segunda-feira, 6 de junho de 2011

Elevação

Esteio, 18 de maio de 2011

Grande Oriente do Rio Grande do Sul
Loja Luz, Vida e Amor

Elevação

Venerável Mestre
Irmão Primeiro Vigilante
Irmão Segundo Vigilante
Caros Irmãos

Quando fui iniciado minha preocupação e a pergunta que me fiz: O que viram de especial para me convidar a participar da Maçonaria? Espero um dia poder ver o mesmo que eles.
Passado um ano, tornei-me apto a ser elevado. Pela presença em Loja, pelos trabalhos realizados e apresentados, pelos pagamentos na tesouraria e no entender dos Mestres e do Colegiado, estava eu apto a Elevação.
Então surgiu outra pergunta e preocupação: Mas eu me considero apto a ser elevado?
Não questiono a decisão de meus Mestres, pois entenderam que eu era possuidor de qualidades que um Companheiro deve ter, mas devo fazer um retrospecto de meu primeiro ano como Maçom.
Minha vida mudou e muito desde a iniciação, percebo isso no meu dia a dia. Passei a ver os que me cercam com mais atenção, não com sentido crítico e sim querendo entender o que os leva a serem como o são. Aprendi a ouvir mais, falar o necessário, refletir para não ferir ou dizer coisas que não sejam pertinentes, sei que falta muito no sentido do crescer e evoluir com certeza, mas melhorei e muito. Vejo que as pessoas que me cercam percebem estas mudanças, para melhor, como dizem, sem querer mais impor pela força minhas idéias e posições e sim pela coerência, pela lógica. Também, após iniciado, vi que de nada adianta somente participar em Loja sem pesquisar, estudar, ler, discutir, procurar respostas para questionamentos que eu mesmo me fazia ou era instigado. Sei que não posso e nem devo parar neste processo de evolução, buscar cada vez mais o polimento da minha pedra bruta. Procuro fazer em todos os momentos, com afinco e entusiasmo, mas confesso, por vezes saia com dúvidas, me perguntando se valia a pena continuar e sempre obtive a mesma resposta, se parar, se esmorecer, não vou encontrar o que procuro e isso era combustível para continuar.
Vi-me pronto a galgar este grau de C.•.M.•. por me dedicar com afinco a desbastar a P.•.B.•. que me foi possibilitada a ver quando aqui cheguei. Aprendi que um Maçom não deve parar nunca de questionar e que cada resposta ouvida não deve nunca ser considerada plenamente satisfatória, deve procurar, na resposta dada, mas questionamentos para continuar a se desenvolver plenamente e um dos quesitos básicos para isso conhecer a si próprio, e isso, com certeza não é nada fácil, devemos com certeza vencer nossas paixões, nos colocando sempre no lugar do outro e poder sentir o que as outras pessoas pensam de nós, e não só isso, aprender os porquês que elas pensam assim. Muitas vezes o conhecimento do muito nos leva a conhecer apenas o superficial, devemos nos aprofundar mais e mais no que realmente queremos conhecer, neste caso mais vale a qualidade de que a quantidade do conhecimento. Nunca devemos esquecer que a base foi feita com tudo o que aprendemos como A.•.M.•., agora temos de aprofundar os conhecimentos, partir para outro plano, o espiritual, sem deixar de praticar e continuar estudando tudo o que nos foi passado como A.•.M.•.. Como A.•.M.•. descobrimos o ternário, e isso não basta, um C.•.M.•. deve agora seguir a diante. Não se pode querer que tudo esteja pronto, devemos ajudar a construir. Se já temos uma base, vamos construir em cima desta base, e quanto mais sólida ela estiver, melhor e mais reta será nossa construção, e para isso devemos voltar sempre a ser A.•.M.•., não esquecer jamais o que nos foi ensinado e estar sempre pronto para aprender para fortalecer ainda mais a base. Estamos, como o V.•.M.•. diz na nossa cerimônia de Elevação, passando do número três para o número cinco, numa alusão às três viagens feitas na Iniciação para as cinco viagens que devemos fazer na Elevação. Estamos saindo do plano material para o plano espiritual, e isso vai requerer mais estudo, mais afinco, mais trabalho, mais amor em tudo o que se faz, sempre em frente, sem pensar em receber nada em troca, pois o que ganharemos com isso não será nada material e sim o fortalecimento de nosso eu interior.
Também como na Iniciação, a Elevação nos abre portas e me foi mostrado o que devo fazer para continuar a nossa caminhada. E isso me dá força para continuar. As cinco viagens simbólicas e as novas ferramentas que me foram apresentadas, junto com o sinal e palavras e a contemplação da Estrela Flamíngera são atributos que vou levar nesta nova caminhada na batalha de ser merecedor da confiança de todos que estão me ajudando a encontrar as respostas de minhas perguntas para poder me tornar cada dia mais justo e perfeito.


Marcos Antonio Peruzzolo
Companheiro Maçom