Ir:. Nelson Camargo de Mello
Or:. de Ibiporã - PR
Este pequeno Trabalho serve apenas de alerta,
vamos expor nosso ponto de vista sobre o tema VAIDADE. Antes porém queremos
pedir compreensão pela rudeza de como iremos tratar.
VAIDADE, palavra pequena e de fácil
pronunciamento, de tonalidade suave aos ouvidos, porém, encerra em muitas
ocasiões, situações gravíssimas no comportamento do ser humano, com consequências
desastrosas.
A vaidade, literalmente falando, é a qualidade
do que é vão, vanglória, ostentação, presunção malformada de si, futilidade, e
etc. Dessas qualidades a vanglória é perniciosa pois objetiva o indivíduo
jactancioso, ou seja, presunçoso, arrogante e frívolo.
A presunção malfundada de si traz em seu seio
situações embaraçosas, notadamente na Maçonaria, visto que aqui todos tratam-se
por Irmãos e presume-se que a verdade deve imperar sempre. Essa má
fundamentação sobre si levanta claramente suspeitas sobre a idoneidade daquilo
falado.
A tão propalada vaidade feminina não traz consequências
pois atém-se tão somente na área de estética. A masculina quando não se atém às
futilidades torna-se algo de preocupação, encerra-se muitas vezes em disputas
desnecessárias, gerando graves problemas de ordem interna, principalmente
quando essa vaidade inclui fator poder. O fator poder é inerente ao ser humano,
na Maçonaria no desbastar da Pedra Bruta, ou seja, no seu próprio burilamento
cada um recebe a incumbência de burilar a si próprio e aos que estão a sua
volta.
Arvorar-se na condição do dever cumprido, de
ser possuidor de títulos ou de possuir extensa bagagem maçônica, não contribui
em nada para os destinos da Ordem. Maçonaria se faz no dia-a-dia, na conquista
permanente de novos adeptos e na tentativa da melhoria constante da espécie
humana. A busca incessante e permanente da verdade faz da Sublime Instituição,
organização sem similar.
A permanência da Maçonaria como instituição
respeitável como é, deve necessariamente contar com a renúncia das possíveis
vaidades de seus membros para o bem comum.
Mas, vemos com frequência Irmãos desentendidos
ou que se fazem de desentendidos, querendo manter a ferro e fogo o seu círculo
de poder. Apesar da inerência do poder ao ser humano, o Maçom pelos
ensinamentos recebidos não pode a isso se ater.
A perpetuação de uma instituição passa, com
absoluta certeza, pelo grau de compreensão de seus membros e na renovação
sistemática de suas lideranças.
Cabe a cada um de seus membros renunciar às
vaidades e presunções infundadas para o bem.
A título de exemplo, tem Irmãos que gostam de
apologizar-se, em descumprir a legislação em vigor, criando com esses atos
bolsões de intransigências, que mais tarde derivam-se na mais pura vaidade e
arrogância de ser um descumpridor, notadamente, de um poder que não tem
coercitividade, que afinal é o caso da Maçonaria.
Para vivermos em Igualdade, sem qualquer Grau
de subordinação, é muito difícil; porém, dentro da Maçonaria é necessário.
Não basta respeitar ao Irmão como homem, deve
respeitar como Maçom. Não importa qual o Grau ou Rito que freqüente, importa
sim, o respeito pelo ato da Iniciação e pela instituição a que o Maçom
pertence.
Esta diversidade que o Maçom possui, deve ela
crescer sempre em benefício da ordem, e não transformar-se em um poço de
orgulho, egoísmo e vaidade.
Ter vaidade de ser Maçom é muito bom e
proveitoso, mas ser um Maçom vaidoso e refém do poder, com absoluta certeza,
não trará qualquer benefício à Ordem e aos Irmãos.
O tripé de sustentação da Maçonaria: Liberdade,
Igualdade e Fraternidade, não deve ser distorcido de sua real finalidade. Ao
viciar qualquer ensinamento ou distorcê-lo é um perjúrio, os Irmãos devem ter
consciência disso.
As reuniões costumeiras e obrigatórias, deveriam
servir como bálsamo às nossas dificuldades e angústias do dia-a-dia.
Infelizmente não é isso que amiúde presenciamos, a praxe é uma guerra surda no
sentido de manter posições, ou seja, o "statu quo ante", isso é
incompatível com o princípio da Sublime Instituição.
Entre um homem simplesmente vestido de Avental
e um Maçom, tem uma diferença significativa.
O valor monetário que cada um possui, não
deveria servir de nível para o empreendimento das ações internas. Cada
expressão monetária entregue para a guarda e aplicação de cada Irmão, feita
pelo G:. A:. D:. U:., deve ser entendida como encargo e não como alavanca do
bem ou do mal. Cada centavo de real confiado a cada um, vai ser exigida a
respectiva prestação de contas. A parábola dos talentos vem a isso confirmar.
Ninguém é dono de nada, apenas o seu guardião, os Irmãos devem isso se lembrar,
o nivelamento pelo valor monetário disponível por cada um, não serve para a
caracterização do reconhecimento e vinculação maçônica. Cada Irmão deve ser
entendido e aceito independentemente, o que vale e significa muito para a Maçonaria
são os fatores intrínsecos, isto é, os fatores internos da Ordem, a sua
irradiação de valores humanos, hauridos por seus membros em Loja.
A Maçonaria é uma escola de humanismo e disso
ninguém pode duvidar. Tanto no estudo da filosofia, da filologia e no campo
social, a Maçonaria incute aos seus adeptos essa capacidade de modificação no
comportamento e na visão geral da sociedade, notadamente, nas condutas de moral
e ética.
Portanto, dentro da ordem, não há espaço para
as vaidades pessoais, devemos sim, preservá-la e mantê-la fora dessas situações
tão comprometedoras de seu futuro. Não temos o direito de atentar contra seus
sublimes princípios.
Meus Irmãos reflitamos nossas atitudes.
Fonte: Homepage de Loja Maçonica TRIUMPHO DO
DIREITO