quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O INIMIGO Nº 1 DA MAÇONARIA - O VAIDOSO ARROGANTE

O INIMIGO Nº 1 DA MAÇONARIA
O VAIDOSO ARROGANTE
(a) Baixa auto-estima e complexo de inferioridade
Nenhum ditador provocou ou vêm provocando tanto dano à Maçonaria quanto o maçom vaidoso, este sapador inveterado, este Cavalo de Tróia que a destrói por dentro, sem o emprego de armas, grilhões, ferros, calabouços e leis de exceção. Ele é indiscutivelmente o maior inimigo da Maçonaria, o mais nefasto dos impostores, o principal destruidor de lojas. Ele é pior do que todos os falsos maçons reunidos porque se iguala a eles em tudo o que não presta e raramente em alguma virtude.
Uma característica marcante que se nota neste tipo de maçom, logo ao primeiro contato, é a sua pose de justiceiro e a insistência com que apregoa virtudes e qualidades morais que não possui. Isso salta logo à vista de qualquer um que comece a comparar seus atos com as palavras que saem da sua boca. O que se vê amiúde é ele demonstrar na prática a negação completa daquilo que fala, sobretudo daquilo que difunde como qualidades exemplares do maçom aos Aprendizes e Companheiros, os quais não demora muito a decepcionar. Vaidoso ao extremo, para ele a Maçonaria não passa de uma vitrine que usa para se exibir, de um carro de luxo o qual sonha um dia pilotar. E, quando tem de fato este afã em mente, não se furta em utilizar os meios mais insidiosos para tentar alcançá-lo, a exemplo do que fazem nossos políticos corruptos.
Narcisismo em um dos extremos, e baixa auto-estima no outro, eis as duas principais características dos maçons vaidosos e arrogantes. No crisol da soberba em que vivem imersos, podemos separá-los em dois grupos distintos, porém idênticos na maioria dos pontos: os toscos ignorantes e os letrados pretensiosos.
A trajetória dos primeiros é assaz conhecida.
Por serem desprovidos do talento e dos atributos intelectuais necessários para conquistarem posição de destaque na sociedade, eles ingressam na Maçonaria em busca de títulos e galardões venais, de fácil obtenção, pensando com isso obter algum prestígio. Na vida profana, não conseguem ser nada além de meros serviçais, de mulas obedientes que cedem a todos os tipos de chantagem.
Por isso, fazer parte de uma instituição de elite (isso mesmo, de elite!) como a Maçonaria produz neles a ilusão de serem importantes; ajuda a mitigar um pouco a dor crônica que os espinhos da incompetência e da mediocridade produzem em suas personalidades enfermas.
O segundo em quase tudo se equipara ao primeiro, porém com algumas notáveis exceções.
Capacitado e instruído, em geral ele é uma pessoa bem sucedida na vida. Sofre, porém, desse grave desvio de caráter conhecido pelo nome de "Narcisismo", que o torna ainda pior do que o seu êmulo sem instrução. Ávido colecionador de medalhas, títulos altissonantes e metais reluzentes, este maçom é uma criatura pedante e intragável, que todos querem ver distante. No fundo ele também é um ser que se sente rejeitado; sua alma é um armário de caveiras e a sua mente um antro habitado por fantasmas imaginários.
Julgando-se o centro do Universo, na Maçonaria ele obra para que todas as atenções fiquem voltadas para si, exigindo ser tratado com mais respeito do que os irmãos que atuam em áreas profissionais diferentes da dele. Pobre do irmão mais jovem e mais capacitado que cruzar o seu caminho, que ousar apontar-lhe uma falta, que se atrever a lançar-lhe no rosto uma imperfeição sua ou criticar o seu habitual pedantismo! O seu rancor se acenderá automaticamente e o que estiver ao seu alcance para reprimi-lo e intimidá-lo ele o fará, inclusive lançando mão da famosa frase, própria do selvagem chefe de bando: Sabe com quem está falando! Desse modo ele acaba externando outra vil qualidade, que caracteriza a personalidade de todo homem arrogante: a covardia.
O número de irmãos que detesta ou despreza este tipo de maçom é condizente com a quantidade de medalhas que ele acumula na gaveta ou usa no peito. Na vida profana seus amigos não são verdadeiros; são cúmplices, comparsas, associados e gente que dele se acerca na esperança de obter alguma vantagem. E nisso se insere a mulher com a qual vive fraudulentamente. Todos os que o rodeiam, inclusive ela, estão prontos a meter-lhe um merecido chute no traseiro tão logo os laços de interesse que os unem sejam desfeitos. O seu casamento é um teatro de falsidades e o seu lar um armazém de conflitos. Raramente familiares seus são vistos em nossas festas de confraternização. Quando aparecem, em geral contrariados, não conseguem esconder as marcas indeléveis de infelicidade que ele produz em seus rostos.
Em sua marcha incessante em busca de distinções sociais que supram a sua insaciável necessidade de auto-afirmação, é comum vermos este garimpeiro de metais de falso brilho farejando outras organizações de renome, tais como os clubes Lyons e Rotary, e gastando nessas corridas tempo e dinheiro que às vezes fazem falta em seu lar. A Maçonaria, que tem a função de melhorar o homem, a sociedade, o país, e a família, acaba assim se convertendo em uma fonte de problemas para os seus familiares; e ele, em uma fonte de problemas para a Maçonaria.
Um volume inteiro seria insuficiente para catalogar os males que este inimigo da paz e da harmonia pratica, este bacilo em forma humana que destrói nossa instituição por dentro, qual um cancro a roer-lhe as células, de modo que limitar-nos- emos a expor os mais comuns.
(b) Comportamento em loja
Incapaz de polir a Pedra Bruta que carrega chumbada no pescoço desde o dia em que nasceu, de aprimorar-se moral e intelectualmente, de lutar para subtrair-se das trevas da ignorância e dos vícios que corrompem o caráter; de assimilar conhecimentos maçônicos úteis, sadios e enobrecedores, para na qualidade de Mestre poder transmiti-los aos Aprendizes e Companheiros, o que faz o nosso personagem? Simplesmente coloca barreiras em seus caminhos, de modo a retardar-lhes o progresso! Ao invés de estudar a Maçonaria, para poder contribuir na formação dos Aprendizes e Companheiros, de que modo ele procede? Veda a discussão sobre assuntos com os quais deveria estar familiarizado, fomentando apenas comentários sobre as vulgaridades supérfluas do seu cotidiano! Ao invés de encorajar o talento dos mesmos, de ressaltar suas virtudes e estimular o seu desenvolvimento, o que faz ele? Procura conservá-los na ignorância de modo a escamotear a própria! Ao invés de defender e ressaltar a importância da liberdade de expressão e da diversidade de opiniões para a evolução da humanidade, como ele age? Censura arbitrariamente aqueles cujas idéias não estejam em harmonia ou sejam contrárias às suas! Ao invés de fomentar debates sobre temas de importância singular para o bem da loja em particular e da Maçonaria em geral, como age ele? Tenta impedir a sua realização por carecer de atributos intelectuais que o capacitem a participar deles! E, nos que raramente promove, como se comporta? Considera somente as opiniões daqueles que dizem "sim" e "sim senhor" aos seus raramente edificantes projetos!
Tal como o maçom supersticioso, este infeliz em cujo peito bate um coração cheio de inveja e rancor nutre ódio virulento e indissimulado pela liberdade de expressão, que constitui um dos mais sagrados esteios sobre os quais repousam as instituições democráticas do mundo civilizado, uma das bandeiras que a Maçonaria hasteou no passado sobre os cadáveres da intolerância, da escravidão e da arbitrariedade.
Dos atos indecentes mais comumente praticados por este falsário, o que mais repugna é vê-lo pregando "humildade" aos irmãos em loja, em particular aos Aprendizes e Companheiros, coberto da cabeça aos pés de fitões, jóias e penduricalhos inúteis, qual uma árvore de natal. Outro é vê-lo arrotando, em alto e bom som, ter "duzentos e tantos anos de Maçonaria" e exibindo o correspondente em estupidez e mediocridade. O terceiro é vê-lo trajando aventais, capas, insígnias, chapéus e colares, decorados com emblemas que lembram tudo, exceto os compromissos que ele assumiu quando ingressou em nossa sublime e veneranda instituição.
Cego, ignorante e vaidoso, nosso personagem não percebe o asco que provoca nas pessoas decentes que o rodeiam.
Como já foi dito, a Maçonaria serve apenas de vitrine para ele. Como não é possível permanecer sozinho dentro dela sem a incômoda presença de outros impostores –os quais não têm poder suficiente para enxotar–, ele luta ferozmente para afastar todo e qualquer novo intruso, imitando alguns animais inferiores aos humanos na escala zoológica, que fixam os limites de seus territórios com os odores de suas secreções e não toleram a presença de estranhos. Qualquer irmão que comece a brilhar ao lado desta criatura rasteira é considerado por ela inimigo. A luz e o progresso do seu semelhante o incomoda, fere o seu ego vaidoso. Por este motivo tenta obstaculizar o trabalho dos que querem atuar para o bem da loja; por isso recusa-se a transmitir conhecimentos maçônicos (quando os possui) aos Aprendizes e Companheiros, sobretudo aos de nível intelectual elevado, ou os ministra em doses pífias, para que futuramente não sejam tomados como exemplos e ofusquem ainda mais a sua mediocridade. Um maçom exemplar, íntegro, que cumpre rigorosamente os compromissos que assumiu quando ingressou em nossa Instituição, não raro converte-se em alvo de suas setas, pois seus olhos míopes não conseguem ver honestidade em ninguém; sua mente estragada o interpreta como potencial "concorrente", que nutre interesses recônditos semelhantes aos seus.
O maçom arrogante mal conhece o significado de nossas belas e simples alegorias.
Se as conhece, as despreza. Sua mente acha-se preocupada unicamente com o sucesso de suas empreitadas, em encontrar maneiras de estar permanentemente ao lado das pessoas cujos postos ambiciona. Fama e poder são os seus dois únicos objetivos, tanto na vida maçônica, como na profana. As palavras Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que compõem a Trilogia Maçônica, não fazem parte do seu vocabulário, e com freqüência é visto pisoteando os valores que elas encerram. A história, a filosofia e os objetivos de nossa Veneranda Instituição não lhe despertam o menor interesse, pois é frio, calculista, e não tem sensibilidade nem conhecimento para compreendê-los e assimilá-los. Ele é diametralmente oposto ao que deve ser o maçom exemplar, em todos os pormenores.
É a antítese de tudo o que a Maçonaria apregoa e deseja de seus membros: uma criatura vil e rasteira que semeia a discórdia, afugenta bons irmãos, e termina por destruir ou fragmentar a loja (ou lojas), resultado às vezes de anos de trabalho árduo, caso ela teime em não se colocar sob a sua batuta ou se mostre contrária às suas aspirações egoístas.
A insolência desse tipo de maçom – e também o asco que destila–, vai crescendo conforme ele vai "subindo" nos altos graus (ou graus filosóficos), lixo maçônico fabricado por impostores no passado unicamente para explorar a estupidez e a vaidade de homens como ele. Sentindo-se importante por ter sido recebido em determinado grau, com a pompa digna de um rei, ele passa a considerar-se superior aos irmãos de graus "inferiores", em particular aos Aprendizes e Companheiros, ignorando o que reza o segundo landmark, que estabelece a divisão da Maçonaria Simbólica em apenas três graus.
Mas reservar um tempo para dedicar-se à sua loja, um momento para confraternizar com irmãos íntegros e honestos, ler algo de útil que possa servir de instrução a si e aos demais, essas são as suas últimas preocupações. O seu tempo disponível ele o reserva inteiramente às festinhas fúteis, nas quais pode ser notado e lisonjeado, onde pode ajuntar-se a outros maçons falsos e vulgares, prontos para enterrar-lhe um punhal nas costas na primeira oportunidade que surgir. Perceba o leitor com que velocidade esse "irmão" deveras atarefado arruma tempo quando é chamado para arengar em um tablado representando a Maçonaria! Note a pontualidade com que chega na passarela onde vai desfilar e ser fotografado com os seus paramentos. Observe como ele fica cheio de si quando é agraciado com uma rodela de lata qualquer ou vê o seu lindo rosto estampado nas páginas de alguma revista maçônica! Perceba como se curva aos pés dos que tem mais prestígio e poder do que ele! Note como ele os bajula!
Este prevaricador vagabundo não trabalha e não deixa os outros trabalhar para não ter de arregaçar as mangas também. Quando se mete a ministrar instruções aos Aprendizes e Companheiros ele o faz de modo precário, sem estar familiarizado com elas. Raramente sabe responder questões que os irmãos lhe dirigem. Tergiversa sempre com a mesma resposta: É preciso pesquisar! Ele não faz nada porque não sabe fazer nada, não quer aprender nada, e no íntimo não gosta da Maçonaria e não ama seus irmãos!
Nossas reuniões são para ele um fardo. Nas vezes que comparece em loja, exige ser ouvido e jamais dá atenção ao que falam os demais, obrando para que a sua palavra sempre prevaleça nas decisões a serem tomadas. Quando o seu nome não consta na Ordem do Dia –o que significa que não terá a oportunidade de exibir a sua hipocrisia ou arengar as suas imposturas–, retira-se antes da reunião terminar ou, quando permanece, o faz com o olhar fixo no relógio.
Campeão em faltas e em delitos, quando este falso maçom comparece à loja ele o faz para dar palpites indevidos, censurar tudo e todos, propor projetos mirabolantes e soluções inconsistentes com os problemas que surgem em nossas relações. Jamais faz uso de críticas sadias e construtivas, aquelas que apontam erros e sugerem soluções para os mesmos.
(c) Comportamento na Sociedade
Passemos agora à exposição do comportamento deste detestável impostor na sociedade, outra praia onde adora se exibir, embora poucos o notem. Ele circula pelas ruas do bairro onde vive de nariz empinado, cheio de empáfia, tentando vender a todos, sobretudo aos mais humildes, a falsa imagem de alguém assaz importante. Ostentando correntes, anéis, gravatas, broches e outros adereços maçônicos –alguns com peso suficiente para curvar o tórax–, tão logo se acerca de uma roda de amigos, ou melhor, de gente com paciência para aturá-lo, ele passa a ensejar conversas maçônicas desnecessárias, fazer alarde de sua condição de maçom e de ser membro de uma poderosa "gangue", com o único propósito de colocar-se acima deles. Quando, porém, um profano lhe dirige algumas perguntas a respeito de nossa instituição, movido por uma sadia e natural curiosidade, ele responde geralmente o que não sabe, fitando-o de cima para baixo, com desprezo, como se estivesse encastelado sobre um pedestal de ouro.
Como o caracol, este tipo de maçom costuma deixar um rastro visível e brilhante por onde trafega, tornando muito fácil a identificação sua e do seu paradeiro, que é o que ele efetivamente deseja, embora afirme o contrário. Mas, para a sua infelicidade, pouca gente dá importância aos seus recados vaidosos. O automóvel, o lar e o local onde trabalha correspondem ao exoesqueleto deste animal, ao passo que os adereços e os objetos maçônicos que ele usa e espalha por todos os lados à gosma que libera. Impulsos provenientes das regiões recônditas do cérebro onde se alojam o seu complexo de inferioridade e a sua baixa auto-estima dizem a ele onde derramá-la.
Do mesmo modo que prostitui nossa instituição, transformando- a em templo da vaidade, ele corrompe também a natureza de muitos objetos inanimados, desvirtuando os propósitos para os quais foram concebidos. Os vidros do automóvel não servem para proteger os passageiros do vento e da chuva, mas para ostentar adesivos maçônicos escandalosos que avisam os transeuntes e os motoristas dos carros que estão na retaguarda que "alguém muito importante" maneja o volante. As paredes da sua casa não servem como divisórias, mas de out-doors para a colagem de diplomas maçônicos que levam o seu nome. O isqueiro ele usa para tentar acender um cigarro que talvez nem fume ou sabendo que ele não funciona mais (o importante é as pessoas notarem o compasso e o esquadro colados nele!). A caneta com compasso encravado na tampa ele usa para mostrar que é maçom àquele que está perto do papel no qual finge estar escrevendo alguma coisa. O relógio da sala não serve para mostrar a hora certa, mas para dizer aos visitantes que o seu dono é maçom.
As estantes da sala não servem para acomodar bons livros, mas para armazenar troféus, medalhas, placas comemorativas, mimos e tudo o mais que avise que há um maçom por ali. O mesmo vale para pratos, talheres, lenços, gravatas, bonés, bolsas, bonecos, malas, bengalas e, pasmem, até revólveres e espingardas! Enfim, qualquer objeto que possa lhe servir de propaganda ele o corrompe.
d) Prejuízos
O Maçom arrogante sabe muito bem que é um desqualificado moral, que carece das virtudes necessárias para dirigir homens de caráter, mas mesmo assim quer assumir o cargo de Venerável e nele perpetuar-se por tempo indeterminado, se possível. Insolente, julga-se o único com aptidão para empunhar o malhete, menoscabando a capacidade dos demais irmãos. Sempre que pode procura manobrar as eleições para que os cargos em loja sejam preenchidos por integrantes de sua medíocre camarilha, que, uma vez empossada, vai aprovar seus atos malsãos e alimentar a sua vaidade. Dessa maneira ele trava as rodas da loja, impedindo-a de progredir, de desfraldar as suas velas.
Nosso personagem costuma mais faltar do que comparecer às reuniões, como já foi dito.
Quando o faz, é quase sempre para tentar colocar-se em destaque, humilhar alguém, violar regulamentos, e fazer prevalecer os seus caprichos pessoais.É claro que ele não age só, pois se assim fosse a sua eliminação seria fácil e sumária. Ele conta com o respaldo de pequenos grupelhos de gente sórdida e submissa, que aprova suas ações, que corrompe e deixa-se corromper. Às vezes conta até com a cumplicidade dissimulada de alguns delegados, que, por motivos políticos ou de ordem pessoal, fazem vista grossa aos seus insidiosos manejos e prevaricam no que constitui uma das mais importantes missões dentro da Maçonaria.
Terminado o período de sua administração como Venerável este impostor passa a meter o nariz em assuntos que não mais lhe dizem respeito, usurpando funções de outros irmãos da loja, incluindo as do seu sucessor. Quer mandar mais do que os outros, quer ser o dono da loja; quer admitir candidatos sem escrutínio para engrossar a sua camarilha; quer manobrar a todos e violar leis. Expõe os Aprendizes e Companheiros a constantes querelas com outros Mestres, quase sempre motivadas pela vaidade e pela sede de poder.
Especialista em apontar erros nos outros, o maçom arrogante jamais admite um seu. Quando, porém, as circunstâncias tornam isso impossível, ele o faz rangendo os dentes e disparando setas em todas as direções, muitas vezes ferindo os poucos irmãos que o querem bem. Além de tudo é um indivíduo vingativo. Caso sofra uma contrariedade qualquer, ou veja descartada uma irracional conjectura sua, ele passa a fomentar intrigas e provocar cismas na loja. Aquele que for investigar as causas que levaram uma determinada oficina a abater colunas notará em seus escombros a marca indelével de sua mão, que muitas vezes deixa impressa com orgulho!
Elemento altamente desestabilizador e perigoso, o maçom vaidoso é o principal responsável pelo enfraquecimento das colunas de uma loja, pela fuga em massa de bons irmãos, e pela decadência da Maçonaria de uma forma geral. Quanto maior for o seu número agindo no corpo da Maçonaria, mais fraca, enferma e suscetível à contração de outros males ela se torna, mais exposta a escândalos e prejuízos ela fica. Sua eliminação é, portanto, condição si ne qua nom para a conservação da saúde de nossa Sublime Instituição.
O texto foi extraído do livreto do Irmão Ricardo Vidal “Os dois coveiros da Maçonaria”.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Lendas do Bode


O Maçon Raul Silva conta que, na Europa, quando os maçons foram caçados pela inquisição (como aconteceu na época de Napoleão) os maçons tinham que se reunir, secretamente, na casa de um de seus membros (e cada vez a reunião ocorria em um lugar diferente).

Mas, se era em um lugar diferente, como saber onde seria?

Simples. Um Irmão passearia com um bode, pela cidade, sendo esse o sinal de que a reunião ocorreria em sua casa.

É uma história interessante, mas acontece que isso é apenas uma lenda, que o próprio autor, quando a apresenta, já nos avisa que se trata apenas de uma lenda.

Outra lenda – porém, muito aceita como verdade – é a do consagrado escritor José Castellani, que nos conta que essa denominação (dos maçons serem chamados de “bode”) vem dos maçons que eram torturados e não entregavam seus irmãos. Eles “eram como Bodes”.

Mas o que os “bodes” tem haver com isso?

Castellani conta que, no começo do Cristianismo, havia a prática da “expiação dos pecados”, por parte dos Judeus, através dos Bodes. Eles relatavam suas “falhas” aos bodes, para dividir o fardo e, ainda sim, ter seus segredos guardados.

Ele também nos conta que foi desse ato que surgiu a ideia de confissão, na Igreja Católica, onde o cristão conta seus pecados ao padre – mas que este, pelos votos, tem a obrigação de não contar a ninguém.

Acontece que esta também é uma lenda, e não temos nada que comprove a veracidade desse relato.

A versão mais provável

Nicola Aslan, que é outro grande expoente da Ordem, afirma que a lenda só começou devido a associação da Maçonaria ao Baphomet (e essa é a versão mais próxima da verdade, hoje em dia).

O Baphomet era um símbolo Templário e foi associado à Maçonaria devido ao sensacionalista Léo Táxil que, em um de seus livros, relatava uma série de absurdos sobre a relação deste Ser, com a Ordem. Ele havia iniciado na Maçonaria, de fato, mas não há relatos de que ele tenha ido além do Grau 1.

A obra fez muito sucesso e foi creditada como verdade – tanto pela Igreja como pelos demais religiosos. No entanto, não demorou muito para que o próprio Táxil desmentisse essa história toda e contasse que a obra não era verdadeira – porém, a semente já estava plantada.

É claro que, na época, os cristãos diziam que Táxil estava com medo dos Maçons e, por isso, disse tudo isso. Mas era apenas uma tentativa da Igreja de não parecer tão ingênua por ter acreditado em tudo aquilo.

Táxil chegou a responder à Igreja: “Vocês realmente acharam que eu havia me convertido ao cristianismo?”

Infelizmente, mesmo com tudo isso, Leo Táxil é, até hoje, defendido como verdade por muitos religiosos que entendem tanto de maçonaria quanto entendem da própria religião.

Particularmente, eu bem gostaria que houvesse um Grau que explorasse o Baphomet – que é um símbolo fantástico. Certamente seria muito rico para a Ordem.

Mas até é possível que tenha. Tantos ritos foram perdidos que é bem provável que exista um que o contemple.

Mas o que era o Baphomet?

Acredita-se que ele tenha tido ligação com os Templários porque alguns de seus cavaleiros confirmaram – nas torturas de Felipe, o Belo – terem prestado reverência a um símbolo cuja as descrições eram semelhantes aos do Baphomet (mas nunca ficou claro ao que exatamente eles estavam se referindo) e, por serem encontradas supostas referências ao mesmo nas suas construções.

Nas construções góticas Templárias, em que podem ser identificadas algumas imagens que se relacionariam diretamente com a descrição de Baphomet, eles são, aparentemente, tomados por gárgulas. Porém, se analisarmos bem, podemos ver que seus símbolos são referentes ao mesmo. As figuras mais famosas estão nas construções da Comendadoria Saint-Bris-Le-Vineux e da Igreja de Saint-Merry. Entretanto, a imagem mais conhecida de Baphomet foi feita pelo escritor e martinista Eliphas Levi, no século XIX.

Não havia uma imagem padronizada do Baphomet, na época. Ele geralmente era parecido com um Gárgula de chifres. Sendo que alguns tinham mais elementos que os outros – mas nunca perdendo seu objetivo de apresentar as bases Alquímicas.

Para facilitar o estudo utilizarei (para a explicação) o Baphomet de Eliphas Levi.





Os Símbolos de Baphomet

É muito comum, nas imagens Alquímicas, a representação dos 4 Elementos – e, com Baphomet, não é diferente. Temos a “tocha” na cabeça do Baphomet, representando o elemento Fogo. As “escamas” em seu corpo, representando o elemento Água. Suas “asas”, representando o elemento Ar. E, por fim, suas “patas de bode” que representam o elemento Terra.

O “cubo” (ou o quadrado), que ele está em cima, tem como simbolismo a Matéria (ou o físico). Representando aí o domínio sobre a matéria (sobre o plano físico).

O Pentagrama na testa de Baphomet representa a Magia ou o “Homem Perfeito”. Esses dois sentidos estão ligados, entre si, quando levamos em consideração o significado da palavra “magia”.

O termo se origina na Língua Persa, “magi” ou “magus”, que significa Sábio. Os considerados sábios (os homens perfeitos), no mundo persa, foram aqueles que eram capazes de traduzir os mistérios da natureza e sua relação direta com o Homem. Daí a relação da Magia com o Homem Perfeito.

Nos braços de Baphomet temos escrito os termos “Solve” (o braço direito, que aponta para cima) e “Coagula” (no braço esquerdo, que aponta para baixo). O Solve significa dissolver o Agente Mágico, e o Coagula significa coagular esse “agente” no plano físico.

Eliphas Levi defendia a ideia de que se podiam materializar todos os pensamentos do Plano Mental (que seria o plano dos pensamentos e das ideias) no Plano Astral (que seria o plano das energias e das emoções). Seria basicamente dizer que é possível, em nosso mundo, conseguir o que se deseja apenas com a “força do pensamento”. Essa ideia é amplamente aceita nas diversas correntes místico-ocultistas e se tornou mais conhecida devido a ocultistas como Aleister Crowley. Hoje em dia, a mesma ideia é exposta (de forma superficial) no livro “O Segredo”. A posição dos braços representa o axioma Hermético que diz: “tudo que está em cima é como tudo que está em baixo”.

Outra representação muito comum (em símbolos alquímicos) é a do “masculino e feminino”. Nele encontramos tanto o falo masculino, que na imagem de Baphomet, é o Caduceu de Hermes, representando a Kundalini (a força produzida pela junção das energias dos chackras masculinos com os chackras femininos), como também encontramos os seios femininos, representando a fertilidade e a maternidade.

Encontra-se também uma cabeça com características de três animais (o cão, o touro e o bode). E não é a única imagem que contém uma cabeça que represente diversas características em uma só.

Enfim…

Espero que esse Post tenha lhe ajudado a compreender as origens que levaram as pessoas a crer que existia alguma relação entre Bode e Maçonaria. Espero também que a figura de Baphomet não pareça mais tão “misteriosa” assim.

É realmente complicado desmistificar isso quando, a maioria dos Maçons, responde apenas que “não tem bode nenhum na maçonaria” – e a explicação acaba por aí.