficial e o cômputo dos dias adotado pela Maçonaria. A patusca desordem teria parado nessa “cronologia” se infundadas decisões não viessem somar-se às já anteriormente existentes.
SOBRE OS CALENDÁRIOS: No século dezenove a Maçonaria adotava oficialmente o ano da Verdadeira Luz - Anno Lucis ou Year of Light - conforme a crença de que o mundo fora criado em 4000 a.C. ou que nesta auspiciosa data a Luz Verdadeira teria sido conferida a Adão. No século dezenove, nossos Irmãos contavam os meses e dias de acordo com o calendário “da natureza”, começando o ano em Nissan, mês que marca o início da primavera no hemisfério norte e outono no sul. No calendário judaico, os meses podem ter 29, 30 ou 31 dias dependendo da lua nova.
Por isso as festas são móveis: Korban Pesach, Shavuot, Rosh Hashanah, Yom Kippur, Hanukkah, etc. e, pela mesma tradição, a Páscoa católica é celebrada no primeiro domingo seguinte à primeira lua cheia eclesiástica que ocorre no dia do equinócio de primavera ou o seguinte a ele; o Corpus Christi vem 60 dias depois da Páscoa e assim por diante.
SOBRE AS DATAS: Entre os dias 17 de junho e 25 de outubro de 1822 foram realizadas dezenove sessões no Grande Oriente Brazílico (assim era o nome, com z). Entre elas, a do VIGÉSIMO DIA DO 6º MÊS DA VERDADEIRA LUZ DE 5822, ou seja – no dia 9 de setembro de 1822. O sexto mês, a contar de Nissan, é Elul, na passagem de agosto para setembro. Já o ano 5822 é a soma de 4000 Anno Lucis ao ano civil 1822.
Nessa célebre sessão de 9 de setembro de 1822 (vigésimo dia do 6º mês da verdadeira luz de 5822) os Irmãos, sem terem tomado conhecimento do que acontecera em São Paulo dois dias antes (7 de setembro), atenderam à moção do Irmão Joaquim Gonçalves Ledo (Primeiro Vigilante empunhando o primeiro o malhete na ausência do Grão-Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva) e proclamaram, em Loja, a Independência cuja legalização iriam submeter e atribuir a D. Pedro. Naquele tempo, a distância entre o Ipiranga (São Paulo) e o Rio de Janeiro era de aproximadamente 7 a 9 dias a cavalo da raça quarto de milha. Mas, as notícias vinham nos lombos de simples mulas! Podemos dizer, portanto, que a proclamação da Independência foi intelectualmente articulada dentro do Grande Oriente Brazílico. Mas, o vibrante discurso do Irmão Gonçalves Ledo, fazendo sentir a necessidade da Independência, aconteceu no dia 9 de setembro. O grito já havia sido dado. Ledo e os demais Irmãos só tomaram conhecimento disso mais tarde.
SOBRE A CARTA: Conta-nos o padre Belchior, em carta de 1896, que no dia 7 de setembro de 1822, o Príncipe D. Pedro mandou-o ler em voz alta as cartas trazidas de Portugal. Ali mesmo, às margens do Ipiranga, tremendo de raiva, D. Pedro arrancou das mãos do padre os papéis e, amarrotando-os, pisou-os sobre a relva. “D. Pedro – diz textualmente a carta - caminhou alguns passos, silenciosamente, acompanhado por mim, Cordeiro, Bregaro e outros, em direção aos nossos animais, que se achavam à beira da estrada. De repente estacou-se, já no meio da estrada, dizendo-me: - Padre Belchior, eles o querem, terão a sua conta. As Cortes me perseguem, chamam-me, com desprezo, de rapazinho e brasileiro. Pois verão agora o quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações: nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal! E arrancando do chapéu o laço azul e branco, decretado pelas Cortes, como símbolo na nação portuguesa, atirou-o ao chão, dizendo: - Laços fora, soldados! Viva a independência, a liberdade, a separação do Brasil.” E - prossegue o padre Belchior – “galopou, seguido de seu séquito, em direção a São Paulo (...) mal apeara da besta, D. Pedro ordenou ao seu ajudante de ordens que fosse às pressas ao ourives Lessa e mandasse fazer um dístico em ouro, com as palavras “Independência ou Morte”, para ser colocado no braço, por um laço de fita verde e amarela.” (O G.O.B. tornou público e oficial o Ato que mostra ser o 7 de Setembro correspondente ao 18º dia do VI mês Elul.)
MÁRIO BEHRING DEFINE E UNIFORMIZA AS DATAS: No referido Ato de 1922, ano do centenário da Independência e do Grande Oriente do Brasil, o então Grão-Mestre Geral do G.O.B., Irmão Mário Behring, visando dirimir dúvidas sobre a relação das datas do calendário oficial e o cômputo dos dias adotado pela Maçonaria, definiu os principais eventos do calendário usado na época da Independência, quando o ano maçônico começou em Nissan, finais de março. Eis alguns excertos na grafia da época: (...) 5º - Iniciação do Principe Regente como maçon, na Loja “Commercio e Artes” a 2 de Agosto de 1822, da E.: V.:, 13 do V mez do anno de 5822, da V.: L.:, donde resultou sua mais intima ligação com a Independencia, como se verifica do seu manifesto de 6 do mesmo mez; 6º - O grito de Independencia ou Morte, dado pelo Principe Regente nas margens do Ypiranga, 7 de Setembro de 1822, da E.: V.:, 18 do VI mez do ano de 5822, da V.: L.:, e proclamação da Independencia votada nas sessões do Grande Oriente do Brasil a 9 e 12 de setembro do mesmo mez e por editaes do Senado e da Camara do Rio de Janeiro, de 21 do dicto mez e anno; 7º - Finalmente, a posse do Principe Regente como Grão Mestre da Maçonaria no Brasil, a proclamação do Imperio e a aclamação do Principe a Imperador Constitucional do Brasil e seu Defensor Perpetuo, a 4 de outubro de 1822, da E.: V.:, 14 do VII mez do anno de 5822, da V.: L.:, e designação do dia 12 do mesmo mez (22-VII-5822) para se tornar publico e official esse acto”... (conforme José Castellani em "Do Pó dos Arquivos" - Editora: CopyMarket.com, 2000).
CONSUMAÇÃO DO ERRO: Apesar dessa clareza, o Irmão Osvaldo Teixeira, da Loja “Acácia Itajaiense” de Santa Catarina, encaminhou de boa-fé uma proposta à reunião da Confederação das Grandes Lojas - realizada em Belém entre os dias 17 e 22 de junho de 1957 - sugerindo o 20 de agosto como "Dia do Maçom" por ter sido a data da “proclamação da independência dentro de um templo maçônico". Equivocou-se. E os presentes à reunião, talvez desconhecendo o Ato do então Grão-Mestre do G.O.B. - e posterior fundador das Grandes Lojas, Irmão Mário Behring - aceitando, na febre do entusiasmo e também de boa-fé, seguir a interpretação canhestra de José Maria da Silva Paranhos. Acertaram quanto ao mês (Nissan = agosto/setembro), mas erraram quadraticamente sobre o vigésimo dia. Num ímpeto de desatenção, esqueceram que Nisan não começa em 1º de março, e sim no equinócio de outono entre 20/23 de março conforme a lua. Por falta de estudo e bom assessoramento, ficou consagrado o erro de vinte dias pelos motivos assim demonstrados. Hoje, as potências brasileiras consideram o dia 20 de agosto como "o dia do Maçom", data que não coincide com os fatos históricos.
Sei que estas considerações poderão provocar polêmicas intermináveis, mas não é este o meu propósito. Apesar disso, aceito quaisquer correções que me enviarem com base em dados históricos e/ou documentos.
De fato, só existem dois caminhos a seguir: 1) a coragem e a "modesta altivez" de corrigir o erro e definirmos uma data coerente para as celebrações do dia do Maçom ou 2) deixar tudo como está. Se a tradição consagrada nesses últimos 53 anos é mais importante do que a transmissão da verdade histórica para as futuras gerações, que seja assim.

II

20 de Agosto, A Maçonaria e a Independência do Brasil

Por: Kennyo Ismail

Muito se tem escrito no meio maçônico sobre o papel protagonista da Maçonaria na Independência do Brasil. Desde o manifesto que resultou no Dia do Fico, a iniciação de D. Pedro I, ou mesmo sua proclamação como defensor perpétuo e imperador do Brasil(1).
Um dos pontos mais questionados na literatura maçônica brasileira sobre o tema está relacionado ao Dia do Maçom, 20 de agosto, o qual será objeto deste estudo. Essa data entrou para o calendário oficial brasileiro como o Dia do Maçom por conta de proposta apresentada em 1957 na CMSB - Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil(2), que congrega as 27 Grandes Lojas Estaduais brasileiras, proposta que foi posteriormente apresentada e aprovada no Congresso Nacional e promulgada pelo Presidente da República. Na época, vários municípios e estados já possuíam lei similar, e a Maçonaria brasileira em geral já comemorava seu dia em tal data.
A razão de a Maçonaria ter escolhido o dia 20 de agosto é por conta de Ata de reunião do então Grande Oriente Brazílico, datada do 20º dia do 6º Mês da Verdadeira Luz. Nessa reunião, presidida por Gonçalves Ledo, os maçons presentes teriam aprovado a Independência do Brasil, sobre a qual Dom Pedro seria informado e deveria aderir, tornando-se Imperador, ou voltar para Portugal.
Porém, José Castellani defendeu em suas obras “Os Maçons e a Independência do Brasil”(3) e “Do Pó dos Arquivos”(4) que o 20º dia do 6o mês da Verdadeira Luz não foi dia 20 de agosto de 1822, erro histórico esse atribuído ao Barão do Rio Branco. Castellani indica como data correta o dia 9 de setembro, ou seja, posterior ao Grito de Independência.
Fato é que em 1822 houve uma reunião maçônica, presidida por Gonçalves Ledo, na qual a Maçonaria posicionou-se a favor da Independência do Brasil. Qual foi o dia dessa reunião? Teria sido antes de 7 de setembro, e esse ato teria influenciado direta ou indiretamente a ação de D. Pedro, às margens do Rio Ipiranga? Ou teria sido depois de 7 de setembro, em nada influenciando o ato do Grito de Independência, em particular? A ata dessa histórica reunião apenas informa que foi no 20º dia do 6º mês do ano de 5.822.
Para desvendar esse mistério, faz-se necessário compreender os calendários maçônicos adotados na época:
Um arcebispo anglicano irlandês, James Ussher, realizou uma série de cálculos no século XVII e determinou que, conforme a Bíblia, o mundo teve origem no ano de 4.004 a.C..(5) Seu cálculo dava até hora e data. Quase cem anos depois, James Anderson, acreditando que a Maçonaria deveria marcar os dias de forma própria, diferente dos calendários adotados e ligados a religiões, criou o primeiro Calendário Maçônico. O
Calendário de Anderson arredondava a criação do mundo para 4.000 a.C., então o ano maçônico passava a ser a soma do ano comum e 4.000 e era chamado de Anno Lucis.(6)
No caso da França, pioneira da Maçonaria latina, adotou-se o sistema de anos de Anderson, com certo “plus”. No Rito Francês ou Moderno, o primeiro dia do ano foi tido como 1º de março e os meses passaram a ser contados pelo número ordinal(7). Assim, o dia 24 de junho de 1717 na Maçonaria passava a ser 24º dia do 4º mês de 5.717 da Verdadeira Luz. A Maçonaria francesa serviu de modelo quando do surgimento da Maçonaria em Portugal e no Brasil, as quais herdaram dela o nome Grande Oriente, além dos ritos, modelo de constituição e outras características. Considerando o calendário maçônico francês, o 20º dia do 6º mês de 5.822 é exatamente o dia 20 de agosto de 1822. Nesse caso, a CMSB estaria certa.
Mas na França também houve um costume de muitos Altos Corpos e até Lojas Simbólicas manterem o acréscimo de 4.000 no ano, sugerido por Anderson, mas usarem os dias e meses conforme o calendário judaico. Isso se deveu à influência da cultura judaica nos rituais e ritos maçônicos, além da relevante presença de judeus na Maçonaria. Tal costume pode ser visto até hoje em muitas Obediências, em que o calendário judaico, inclusive com o uso dos nomes dos meses em hebraico (Nissan, Elul etc), é usado em certificados. Considerando esse calendário judaico-maçônico, o 20º dia do 6º mês de 5822 (ano maçônico) seria o dia 6 de setembro de 1822.
E há também o chamado no Brasil de Calendário Maçônico Gregoriano, defendido por Castellani como o sistema utilizado nas primeiras atas maçônicas brasileiras, que fixa o Equinócio Vernal no dia 21 de março, o qual passa a ser o 1º dia do ano. Considerando esse calendário, o 20º dia do 6º mês de 5822 seria o dia 9 de setembro de 1822.
A teoria de 9 de setembro, defendida por Castellani, em minha opinião esbarrava em algumas questões. O calendário com início em 21 de março é tido como um calendário historicamente adotado pelo Rito Adonhiramita, rito esse no qual a Loja “Comércio e Artes” teria trabalhado inicialmente e, por isso, defendido por Castellani. Porém, os registros indicam que em 1822 as três Lojas fundadoras do Grande Oriente do Brasil já trabalhavam no Rito Moderno, oficial no Grande Oriente da França e no Grande Oriente Lusitano, como o próprio Castellani também evidenciou em sua obra “Fragmentos da Pedra Bruta”(8). Havia então certa contradição. Outro ponto interessante é que o Calendário com início em 21 de março foi abolido pelo Grande Oriente da França ainda em 12/10/1774, o que levava à conclusão de que o Grande Oriente Lusitano nunca chegou a adotá-lo. Se, em 1822, a França e Portugal não mais o utilizavam, o qual estava em desuso desde 1774, por que o Brasil o teria usado?
Considerando o formato utilizado ao datar a ata da referida reunião, minha conclusão inicial era de que se tratava do calendário maçônico usual da época nos países latinos, ou seja, a reunião teria mesmo ocorrido no dia 20 de agosto de 1822, com tempo de sobra para que a notícia tenha corrido entre os líderes populares e intelectuais da época, a ponto de provavelmente influenciar José Bonifácio e Dona Leopoldina no teor de suas
cartas, que alcançaram D. Pedro no dia 7 de setembro de 1822, motivando-o a bradar o histórico Grito de Independência.
Até aí, cabia o justo questionamento sobre o tema. Porém, ao ter a oportunidade de realizar um estudo sobre a ata de fundação do Grande Oriente Brasílico, transcrita na revista “Astréa”(9), na edição de Abril de 1928, verifiquei que a teoria de Castellani está correta. A ata registra a fundação do Grande Oriente Brasílico “aos 28 dias do 3º mez do anno da Verdadeira Luz de 5.822”. Sabe-se que o Grande Oriente Brasílico foi fundado no dia 17 de Junho de 1822, próximo ao dia de São João Batista, como de costume. Um cálculo simples comprova o uso do Calendário Maçônico Gregoriano, conforme Castellani defendia.
Por sinal, o mesmo número da “Astréa”(10) traz outro documento maçônico curioso para a história da Maçonaria no Brasil, que é a carta-denúncia do Grande Oriente Brasileiro, fundado em 24 de Junho de 1831 e tendo como Grão-Mestre o Senador Vergueiro, contra o Grande Oriente Brasílico, reerguido em 23 de Novembro do mesmo ano. Entre as acusações, o Grande Oriente Brasileiro apontava como irregularidade no reerguimento do Grande Oriente Brasílico o fato ter sido reerguido com José Bonifácio como Grão-Mestre, tido na época como inimigo da Maçonaria por conta de, entre outras coisas, a criação do Apostolado, e não Dom Pedro I, o último Grão-Mestre, ou seu sucessor legal. Entre as Lojas que apoiavam a denúncia, estava a “Comércio e Artes”, embrião do primeiro Grande Oriente Brasílico, e a Loja “Educação e Moral”, de Gonçalves Ledo. Mas isso é história para outra ocasião.
Enfim, voltando à participação maçônica na Independência do Brasil, fato é que, por conta da precariedade da comunicação na época, que seguia literamente “a cavalo”, enquanto os maçons cariocas defendiam a independência entre colunas, já havia passado dois dias do grito de independência de D. Pedro I. Porém, deve-se levar em consideração que, apesar da referida reunião não ter tido participação direta no ato de independência em si, ela teve sua importância nos momentos seguintes, decisivos para o sucesso do Brasil como país independente. Quando da chegada ao Rio, D. Pedro sabia que estava assumindo um Brasil em que 90% da população era analfabeta, parte da elite intelectual era republicana, com rivalidade entre províncias, à beira da falência, sem exército, marinha, armas e munições. O apoio dos irmãos maçons, muitos com certa influência nas principais províncias, e num momento de tanta fragilidade política e de perigo iminente, foi, sem dúvida alguma, de suma importância para o novo Imperador.
Todavia, a participação maçônica nesse processo de independência não ficou restrita ao Rio de Janeiro. Deve-se registrar também que os maçons paulistanos foram os primeiros a aclamar publicamente o novo Imperador, ainda naquela noite de 7 de Setembro de 1822 (11), fato esse muitas vezes esquecido ou ignorado pela literatura maçônica.
De qualquer forma, é importante ressaltar que a análise dos registros acerca da participação maçônica na Independência do Brasil evidencia que tal participação “não foi apenas gloriosa, mas visceralmente humanizada, com suas grandezas, ousadias, fraquezas, contradições, traições e violências”.(12) Enfim, que bom que funcionou.
NOTAS
1 GOMES, L. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
2 CMSB. Súmulas das Mesas Redondas, Assembleias e Conferências. Brasília: CMSB, 1997.
3 CASTELLANI, J. Os Maçons e a Independência do Brasil. Londrina: Editora A Trolha, 1993.
4 CASTELLANI, J. Do Pó dos Arquivos. Londrina: Editora A Trolha, 1996.
5 BARR, J. Why the World Was Created in 4004 BC: Archbishop Ussher and Biblical Chronology. Bulletin of the John Rylands University. 1985, vol. 67, no2, pp. 575-608.
6 MENDOZA, H. Anno Lucis et al. Ars Quatuor Coronatorum. London: Quatuor Coronati Lodge, Vol. 95, 1980.
7 DAZA, J. C. Diccionario Akal de Francmasonería. Madri: Editora Akal, 1997.
8 CASTELLANI, j. Fragmentos da Pedra Bruta. Londrina: Editora A Trolha, 2003.
9 SUPREMO Conselho do Brasil. Revista Astréa de Estudos Maçônicos. Rio de Janeiro: Editora Astréa, Ano: II, Nº 04, 1928.
10 Ibidem.
11 GOMES, L. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
12 MOREL, M. & SOUZA, F. J. O. O Poder da Maçonaria – A História de uma Sociedade Secreta no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

VOCÊ JÁ PENSOU EM TORNAR-SE UM MAÇOM ?

Texto publicado na Loja Maçônica Azylo de Caridede no 427, Petrópolis, RJ
Federada ao GOB
Baseado em texto do Masonic Renewal Committee of North America

A Franco-Maçonaria é a mais antiga e maior Fraternidade do mundo. Entre seus membros, estão incluídos Reis, Presidentes, Primeiro - Ministros, Estadistas, Generais, Almirantes, Astros de Ópera e de Cinema, e possivelmente, seu vizinho da porta ao lado.
A Maçonaria está sempre pronta para receber bons homens na Fraternidade. E está pronta para receber VOCÊ, se em seu coração, você for capaz de responder “sim” a algumas questões:
-  Você acredita que existe alguma coisa chamada Honra, e que o homem tem a responsabilidade de agir com honra em tudo àquilo que ele faz?
Os Maçons ensinam a viver esse princípio. Nós acreditamos que a vida, quando não fundamentada em Honra, é pobre e vazia – e que um homem que age sem Honra, é menos do que um homem.
- Você acredita em Deus, ou em um Princípio Criador do Universo?
Nenhum ateu poderá se tornar um Maçom. Maçons não se importam com a fé individual de cada um – isso é uma questão entre você e o seu Deus – mas é fundamental que o homem acredite em um Ser Supremo. A Maçonaria não é uma religião.
- Você está pronto para permitir que outras pessoas tenham o direito a ter suas próprias crenças e convicções, ao invés de força-las a acreditar no seu ponto de vista?
A Maçonaria insiste na Tolerância – no direito de cada pessoa de pensar por si própria a respeito de religião, e assuntos políticos.
- Você acredita que um homem tem a responsabilidade de deixar esse mundo um lugar melhor do que quando o encontrou?
A Maçonaria ensina que cada homem tem o dever, não somente para consigo mesmo, mas para com os outros. Nós devemos fazer o que pudermos para fazer esse mundo um lugar melhor. Não importa se isso significa limpar o meio ambiente, trabalhar em projetos civis, ou ajudar crianças a andar ou ler, ou mesmo a ver – o mundo tem que ser um lugar melhor, por que nos foi dado a oportunidade de passar por ele, de viver nele.
- Você acredita que não apenas é mais abençoado o ato de dar do que receber, e que, além disso, é muito mais divertido também?
Maçons se encontram envolvidos nos problemas e nas necessidades das outras pessoas, por que nós sabemos como é bom, e como é boa a sensação – diferente de todas as outras – de poder ajudar. A maioria da nossa ajuda é feita anonimamente. Nós não estamos procurando por gratidão; somos mais do que recompensados pelo sentimento que vem por saber que fomos capazes de ajudar uma pessoa a passar por uma adversidade, de modo a que sua vida possa simplesmente continuar.
- Você está pronto a ajudar seus Irmãos quando eles necessitarem, e/ou, além disso, aceitar a ajuda deles quando você precisar?
Maçonaria é mútua ajuda. Não apenas ajuda financeira (embora haja isso também), mas também ajuda no sentido de estar lá quando se precisa, dando apoio, ou simplesmente emprestando um ouvido amigo a um Irmão.
- Você acredita que há alguma coisa a mais na vida do que o sucesso financeiro?
Maçons sabem que o autodesenvolvimento é mais precioso do que dinheiro no banco, posição social, ou poder político. Essas coisas podem acompanhar o autodesenvolvimento, mas não são seus substitutos. Maçons trabalham na construção de suas vidas e no caráter, da mesma maneira que um carpinteiro trabalha na construção de uma casa.
- Você acredita que uma pessoa deve fazer o máximo para ser um bom cidadão e que se tem o dever moral de ser honesto para com o país em que se vive?
Maçons acreditam que uma nação é tão forte como são a Liberdade, Igualdade e a oportunidade de desenvolvimento humano que deve ser dado a todos. Um Maçom deve ser fiel a seu governo e seus ideais. Ele apoia as leis e a autoridade quando ambos são Justos e aplicados de forma igual para todos. Nós apoiamos e mantemos os princípios de um bom governo e nos opomos a qualquer influência que possa dividi-lo de maneira degradante dos seus ideais para qual foi eleito.
- Você acredita que um homem deve demonstrar Compaixão pelos outros, e que a Divindade de Coração é o mais importante dos Valores Humanos?
Maçons acreditam. Nós acreditamos em uma certa “reverência” pelas criaturas que vivem, uma doçura pelos que sofrem. Uma gentileza amável pelos nossos companheiros, e um desejo de fazer o certo apenas por que é o certo. A Maçonaria ensina que, embora todos os homens são falhos e capazes de cometer muitos erros, quando eles descobrem a Divindade em seus corações, eles acham a verdadeira essência da Virtude. A Maçonaria acredita que o homem deve manter uma atitude de boa vontade, e promover a unidade e a harmonia nas relações com o próximo, com sua família e com a sua comunidade.
Os Maçons chamam isso de Fraternidade de Homens. Isso realmente significa que cada Maçom faz o seu dever em seguir essa Regra Dourada. Essa é a razão da Maçonaria ser chamada de uma das maiores forças para o Bem do mundo.
Se você foi capaz de responder “SIM”, então deveria considerar seriamente a possibilidade de se tornar um Maçom.
A Franco Maçonaria oferece muito a seus membros – a oportunidade de crescer, de evoluir, de fazer a diferença, de construir um mundo melhor para nossos filhos. Ela oferece a chance de estar junto e trabalhar com homens que tem os mesmos Valores e Ideais – homens que responderam “SIM” a essas questões.
É fácil encontrar mais a respeito. Encontre um Maçom e pergunte a ele sobre Maçonaria. Você provavelmente conhece alguns Maçons. Ou talvez tenha visto o Esquadro e o Compasso, como a que aparece nesse folheto em algum adesivo nos pára-brisas de algum carro, ou tenha o visto em algum pin na gola de um paletó. Se você sabe onde fica a Loja de sua comunidade, pare e pergunte, ou simplesmente telefone e peça para falar com o Secretário da Loja. Ele ficará feliz em ajudar.
Você já considerou a possibilidade de se tornar um Maçom? 
Nós gostaríamos de falar com você.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

RITUAL: QUEM PRECISA DELE?

W. Bro. Jim Tresner 
[Extraido de “The Oklahoma Mason”, Dezembro de 1997] 

A resposta é curta: “nós precisamos.” Explicar porque, requer um pouquinho mais.   Em um sentido muito real, é o ritual da Maçonaria que faz o trabalho da Maçonaria. Ritual é o canal através do qual a Maçonaria ensina.   Mas é mais que isto.   Porque o ritual é tão importante para a Maçonaria, é valioso tomar um pequeno tempo para falar acerca da natureza do ritual em si mesmo e porque é tão central para a vivência Maçônica.   Primeiro de tudo, ritual é uma virtual necessidade para todos os humanos, de fato para quase todos os animais. Isto é tão verdadeiro que todo cérebro humanos vem “equipados com circuitos” para responder a ritual. (Maravilhoso, ao seu próprio modo. Muito poucas coisas em seres humanos são instintivas – quase tudo é comportamento aprendido. Mas a resposta para ritual foi localizada por anatomistas na parte mais antiga e primitiva do cérebro, bem acima da estrutura central do cérebro, na mesma área que controla a atenção e as emoções. É tão “natural” para nós como o amor, ou a agressão, ou a cooperação.)  Todos estamos engajados em ritual todo o tempo – nós somente não o reconhecemos sempre. A maioria de nós tem uma rotina matinal, por exemplo. Alguns de nós fazemos a barba antes do banho, alguns fazem a barba após o banho e alguns se barbeiam enquanto se banham, mas, qualquer que seja o modo, usualmente fazemos sempre do mesmo modo.
Ritual é uma ferramenta poderosa de ensinar
De fato, foi provavelmente a primeira ferramenta de ensinar. Sabemos de rituais de caça entre algumas tribos, cujo propósito era ensinar os jovens como caçar efetivamente. Mnemônicos (frases ou logos que nos ajudam a lembrar coisas através de associações) são rituais, como é aprender o alfabeto por cantar a canção do alfabeto. Os militares desenvolvem muitos rituais (padrões de comportamento repetidos) para ensinar os recrutas como manter armas.)
Ritual ajuda a nos dar um senso de identidade
Pode parecer estranho, mas pessoas freqüentemente definem a si mesmo pelas suas ações (sou um vendedor, um mecânico, um professor, projetista de moinhos, etc). Isto não é limitado ao que fazemos para viver. Nossos rituais, nossas ações, dão um senso destacado de realidade para nossas vidas. Nos sentimos “certos” ou “completos” quando seguimos certos rituais.
Ritual ajuda o nosso preparo – nos ajuda a  “entrar no clima” do que vem a seguir
Se o evento é uma missa na igreja ou se é um jogo de futebol, a maioria dos eventos repetitivos tem um ritual de algum tipo que ajuda a dar o tom emocional. E nos podemos ter um forte sendo de “erro” se estes foram violados – se uma missa na igreja iniciou com uma banda de musica e dançarinas ou se um jogo de futebol começou com uma procissão litúrgica, por exemplo.
Ritual nos deixa condensar muito em pouco tempo
Ritual enriquece uma vivência por concentrá-la. Ao invés de envolver a exposição completa, como uma palestra, ritual faz referencias a coisas e nos deixa pensar acerca dela e preencher os detalhes por nós mesmos. Para ilustrar com uma porção do ritual da igreja, considere última linha da  Doxologia – “Louvar o Pai, o Filho e o Espírito Santo.”O conceito de Trindade é um conceito muito difícil para a “fazer a cabeça”. Ao invés de dar muitas horas de discussão que seria necessário para explorar este tópico, o ritual simplesmente o menciona, e o deixa para nós elaborarmos o pensamento se estivermos assim inclinados.  O ritual da Maçonaria envolve tudo isto e mais...
O ritual da Maçonaria – a abertura e o fechamento, os Graus, até o ritual de votar – organiza os eventos e assegura que tudo aconteça como deveria.
Nos ajuda a definir nós mesmos como Maçons e estreita os laços fraternais que nos unem como Irmãos. E este efeito é internacional e trans-cultural. Sabemos que temos vivencias compartilhadas com Maçons de todo o mundo.
É uma ferramenta de ensinar – as lições e os valores da Maçonaria são ensinados através do ritual e de símbolos.
Ajuda a montar o tom e o clima da reunião – nos ajuda a remover da mente as preocupações do mundo exterior e colocar foco nas grandes verdades de natureza humana e espiritual.
Ritual Maçônico obviamente condensa vivência. Contém elementos que levantam questões importantes, mas que deliberadamente são deixados inexplorados porque quer que o Maçom pense sobre eles através de si mesmo.
Ritual Maçônico proporciona uma total extensão para os Maçons explorarem os seus próprios interesses. Muitos dos meus melhores amigos amam aprender e apresentar o ritual.   Eu mesmo me interesso em lidar com a interpretação do ritual e dos símbolos que usa – e especialmente com os efeitos que o ritual é projetado para produzir nas mentes dos iniciados e os modos nos quais estes efeitos são produzidos. Outros são especialmente interessados na história do ritual e os modos que ele mudou e se desenvolveu através dos anos. Um Maçom que conheço é interessado no ritual do ponto de vista de um antropólogo cultural, e tem prazer em traçar os modos que o ritual se relaciona com as grandes tradições iniciáticas da história. E o ritual é grande o bastante e complexo o bastante para acomodar todos estes interesses e muito mais.   Então, novamente, a resposta para a questão “De qualquer modo, quem precisa de ritual?” é “Todos nós precisamos”. O ritual da Maçonaria atende muitas necessidades e muitos interesses. Não é a mesma coisa que Maçonaria - não mais quanto um sermão é a mesma coisa que uma igreja - mas é um modo primário que nós ensinamos e aprendemos.  É a cola (cimento) que nos mantemos juntos. É importante. Nos faz sermos, nós.
 

CONDUTA DO MAÇOM EM LOJA

JOSÉ CASTELLANI

Independentemente de Ritos, existem algumas normas de comportamento ritualístico, básicas para os trabalhos das Oficinas.
01.Não são feitos sinais quando se circula normalmente pelo templo, por dever de ofício ou não. Os sinais de Ordem e a Saudação só são feitos quando o maçom está de pé e parado. Sinais ao andar, só durante a marcha do grau.
02.Não são feitos sinais quando se está sentado. Nesse caso, para responder a uma saudação faz-se um leve meneio de cabeça.
03.Não se fazem sinais com instrumentos de trabalho (inclusive malhetes), pois qualquer sinal maçônico deve ser feito com a mão.
04.Não é regular a sessão maçônica aberta a um só golpe de malhete; todas as sessões, portanto, devem ser abertas e fechadas ritualisticamente.
05.Não é permitido ao Maçom, paramentar-se no interior do templo; isso deverá ser feito no átrio, tanto por aqueles que participam do cortejo de entrada quanto por aqueles que chegam com atraso.
06.Da mesma maneira, não se deve tirar os paramentos dentro do templo.
07.Qualquer Maçom retardatário, ao ter o acesso ao templo permitido, deverá fazê-lo com as devidas formalidades do grau; é errado ele se dirigir ao seu lugar sem formalidades e sem autorização do Venerável.
08.Em Loja Simbólica , no Livro de Presenças, só deve constar o grau simbólico do Maçom – Aprendiz, Companheiro, ou Mestre – ou a sua qualidade de Mestre Instalado (que não é grau), não sendo permitido o uso do Alto Grau em que ele esteja colado.
09.Também não são permitidos paramentos de Altos Graus em Loja Simbólica.
10.É errada a prática de arrastar os pés no chão como sinal de desaprovação a um pronunciamento.
11.Também são errados os estalos feitos com os dedos polegar e médio, para demonstrar aprovação ou aplauso.
12.Qualquer Obreiro ao sair do templo durante as sessões, deve fazê-lo andando normalmente e não de costas como muitos fazem, alegando um pretendido respeito ao Delta.
13.Não é permitido retirar metais do Tronco de Solidariedade durante a sua circulação. O Tronco deve ser sempre engrossado e nunca afinado por retiradas indevidas.
14.É errado, ao colocar a contribuição no Tronco, o Obreiro anunciar que o faz por ele e por Irmãos ausentes ou Lojas, pois a contribuição é sempre pessoal.
15.A transmissão da palavra Semestral através da Cadeia de União, exige absoluto silêncio; assim, é um erro arrastar os pés nessa ocasião.
16.Independentemente do grau em que a Loja esteja funcionando, o Obreiro que chegar atrasado à sessão deverá dar somente três pancadas na porta.
17.O Cobridor, quando não puder dar ingresso, ainda, a um Irmão retardatário, responderá com outras três pancadas no lado interno da porta.
18.Não pode haver acúmulo da sessão de iniciação com qualquer outra, a não ser a de filiação.
19.A circulação ordenada no templo, no espaço entre as Colunas do Norte e do Sul é feito no sentido horário, circundando o painel do grau, já que o Pavimento Mosaico, quando existir, ocupa todo o solo do templo.
20.No Oriente não há padronização da marcha.
21.Nos templos que possuem degraus de acesso ao Oriente (que não são obrigatórios), os Obreiros devem subi-lo andando normalmente e não com passos em esquadria.
22.O Obreiro que subir ao Oriente, deve fazê-lo pela região Nordeste (à esquerda de quem entra), saindo depois, pelo Sudeste (à direita de quem entra ou esquerda de quem sai).
23.Aprendizes e Companheiros não podem ter acesso ao Oriente que é o fim da escalada iniciática, só acessível aos Mestres. Da mesma maneira, os Aprendizes não devem ter acesso à Coluna dos Companheiros.
24.Com mais razão, os “profanos”, presentes às sessões abertas ao público (ou “brancas”), não podem ter acesso ao Oriente. Os homens sentam-se, exclusivamente, na Coluna da Força (a do 1° Vigilante); as mulheres, exclusivamente, na Coluna da Beleza (a do 2° Vigilante)
25.Nas sessões abertas ao público não é permitido correr o Tronco de Solidariedade entre os “profanos”. Isso é feito depois da saída deles.
26.Nenhum Obreiro pode sair do templo sem autorização do Venerável.
27.Se o Obreiro for sair definitivamente do templo, deverá, antes, colocar a sua contribuição no Tronco de Solidariedade.
28.Se a Loja possuir Cobridor Externo, este ficará no átrio durante toda a cerimônia de abertura da sessão, entrando depois, e ocupando o seu lugar, a noroeste; só sairá se alguém bater à porta do templo.
29.Sempre que um Maçom desconhecido apresentar-se à porta do templo ele deverá ser telhado pelo Cobridor. Telhar é examinar uma pessoa nos toques, sinais e palavras, cobrindo-se o examinador contra eventuais fraudes (telhar é cobrir, claro); o termo é confundido com trolhar que significa passar a trolha, aparando as arestas (apaziguando Irmãos em eventual litígio).
30.A hora em que os maçons simbolicamente iniciam os seus trabalhos, é sempre a do meio-dia porque esse momento do dia tem um grande significado simbólico para a Maçonaria: é a hora do sol a pino, quando os objetos não fazem sombra; assim, é o momento da mais absoluta igualdade, pois ninguém faz sombra a ninguém.
31.A maneira maçônica correta de demonstrar em Loja, o pesar pelo falecimento de um Irmão é a bateria fúnebre, ou bateria de luto: três pancadas em surdina (ou surdas), dadas com a mão direita, sobre o antebraço esquerdo (surdina é uma peça que se coloca nos instrumentos para tornar surdos, ou abafados os seus sons; em surdina, significa: com som abafado). O tradicional minuto de silêncio é homenagem “profana”.
32.Os Obreiros com assento no Oriente, têm o direito de falar sentados.
33.Irmãos visitantes só são recebidos após a leitura do expediente e nunca depois da circulação do Tronco, não devendo, também, participar das discussões de assuntos privativos da Loja visitada.
34.Um Obreiro do Quadro, se chegar atrasado à sessão, não poderá entrar durante o processo de votação de propostas, já que não participou da discussão; também não poderá ingressar depois da circulação do Tronco e durante a abertura ritualística.
35.Não é permitida a circulação de outros Troncos cuja finalidade não seja a de beneficência.
36.Em qualquer cerimônia maçônica em que sejam usadas velas, elas sempre serão apagadas com abafador e não soprando a chama.
37.Só o Venerável Mestre ou outro Mestre Instalado é que pode fazer a sagração do candidato à iniciação, à elevação ou à exaltação. Também só um Venerável ou outro Mestre Instalado é que pode tocar a Espada Flamejante, símbolo do poder de que se acham revestidos, ao fazer a sagração.
38.Só o Maçom eleito para veneralato de uma Loja é que pode receber a dignidade de Mestre Instalado, depois de passar pelo Ritual de Instalação.
39.O certo é Aclamação e não exclamação, como dizem alguns rituais.
40.Depois que a palavra circulou pelas Colunas e está no Oriente, se algum Obreiro quiser acrescentar algo, deverá solicitar ao seu Vigilante que a palavra volte a elas; se o Venerável concordar haverá todo o giro regulamentar de novo. Não se justificam os famosos pedidos “pela ordem”, para falar sobre o mesmo assunto, pois esse pedido é apenas uma questão de ordem que só deve ser levantada para encaminhamento de votações e para chamar a atenção para eventuais alterações da ordem dos trabalhos.
41.Não é permitido aos Obreiros, passar de uma para outra Coluna ou até para o Oriente durante as discussões de assuntos em Loja, para fazer uso da palavra, para réplicas ou para introduzir um novo em foque da questão. Nesses casos, o correto é que a palavra volte ao seu giro normal, para que o assunto torne-se esgotado e fique definitivamente esclarecido.
42.Durante as sessões de iniciação não pode ser dispensada nenhuma formalidade ritualística em função da crença religiosa do candidato; isso, em relação principalmente à genuflexão, que muitos acham que pode ser dispensada se a crença do candidato não permitir. Todavia, se o rito exigir que o candidato ajoelhe-se, ele será obrigado a fazê-lo mesmo contrariando sua formação religiosa. O que deve ser feito antes da aceitação do candidato, é o padrinho ou os sindicantes avisá-lo dessa exigência do rito, para que ele possa apresentar sua proposta a outra Ofician, cujo rito não exija a genuflexão.
43.A Cadeia de União deve ser formada exclusivamente para a transmissão da Palavra Semestral, com exceção do Rito Schroeder, onde ela é formada no fim de qualquer sessão.
44.Não pode, um Aprendiz, se impedido de falar, em Loja, já que é só simbólico o seu impedimento de fazer uso da palavra, já que em qualquer sociedade iniciática, o recém-iniciado, simbolicamente, só ouve e aprende, não possuindo, ainda, nem os meios e nem o conhecimento para falar. Esse simbolismo é mais originado do mitraísmo persa e do pitagorismo.
45.Não existe um tempo específico para a duração de uma sessão maçônica, já que dependendo dos assuntos a serem tratados, ela poderá durar mais ou menos tempo. Qualquer limitação do tempo de duração das sessões é medida arbitrária, pois cerceia a liberdade dos membros do Quadro, impõe restrições à Loja e interfere na sua soberania, quando tal medida é tomada pelas Obediências. Os Obreiros é que devem ter discernimento para evitar perda de tempo com assuntos irrelevantes; o Venerável também, tem que ter discernimento para evitar que a sessão se estenda sem motivo justificado. Mas isso é uma decisão da Oficina e não pode ser medida imposta pelas Obediências.

Nota minha - Penso que devemos rever muitas de nossas atitudes dentro de uma ritualística, falo isso pois muitos destes itens não são seguidos na maioria das Lojas que frequentei ou frequento.



terça-feira, 14 de maio de 2013

O Dever de um Padrinho Maçom

Normalmente observamos Irmãos tecendo comentários e até criticando Lojas que não conseguem crescer rapidamente. Chegam inclusive a perguntar se os Irmãos componentes daquelas Lojas não têm amigos.
Não é bem assim. Não é qualquer amigo que deve ser convidado para engrossar as colunas da Ordem.
Em verdade, a Maçonaria não tem interesse apenas na quantidade de membros, mas, principalmente na qualidade dos componentes de seu quadro, porque somente com qualidade é que perpetuar-se-ão seus propósitos e ensinamentos, que não devem ser conhecidos por não iniciados.
Outrossim, o Padrinho não deve esquecer de que seu afilhado no futuro pode vir a ser um Venerável Mestre e até Grão-Mestre. Por isso, tem que ser exigente na escolha e não convidar qualquer pessoa que conheceu e achou que tem perfil para ser maçom, ou porque a pessoa lhe prestou algum favor ou ainda, porque faz parte de uma casta social de médio a alto nível.
A perpetuação da Ordem Maçônica depende em muito do padrinho, pois, conforme for sua escolha ou indicação terá a Maçonaria excelentes obreiros ou simplesmente maçons incapazes de desenvolver o trabalho a que ela se propõe, que é oferecer meios que facultem melhores dias para a humanidade ser feliz.
Os meios apresentados pela instituição maçônica para que possa a humanidade ser feliz, são de simplicidade ímpar, bastando que os maçons os exercite e os coloque em prática no mundo profano.
Na prática dos meios estabelecidos pela Ordem Maçônica, deve o maçom pregar:
1º – o amor como meio primordial de resolução de qualquer problema e união das pessoas;
2º – que por meio do aperfeiçoamento dos costumes é possível se viver em sociedade sem tumulto;
3º – que se exercitando a tolerância com paciência, se evitam atritos entre as pessoas;
4º – que todos são seres humanos com ideias próprias e como tal, devem ser tratados com igualdade e respeito, inclusive se respeitando a autoridade e a crença de cada um, não se estabelecendo para isso fronteiras ou raças, até porque todos são efetivamente iguais.
Daí uma grande responsabilidade do Padrinho na indicação do candidato, porque deve ele ter perspicácia de saber se seu escolhido pode ou não, desenvolver as atividades maçônicas na forma como lhes forem ensinadas e exigidas.
Por essas e outras razões é que dizemos que o padrinho ou Proponente deve ser considerado tão importante quanto o próprio candidato a maçom, vez que, é o responsável direto pelo seu afilhado.
Perante a Assembleia da Loja, o Padrinho garantiu por meio de documento assinado, que seu escolhido reúne todas as qualidades exigidas pela Ordem para que ele possa pertencer a seu quadro.
A responsabilidade que tem início na escolha do candidato deve continuar durante toda a vida maçônica dos dois (Proponente e Candidato), nunca o Padrinho permitindo que seu afilhado se engendre em caminhos tortuosos, orientando-o sempre da melhor forma, para que o seu convidado possa vir a galgar graus, exclusivamente por merecimento.
Padrinho significa protetor, patrono, enquanto que afilhado tem o significado de protegido, patrocinado.
Já a palavra “candidato” tem como raiz o significado “Cândido”, ou seja; que tem alma cândida, caracterizado pela candura. Em sentido figurado: ingênuo, inocente, puro. Assim, um candidato deve, efetivamente, reunir as qualidades que lhe dão dignidade para juntar-se aos membros da instituição maçônica como base da filosofia milenar, sempre oportuna e atual.
Ao Padrinho maçom compete conhecer muito bem o candidato, bem como, necessário se faz conhecer a família do candidato. Quando algum profano se inicia na Ordem Maçônica, também tem ingresso sua esposa e seus filhos e demais familiares, razão pela qual, é de suma importância a participação efetiva de todos os membros da família, para a realização dos mais diversos atos, tais como solenidades festivas, Ordem DeMolay, Filhas de Jó, movimentos caritativos etc. e etc.
Logo, é necessário que o Padrinho tenha muita cautela na escolha do afilhado, devendo para isso, conhecer seu relacionamento familiar, seu procedimento com os colegas de trabalho, sua situação econômica, sua disponibilidade financeira, sua disponibilidade de tempo para acompanhar os interesses da Ordem, seu grau de cultura, sua desenvoltura no manejo das palavras e principalmente seu grau de percepção no entendimento dos assuntos a ele expostos.
Um profano só deve ser convidado a ingressar na Maçonaria, quando ele demonstre sem sombra de dúvidas, interesse para isso e quando sua esposa, se casado for, não apresente qualquer sintoma de má vontade.
O Padrinho, ao apresentar o nome de seu candidato através de Pré-Proposta para que a Assembleia decida se deve ou não ser liberada a Proposta Definitiva, quando aprovada, está ele investido de uma autoridade delegada por Irmãos que confiam piamente nele, entendendo que esse Padrinho traga ao seio da Maçonaria, um futuro Irmão, que preserve os costumes da Ordem.
Contudo, a responsabilidade do padrinho não para por aí, porque dele depende o comportamento do seu afilhado, tendo o Padrinho como exemplo, cujo Padrinho também é responsável pela manutenção desses costumes.
O Padrinho deve aparecer para o seu afilhado como sendo o Mestre dos Mestres, deve ser como um Pai, um grande amigo, um confidente conselheiro procurando iluminá-lo, de forma que seus passos na conquista dos graus sejam alcançados exclusivamente por mérito. Logo, ao Padrinho compete dar bom exemplo para seu afilhado inclusive, cumprindo rigorosamente com suas obrigações pecuniárias na Ordem.
É bom lembrar que o Padrinho tem o dever de procurar seu afilhado, quando esse se encontre inadimplente com a Loja ou Grande Loja, pois, quando apresentou o nome do seu proposto, afirmou categoricamente mediante documento assinado, estar em condições de responder pela idoneidade moral e financeira do candidato. Em outras palavras, o Padrinho quando apresenta à Assembleia o nome de um candidato, verifica-se que quase ninguém conhece o apresentado.
Ocorre que os membros da Assembleia simplesmente acreditam nas afirmativas do Irmão e aprovam o envio da Proposta Definitiva. Todavia, quando se formaliza o processo com sindicâncias e documentos comprobatórios da idoneidade do candidato, é de bom alvitre que o Venerável Mestre oriente aos sindicantes no sentido de que sejam exigentes, não apenas confiando nas informações do proponente, porque, mesmo sendo o proponente um maçom, não deixa de ser um ser humano passível de erros.
Infelizmente acontecem casos em que o Padrinho depois da iniciação do afilhado, se afasta da Ordem como se dissesse: “vou deixá-lo no meu lugar”.
Outras vezes se observa o afilhado cobrando do Padrinho as responsabilidades que esse não vem cumprindo. Em verdade, conforme já dito, o Padrinho deve ser o espelho do seu convidado.
Deve ser estabelecido como princípio maçônico que o nome de um candidato não surge apenas de uma vontade profana, mas de uma “predestinação divina.
Resumindo: é o G.’. A.’. D.’. U.’. que passa às mãos de um maçom que recebe o título de “apresentador” ou “padrinho”, aquele que, de fato e de direito, merece ser iniciado nos AAug.’. Mistérios da sublime Ordem Real.
Quando um Irmão recebe a incumbência determinada pelo G.’. A.’. D.’. U.’. de propor um candidato, deve se conscientizar dos encargos que advêm com aquela apresentação. Por isso, não deve fazer a escolha motivado pela emoção, mas tão somente, por força da razão. O Padrinho tem o dever inclusive, de no dia da iniciação, conduzir seu afilhado até o local onde será iniciado.
Chegando ao prédio onde funciona a Loja, na sala dos PP.’. PP.’. o candidato é vendado por seu Padrinho para que fique privado da visão.
Privado do mais precioso órgão dos sentidos, o candidato deixa de ver com os olhos materiais e passa a enxergar com os olhos do espírito, tendo início verdadeiro processo esotérico que produzirá efeitos misteriosos, cujos efeitos, criarão pouco a pouco algumas imagens e alegorias na mente do iniciando dali em diante.
Uma vez vendado, o candidato é entregue ao Exp.’. que colocando a mão sobre seu ombro diz: – “Sou o vosso guia. Tende confiança em mim e nada receeis”.
Depois de iniciado, ao Padrinho compete dotar o neófito das condições básicas para que ele possa se desenvolver com satisfação e entusiasmo.
Deve o Padrinho, ainda no dia da iniciação, orientar o iniciado no sentido de que não deve comentar com ninguém o que se passou, até porque ele prestou um juramento nesse sentido. Deve ainda o proponente orientar o afilhado na parte ritualística, ensinando-o a entrar em Loja quando chegar atrasado, explicando a circulação em Loja no sentido dextrocêntrico, de forma que o lado direito esteja sempre voltado para o Altar dos Juramentos.
Deve orientá-lo em quais momentos se faz o sinal, deve inclusive treiná-lo no trolhamento e incentivá-lo à leitura de livros pertinentes ao Grau de Aprendiz Maçom.
Com esses ensinamentos básicos, de certo, as qualidades do neófito serão adequadamente desenvolvidas, passando a compreender o universo que representa a instituição maçônica. Deve também o Padrinho capacitar seu afilhado no uso da sabedoria, ensinando-o a exercitar a paciência e ficar observando de forma contínua todos os procedimentos, sejam ritualísticos ou não.
Se o afilhado realmente for pessoa merecedora e tiver alcançado seu objetivo com a iniciação que o transformou em maçom, será capaz de absorver com clareza qualquer informação que lhe chegar.
Ainda compete ao Padrinho, fortalecer o entusiasmo e o dinamismo do seu afilhado, levando-o ao deslumbramento da iniciação, explicando de forma inteligível todo o processo iniciático, inclusive, mostrando que o simbolismo da iniciação está exatamente na morte do homem profano para que nasça o maçom.
Com isso, deve o Padrinho exaltar toda a magnitude da Maçonaria como Instituição, como elemento agregador e fortalecedor de nossos pensamentos, deixando o afilhado apto e vigoroso para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos, os quais, na sua maioria, são trazidos por falsos maçons imbuídos de vaidades e com imposição de ideias desagregadoras.
Quando por ventura ocorrerem tais imposições capazes de desagregar provocando a desarmonia na Loja, deve aflorar na mente do afilhado a figura do Padrinho maçom que sempre deu bons exemplos de dedicação à Sublime Ordem.
Na maioria das vezes, o padrinho só é lembrado no momento da indicação de um profano. No entanto, o Padrinho deve se fazer presente e nunca ser esquecido, porque ele desempenha papel fundamental na formação filosófica do afilhado que pretende alcançar os mais elevados graus dentro da Instituição.
QUE O G.’. A.’. D.’. U.’. NOS AJUDE A CUMPRIR ESSA SUBLIME MISSÃO.
*Enviado pelo Ir.’. Sergio Neves
M.’.M.’. • ARLS Cultura de Vassouras, 1867 • GOB/RJ*